Vivemos um tempo em que as interações familiares tornam-se cada vez mais frágeis. O que temos presenciado é que pais e cuidadores se sentem cada vez mais perdidos na tarefa de educar, aplicar regras e impor limites às crianças. Saímos de uma educação autoritária, rígida e mais voltada para o conformismo, e estamos vivendo o extremo oposto da permissividade, em que os pais nem sempre conseguem exercer sua autoridade, utilizando a disciplina orientada para o amor e aprendizados.
Atualmente passamos longos períodos fora de nossa convivência familiar em decorrência do trabalho, das longas distâncias nos grandes centros, dos compromissos e atividades que todos possuímos. Muitas vezes não porque queremos ou desejamos, mas por esta ser uma realidade da vida contemporânea.
Esta ausência em alguns casos pode gerar um sentimento de culpa e levar os pais a buscarem mecanismos compensatórios na tentativa de suprir a atenção necessária que não conseguem proporcionar. Em nossa sociedade existe o predomínio de uma busca de felicidade exagerada, sem espaço para a tristeza e a frustração. Desejamos poupar nossos filhos de viver decepções e sofrimentos, mas não conseguimos evitar que eles enfrentem os desafios que surgirão ao longo de sua vida. Todas essas dificuldades e experiências lhes trarão importantes ensinamentos.
O maior legado que os pais podem deixar aos filhos é ajudá-los a desenvolver habilidades necessárias para serem autônomos, resilientes e emocionalmente saudáveis. Pais não precisam ser perfeitos, mas precisam ter congruência em sua fala e ações. As crianças aprendem e se desenvolvem por espelhamento, ensinamos através do exemplo. Não precisamos aguardar um momento ideal para transmitir ensinamentos aos nossos filhos, podemos fazer isso nas interações diárias, ajudando-os a aprender com os erros e utilizando as dificuldades do dia a dia para ensiná-los a serem mais responsáveis, organizados e a desenvolver seu verdadeiro potencial.
Como promover e estimular um ambiente favorável ao aprendizado se estamos tão absorvidos em nossa rotina e obrigações diárias? O pouco tempo de convivência existente, habitualmente retrata cada um realizando uma atividade solitária com o seu meio tecnológico de preferência, ocasionando distanciamento, falta de comunicação e conexão entre os membros da família. A tecnologia deve ser apenas mais um elemento na vida da família, sem substituir o contato caloroso e afetivo.
O diálogo e a brincadeira são importantes instrumentos para a construção de relacionamentos mais significativos. Através da brincadeira conseguimos transmitir ensinamentos, valores, interações de cooperação, interiorização de regras, desenvolvimento de conceitos de ética e respeito. É através da brincadeira que a criança consegue expressar emocionalmente seus conteúdos internos e sua criatividade. Muitos pais não receberam esse tipo de interação e encontram dificuldade em realizá-las com seus filhos. A boa notícia é que a qualquer tempo é possível transcender e ressignificar as experiências vividas, tornando-se os pais que sempre quiseram ser e assumindo o protagonismo na missão de formação dos filhos.
Os pais e cuidadores têm papel fundamental no desenvolvimento da criança, por isso precisam construir uma atmosfera propícia ao cultivo de relacionamentos mais verdadeiros e profundos, favorável ao afloramento da identidade pessoal. A família é um sistema e tem o papel de prover afeto, segurança, socialização e suporte emocional.
Através das interações familiares os pais poderão ajudar seus filhos a desenvolverem habilidades para se tornarem mais saudáveis e felizes.
Pensando em contribuir para favorecer momentos de alegria, trocas e descobertas, estabelecendo uma conexão mais profunda e de qualidade entre os membros da família, preparei o e-book disponível no link abaixo: 25 Dicas de Atividades para Aumentar a Interação Familiar.
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Beijos,
Danielle Gomes
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