Público 60+: Um olhar sobre o etarismo e as perspectivas de uma nova realidade
Um debate que vem crescendo é em relação à população longeva. De fato, uma preocupação justa, sendo que a expectativa do brasileiro vem aumentando. Em 2018 era de 76,3 anos para os homens e 79,9 anos para as mulheres. Segundo o IBGE e a ONU projetam um crescimento para 81,2 anos até 2050. Além disso, este público que hoje é de 20 milhões de idosos tem projeção de triplicar até 2050.
Por um longo tempo, praticamente ignorou-se o público 60+, pois a visão que se tinha era de finitude, de falta de produtividade, inatividade e passivo social.
Felizmente, essa visão tem mudado. As pessoas cada vez mais encontram o seu lugar na sociedade. E apesar de ainda carregarmos alguns vieses que fazem com que tenham dificuldade de se colocar no mercado, novas oportunidades também surgem.
Empresas que apostaram na ousadia dos mais jovens, percebem o quão importante é a vivência dos mais experientes. Criam possibilidades como programas de mentoring, estagiários seniores. Ações como estas ainda são tímidas, mas tendem a crescer.
A troca de conhecimento entre as gerações é a principal vantagem da diversidade etária para os negócios.
Importante ressaltar que a postura e a autoestima das pessoas 60+ também mudaram bastante com o surgimento de programas voltados para este público. Assim trouxeram uma perspectiva mais positiva, um sentido, um propósito de vida. As pessoas estão mais preocupadas com a alimentação saudável e melhoria de qualidade de vida.
Um estudo da Acad Brasil (Associação Brasileira de Academias) mostra que 30% dos frequentadores de academia têm mais de 60 anos. Isso equivale a mais ou menos 1,8 milhão de pessoas.
Eu tenho um exemplo dentro de casa. Minha mãe tem 85 anos e 4 vezes por semana faz Yoga e Ginástica multifuncional. Atualmente reclama todo dia do isolamento por conta da pandemia. Isso porque ela quer estar ativa e voltar à sua rotina. Encontrar as suas amigas e amigos.
Manter-se ativo física e mentalmente gera autoestima elevada, amor próprio, felicidade.
No campo educacional a participação também aumentou. Segundo levantamento do Censo de Educação Superior, há aproximadamente 30.000 pessoas 60+ em cursos de graduação e pós-graduação. E, de olho neste mercado, não é difícil encontrar universidades com condições especiais para este público.
Isso mostra que o fator preponderante não é a idade. Mas sim a perspectiva que se oferece para as pessoas estarem em movimento, colocarem os seus talentos em prática. Além disso, a consciência e a autoestima das pessoas 60+ para ocuparem estes espaços.
É de suma importância criar eventos, rodas de conversa, para gerar reflexão, mobilização social. Pressionar autoridades e empresas a mudarem estratégias, culturas. E a criarem ações mais focadas nas resoluções destas questões.
Ainda temos um caminho longo pela frente, pois ainda há preconceitos a combater. Mas tenho plena certeza de que o futuro será muito mais inclusivo para o público 60+.
Então, meu recado é:
Se você é um empreendedor olhe de fato com carinho para este público. Crie estratégias para atrai-los e criar identificação com a sua marca, pois é um público consumidor que não pode ser descartado.
Se você trabalha no RH ou é um gestor, então pense quanta experiência está sendo desperdiçada ao não considerar este público na sua equipe. A melhor estratégia é contar com a complementaridade dos jovens e dos mais experientes. É comprovado que uma empresa diversa gera mais resultados.
Se você é uma pessoa 60+, então mantenha-se em movimento. Busque o seu propósito de vida e atividades que lhe tragam felicidade.
Gostou do artigo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/
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