Comecei a fazer o exercício de olhar para tudo ao meu redor e entender o que tudo aquilo significa para mim.
Olhar para os objetos, paisagens, pessoas, sem julgamento. Apenas olhar e entender que significado estou dando para tudo.
Como esse exercício é simples e profundo ao mesmo tempo! Comecei a entrar em contato com os julgamentos e condicionamentos que tenho sobre tudo o que vejo.
Perceber que uma cadeira é uma cadeira, tem um efeito libertador sobre minhas opiniões sobre a cadeira. Entender que tenho sentimentos e emoções em relação àquela cadeira me fez perceber que estou projetando o que tenho na minha mente sobre aquela cadeira.
E então se faço isso com a cadeira, o que estou fazendo com tudo que vejo?
Ao olhar para uma pessoa e não fazer o exercício de simplesmente olhar para ela, para o que ela é, estou fazendo projeções sobre o que penso sobre ela. Passo a sentir emoções baseadas nesse pensamento e que além de me aprisionar, aprisionam a imagem da pessoa em si.
O exercício de olharmos com naturalidade e rapidez a tudo que existe à nossa volta, nos ajuda a não nos fixarmos em nossos julgamentos e condicionamentos sobre o que estamos vendo e sentindo.
Vamos acolhendo tudo ao nosso redor e nos desapegando de tudo ao mesmo tempo.
Isso também vale para os acontecimentos. Se olharmos para eles e apenas deixá-los passar, vamos perceber de fato a impermanência de tudo. E que podemos ir nos desapegando sempre.
Uma situação de stress onde algo no trabalho nos ocorre é mais um evento, e esse evento vai passar.
Uma tristeza que nos abate por algum acontecimento, é mais uma tristeza que passará.
O significado que damos às coisas é também uma escolha. E se olharmos amorosamente para tudo ao nosso redor, coisas, pessoas, tempo, se olharmos para nossas emoções com acolhimento e deixá-las passar, vamos de fato entendendo que temos em nossas mãos a capacidade de apreciar a vida.
Nada é incluído ou excluído aqui. Tudo é. Assim como nós somos.
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