Qual é a diferença entre entusiasmo e euforia?
Pois bem, vamos ao dicionário* e ao significado dessas palavras na atualidade:
Entusiasmo – Ardor que impulsiona alguém a fazer algo; admiração apaixonada; ardor, veemência; alegria excessiva, forte; júbilo; grande demonstração de felicidade.
Euforia – Estado que se caracteriza pelo aparecimento de alegria, otimismo, ânimo etc., mas que não corresponde à realidade da vida da pessoa que diz experimentá-los; alegria excessiva e momentânea; exaltação.
Olhando para essas duas palavras, por definição ou independentemente de uma definição escrita, é de fato comum que façamos uma confusão ao expressar o estado de ânimo entusiasmado e o estado de ânimo eufórico.
Quero deixar registrado que, aqui virão as minhas percepções a partir da minha prática pessoal de meditação, e do meu convívio com os sintomas de transtorno de ansiedade. Então não há base científica citada aqui. Apenas a minha experiência.
Ao desenvolver a habilidade de prestar atenção, de ter consciência dos meus estados mentais momento após momento, a maioria das vezes que me deparo com situações as quais me percebo eufórica, há a presença de uma sensação que é de fato diferente da sensação de entusiasmo.
Essa diferença é sutil, e no meu caso, foram necessários alguns anos de prática que eu então pudesse notar isso.
Ao viver uma situação boa, posso me deixar entrar no estado mental de euforia e me relacionar com a experiência de uma forma não saudável.
Para mim, a euforia é algo que ultrapassa, vai além do entusiasmo, e ao ultrapassar essa linha tênue entre uma coisa e outra, o gatilho da ansiedade é disparado, e as manifestações físicas e mentais que podem surgir a partir desse disparo não são nada salutares, apesar de estar vivenciando uma situação boa, positiva.
Um dos grandes benefícios que noto da minha prática diária de mindfulness é a percepção clara dos meus estados mentais. De onde eles vêm e como posso manejá-los. Ou ainda, como posso me relacionar com esses estados de uma forma diferente e saudável.
Perceba que estou falando de vivenciar coisas boas, positivas, agradáveis e, ainda assim, me deparar com um estado que pode me levar a uma direção não salutar.
Essa percepção mais aguçada acerca dos meus estados mentais, me trazem a possibilidade de discernir a presença de algo que parece sutil entre o entusiasmo e a euforia.
Essa experiência não é algo fácil de descrever porque se trata de uma sensação do lado de dentro da pele. De perceber pequenos sinais e sintomas físicos e/ou mentais. De aprender a separar o joio do trigo. E de me relacionar mentalmente e fisicamente de uma forma saudável com os acontecimentos.
Me refiro à consciência para fazer escolhas. Me refiro ao espaço entre o estímulo e a resposta, onde assim eu posso me perceber, discernir e mudar a direção.
Se eu pudesse recomendar algo a quem me lê nesse momento então seria: pratique mindfulness. E pratique com a intenção de aprender a desenvolver esse discernimento de fato.
Não estou falando de uma atenção pura e concentrada somente. E sim, de uma atenção consciente dos movimentos internos do corpo e da mente para ser capaz de fazer melhores escolhas na vida.
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* Dicionário online de português.
Silvia Cavalaro
https://www.silviacavalaro.com.br/
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