Procrastinação: Afinal, por que procrastinamos?
Dias atrás, eu compartilhei uma angústia imensa que estava sentindo e eu sabia porque eu não estava fazendo algumas coisas que precisava fazer. Eu estava procrastinando alguns trabalhos, projetos e até a entrega deste artigo.
Quando eu acordava pela manhã e só de pensar que precisaria abrir minha agenda e que nela havia uma lista de coisas a fazer como prospectar novos clientes, produzir conteúdo para o meu curso, agendar as mentorias, escrever este artigo… já me dava uma certa indisposição. Numa atitude nada bacana comigo mesma, eu começava por preparar e desfrutar o meu café-da-manhã o dobro do tempo. Fazia hora mesmo e numa fuga das responsabilidades que teria pela frente.
Comecei a observar também que estava gastando muito tempo nas redes sociais. E até fazendo coisas que normalmente eu não fazia como ligar a televisão ou jogar algum joguinho tipo “paciência” no meu celular. Eu estava querendo exercitar a minha paciência, mas aquilo estava era me fazendo mal. É interessante observar que, embora a procrastinação seja algo muito humano e todos nós em maior ou menor grau e frequência sempre vamos adiar algumas tarefas, a procrastinação é um monstro que se retroalimenta. E quanto mais procrastinamos, maior fica esse monstro.
Dependendo do quanto você esteja procrastinando e do quanto isso esteja lhe prejudicando, seja nos seus relacionamentos, nas suas finanças e até na sua saúde, é necessário buscar ajuda até de um psicólogo ou psiquiatra. Em geral, nós que trabalhamos com coaching e comportamento humano podemos ajudar no diagnóstico e com ferramentas bastante eficazes.
Claro que você deve estar se perguntando por que eu não uso essas ferramentas e por que ainda estou procrastinando. Quero deixar claro que, como eu disse, todos nós somos seres humanos em primeiro lugar e certos comportamentos são mais do que naturais e comuns. Quem de nós nunca deixou para depois algo que precisaria fazer, mas achava muito chato ou trabalhoso? Também preciso deixar claro que é graças aos conhecimentos que tenho que consigo ter consciência. E fazer um diagnóstico do que está acontecendo comigo e ter acesso a uma metodologia e ferramentas (ou seja, remédios) que me ajudem a “curar” ou aliviar esta “doença” chamada procrastinação.
Uma coisa que posso dizer é que os efeitos colaterais da procrastinação crônica podem ser ansiedade, baixa autoestima, perdas de relacionamentos e até de trabalhos. Além disso, multas e juros (quando deixa de pagar uma conta em dia, por exemplo), desânimo e até depressão. E uma outra coisa que aprendi foi que preciso fazer ações (mesmo que pequenas) para ativar a minha motivação. Encontrar os verdadeiros motivos ou propósitos pelo qual devo agir.
Importante também descobrir quais são os distratores que estão roubando tempo e energia. No meu caso, deletar os joguinhos do celular, ligar a TV apenas num determinado horário. Marcar com uma carinha feliz as tarefas realizadas na minha lista (to do list) e no final do dia comemorar a quantidade que foram concluídas. Programar no celular um limite de horas que vai ficar nas redes sociais, responder os e-mails pendentes e deletar os que não são relevantes nem importantes sem perder tempo sequer de começar a lê-los.
Ter um olhar mais positivo para os fatos e as coisas é também uma forma de nos ajudar a vencer a procrastinação.
Se você foca nos pontos negativos ou nas dificuldades da tarefa que tem que realizar, ela, com certeza, ficará mais pesada e mais difícil. Eu, por exemplo, moro nos EUA e sou eu e meu marido quem fazemos todas as atividades da casa desde a limpeza, lavar e guardar roupas, cuidar do jardim etc. Se eu fico pensando que é chato, que é monótono, que não tem valor etc., procrastino e o serviço só aumenta.
Por outro lado, se penso no prazer que tenho de estar numa casa limpa, cheirosa, organizada fico muito mais motivada para fazer. Como trabalho muito sentada na frente de um computador tenho visto como positivo ate o fato de, ao limpar a casa, estar me movimentando e fazendo algumas atividades mais em pé.
Estou lhe dando esses exemplos com a intenção de lhe ajudar a reconhecer se está procrastinando, quais têm sido os prejuízos e como pode mudar essa situação.
Contudo, acredito ser fundamental entender que nem todas as ferramentas servem para todo mundo e que o autoconhecimento é fundamental para você escolher as que mais lhe atendem.
É comum que muitas pessoas queiram nos dar receitas prontas. Você já deve ter ouvido muita gente dizer, por exemplo, para você fazer as coisas mais difíceis e chatas primeiro. Ao longo dos anos, tenho avaliado que esta não é uma regra que serve para todas as minhas coachees ou mentoradas. Há aquelas que estão procrastinando e estão muito desmotivadas, fazer uma atividade que é difícil e nada prazerosa pode deixá-las ainda mais desmotivadas. Nestes casos, recomendo que comecem então com uma atividade, por mais simples que seja, que lhe deem muito prazer. Pode ser fazer uma comida, brincar com o filho, fazer uma ligação para uma pessoa amada… e depois, se comprometer a fazer aquelas que são realmente urgentes e que se deixar para depois podem lhe causar sérios prejuízos e problemas. Neste caso, mais uma vez, foque nos ganhos que terá se fizer logo o que precisa fazer.
Para concluir, uma dica valiosa é sabermos dizer não para as urgências dos outros (que nem sempre são suas) e deixarmos também de estar tão disponíveis.
Com as redes sociais e WhatsApp, principalmente, precisamos nos educar e educar os outros. Se puder, deixe os pontos de mensagem lida desativados para que não se sinta sempre na obrigação de parar tudo que está fazendo para responder prontamente toda e qualquer demanda. Deixe também as notificações de Instagram, Facebook, e-mails desativadas e o WhatsApp silenciado para aqueles contatos e grupos que podem ser lidos e respondidos uma única vez no dia.
Aprenda a filtrar o que é realmente importante para você e tenha uma vida muito mais leve e feliz.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como vencer a procrastinação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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