Quais indicadores você utiliza para gerir o seu negócio? Financeiros? Operacionais? Comerciais?
Só sabemos se estamos no caminho certo medindo o que estamos fazendo, por isso os indicadores são importantes.
Para medir o desempenho das empresas adota-se indicadores estratégicos, táticos ou operacionais para medir aspectos financeiros, comerciais ou operacionais, o que pode gerar uma quantidade quase que infinita de indicadores.
O grande segredo é definir um conjunto de indicadores que efetivamente permita a gestão avaliar o desempenho da empresa, mas sem inviabilizar a operação, quer pela quantidade de indicadores, quer pela complexidade na sua apuração. Os indicadores podem ser:
- Estratégicos: acompanhados pela alta direção na avaliação do desempenho da operação em comparação com o planejamento e quais as correções necessárias;
- Táticos: utilizados pela alta e média direção para avaliar o resultado das medidas de curto ou médio prazo; ou
- Operacionais: utilizados por cada uma das áreas na avaliação do seu desempenho.
Para uma boa gestão da empresa o conjunto de indicadores estratégicos a serem acompanhados deve cobrir as diferentes áreas e variar de acordo com a maturidade da empresa e sua área de atuação, por exemplo:
- Financeiros: utilizados na avaliação da saúde financeira da empresa e para medir o quanto de valor está sendo criado para o acionista.
- Uma startup que ainda não gera lucro, provavelmente será utilizado o “cash burn rate”[1] (em quanto tempo o caixa disponível será consumido)
- Uma empresa com operação consolidada utilizará o lucro ou EBITDA[2] e suas derivações (margem EBITDA: divisão do EBITDA pela Receita Operacional; Total do endividamento dividido pelo EBITDA – tempo será necessário para pagar a dívida total da empresa; entre outros.
- Comerciais: utilizados para medir a evolução da carteira de clientes (aquisição e retenção), satisfação dos clientes, rentabilidade de clientes, frequência ou recorrência de compras.
- Operacionais: demonstram o desempenho da operação interna da empresa, por exemplo: tempo de disponibilidade do sistema, tempo de correção de uma falha no sistema, quantidade de itens produzidos por funcionário, disponibilidade de itens para venda, entre outros.
Essas 3 dimensões a se analisar em conjunto para uma correta avaliação do desempenho da empresa; uma queda ou elevação em um dos indicadores pode ser a explicação para a variação de um outro indicador, por exemplo:
- A diminuição do volume de vendas pode ser decorrente da indisponibilidade do sistema, o que pode justificar a piora dos indicadores financeiros;
- Uma maior disponibilidade de produtos para venda pode responder pelo aumento da carteira de clientes o que, por sua vez, explica a melhora nos indicadores financeiros;
- A melhora na satisfação dos clientes pode resultar em uma maior frequência de vendas e melhora nos indicadores financeiros; ou
- Uma piora nos resultados financeiros pode levar a um menor investimento o que pode impactar negativamente nos indicadores operacionais e comerciais.
Conforme exemplificado acima, as 3 dimensões estão interligadas e são interdependentes, podendo responder por um círculo virtuoso (exemplos 2 e 3) ou por um círculo vicioso (exemplos 1 e 4).
Mas não basta ter indicadores. Eles precisam fazer sentido e alguns cuidados são necessários na sua criação, entre eles:
- Ter registrado para cada indicador: nome, critérios de apuração, o que é considerado ou desconsiderado, periodicidade (diária, semanal, mensal, etc.) e o responsável pela apuração.
- Ter pelo menos um indicador para cada uma das visões.
- Limitar a quantidade de indicadores; ter apenas os essenciais e que explicam a operação.
- Estar ciente que é um processo evolutivo; indicadores são excluídos e incluídos à medida que a operação cresce.
- Lembrar que todos os indicadores precisarão ser analisados, por isso a necessidade de limitar a quantidade de indicadores e excluir os que perderam o sentido de serem acompanhados
- Fugir dos “indicadores de vaidade”; eles servem para atender desejos de uma área ou pessoa, mas não para a avaliação de performance da empresa.
Pode parecer fácil estabelecer um conjunto de indicadores, mas não é simples. Ele é trabalhoso e implica em algumas horas de alinhamento e discussão até obter-se o consenso entre as pessoas que os utilizarão, uma vez que todas precisam reconhecer a importância de cada um deles, bem como acreditarem que com eles a gestão da empresa será mais eficaz e eficiente.
Caso contrário será um processo burocrático que consumirá recursos na apuração e análise, mas sem qualquer benefício para a operação.
Você já tinha ouvido falar de indicadores? Quais indicadores sua empresa utiliza? Compartilhe comigo a sua opinião e experiência.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre os indicadores de gestão, financeiros, comerciais e operacionais, para você gerir adequadamente o seu negócio? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
[1] tradução livre: Taxa de queima do caixa
[2] tradução livre: Resultado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização
Confira também: O que utilizar na gestão financeira da empresa: Lucros & Perdas ou Fluxo de Caixa?
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