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Quais das suas ideias você não quer mudar?

Por que caminhar em direção ao desapego? Quando nos apegamos nem percebemos que não estamos permitindo que a vida seja dinâmica, que o novo possa fazer parte da nossa vida.

Existe um lindo poema de Fernando Pessoa que fala do desapego. Ele nos fala de coisas tão profundas com uma simplicidade e estética tão próprias desse autor.

O fato é que várias áreas de estudo como a literatura, a filosofia e até mesmo outras áreas de conhecimento, como as práticas filosóficas dentro de doutrinas religiosas, abordam o tema do desapego através de suas ideias e estudos.

Claro que alguns aspectos aparecem de uma forma bem clara o que há em comum com as práticas acima citadas, mas o que eu gostaria de abordar aqui são aspectos mais sutis e a dificuldade do desapego.

Essa minha pretensão vem da intenção de que esse pequeno texto possa ajudar a descobrir suas próprias dificuldades e como fazer para caminhar em direção ao desapego.

Primeiramente, por que caminhar em direção ao desapego?

O apego está em tudo e, muitas vezes, não é percebido. Não estou falando a respeito do apego material (esse tende a ser muito mais fácil de ser percebido). Quando digo: o apego está em tudo, estou querendo dizer:

  • Nos conceitos e pré-conceitos;
  • Nas crenças;
  • Nos valores;
  • Nos hábitos;
  • Nas próprias verdades;
  • Nos sentimentos;
  • Nas fases da vida;
  • No igual ou diferente;
  • No nosso Ser mais profundo.

Quando nos apegamos nem percebemos que não estamos permitindo que a vida seja dinâmica, que o novo possa fazer parte da nossa vida.

Então, o caminhar em direção ao desapego é, em primeira mão, poder enxergar muitas vezes coisas, ideias e contextos, em que não temos um registro que nos ajude a reconhecer aquilo.

Isso não é nada fácil, pelo simples motivo que se não temos um registro (interno) que “aquilo” existe, como podemos enxergá-lo?

Em segundo lugar há outra pergunta fundamental: a partir de conseguir reconhecer (com um trabalho interno), o que fazer com essa informação?

A resposta é simples, mas requer uma apropriação do novo ou não. A resposta é: escolha.

Não há caminho fácil. Escolher é deixar ir, é desapegar-se. Não existe escolha sem renúncia.

A diferença é que você nunca mais será o mesmo porque agora você pode acessar outras formas e alternativas de pensar, fazer e (o que é mais importante) outras formas de sentir.

Proponho que comece já. Pense em uma atitude que você costuma ter, um conceito sobre um assunto que lhe é muito caro, um hábito que está com você desde sempre. Resolva qual delas você gostaria de trabalhar e se perceba. Tente identificar se essa situação que você escolheu é repetitiva na sua vida. Veja porque você não a abandona.

Essa proposta é bem inicial, mas se houver uma curiosidade e uma disposição para esse movimento você pode estar começando a trilhar um caminho que lhe trará alguma possibilidade de ser livre desse apego que pode estar paralisando sua vida em algum aspecto.

Boa sorte!

Rosangela Claudino tem vivência em culturas organizacionais de portes e segmentos diferentes, como: Laborterápica Bristol e American Express. Com experiência em áreas de recursos humanos passou a atuar em consultoria própria de seleção, desenvolvimento de pessoas e implantação de gestão estratégica de RH, agregando conhecimentos e compartilhamento em outros segmentos como: alimentação, tecnologia e financeiro. Pós-graduada em Administração com foco em RH e Marketing, com Formação em Coach reconhecida pelo ICF (International Coaching Federation) e Psicanalista formada pelo Centro de Estudos Psicanalíticos, atua também em conselho de administração e atende em consultório particular. Mentora e Coach do programa, PROVOCA – Programa Vocação e Carreira, desenvolve e atua em seus atendimentos valendo-se de técnicas de Coaching, ferramentas de RH e gestão estratégica de negócio, associadas a escuta diferenciada da psicanálise.
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