Partindo do pressuposto de que nosso passado molda e influencia o nosso futuro, muitas vezes, não nos damos conta do quanto ficamos aprisionados em mágoas, ressentimentos, frustrações e sofrimentos de fatos que aconteceram em nossas vidas e que influenciam nossas relações no presente, nos impedindo de progredir e utilizar plenamente nosso potencial.
Não podemos ignorar que temos uma história que nos precede. Somente nós, quando nos tornamos adultos, podemos dar à nossa criança interior, o que ela necessita e não recebeu. Enquanto adultos, temos a capacidade de resgatar e cuidar da nossa criança interior de forma a ressignificar a nossa história. Através do caminho do autoconhecimento e da reflexão, somos capazes de identificar quais os fatores de nosso passado estão impactando em nosso presente para poder fazer as mudanças necessárias.
Muitas vezes, não nos damos conta de como nossas ações estão influenciando os comportamentos dos nossos filhos. Acabamos repetindo algumas condutas que nossos pais tiveram conosco, mesmo quando havíamos prometido a nós mesmos que nunca faríamos de tal forma quando tivéssemos a nossa própria família.
Podemos escolher olhar para os nossos pais com compaixão e gratidão por eles nos terem dado o dom da vida. Perdoá-los plenamente, tendo sido eles como foram ou como conseguiram ser, talvez repetindo o que também receberam. Isso nos permite experimentar a empatia para, verdadeiramente, nos colocarmos no lugar do outro, reconhecendo seus limites e compreendendo que não poderiam ter sido diferentes.
Ao aceitar a nossa história, somos capazes de integrar nosso passado ao nosso presente, dando um novo sentido ao que está acontecendo dentro de nós. Ao decidir fazer isso, nos tornamos capazes de nos liberar das experiências negativas e, desta forma, ficamos livres para assumir o controle de como pensamos e agimos, conquistando uma maior compreensão sobre nós mesmos, nossa família e do ambiente que nos circunda, dando um sentido de propósito maior às nossas vidas.
Reconstruir o passado é uma ferramenta poderosa para tornar consciente e trazer à luz os acontecimentos dolorosos, que nos impedem de viver um futuro melhor. Dar vazão aos sentimentos e compreender as emoções, nos permite mudar nosso estado mental para deixarmos de ser vítimas das circunstâncias e influenciados pelas emoções internas. Para se obter cura, é necessário ter consciência, trazer à tona nossos medos e dores. Isso nos ajuda a lidar mais facilmente com as adversidades e desafios do presente para sermos o tipo de pessoa e de pais que queremos.
Temos a capacidade de sermos infinitamente melhores do que antes e definitivamente mais fortes. Podemos escolher empregar nossas forças no que há de bom, dando oportunidade para que algo novo renasça e floresça. Ao concentrarmos o nosso foco no positivo, estando abertos a encontrar novas formas de fazer as coisas, nos sentimos mais capacitados e encorajados a mudar o que é necessário. Ampliamos nossa percepção de nós mesmos, dos outros e da vida, assumimos o protagonismo da nossa história, impulsionados a seguir em frente.
Somos capazes de escolher multiplicar o amor que recebemos, as oportunidades que tivemos, as bênçãos que nos foram concedidas, as novas chances de recomeço, ao invés de nos prender às injustiças que sofremos, às expectativas que não se cumpriram, o que nos faltou, o que não pudemos ser ou fazer. Podemos optar em olhar para frente, com esperança de que conseguiremos fazer coisas importantes acontecerem em nossas vidas.
Quando alcançamos o perdão ao invés de rancor e amargura, encontramos paz em nossos corações e damos espaço ao amor que é o fio condutor, capaz de nos transformar nos seres maravilhosos e talentosos que podemos ser. Ao recontar nossas histórias pessoais, nos conectamos com nossa essência e iniciamos um movimento que possibilita dar à nossa vida um novo propósito e significado. Conseguimos influenciar e inspirar nossos filhos a também desenvolverem todo o seu potencial e realizarem tudo o que forem capazes de alcançar.
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