Mais do que falar sobre diversidade e inclusão hoje vou contar um relato. Considero-me um idealista, uma pessoa inquieta com as diferenças sociais, de oportunidades, preconceitos existentes na sociedade.
Incomoda-me ver crianças sem escolas ou frequentando escolas de má qualidade, discrepância na distribuição de renda a ponto de pessoas passarem fome ou não terem suas necessidades básicas atendidas, atitudes preconceituosas explícitas ou veladas em relação à raça, gênero, orientação sexual, idade, classes sociais, afinal a sociedade é para todos ou deveria ser assim.
Muito do que vivemos é fruto de uma cultura enraizada e uma sociedade individualista e imediatista. Incapaz de compreender que recebemos proporcionalmente o que oferecemos ao mundo.
Acredito que temos um poder enorme de mudar o mundo atuando pelo coletivo, tendo atitudes mais éticas e empáticas, influenciando pelo exemplo. Tomar consciência que nossas atitudes influenciam de alguma forma o outro e as atitudes do outro influenciam a mim.
A maioria das pessoas não se dá conta do quanto vivemos numa grande engrenagem. Desejam a mudança, mas resistem mudar. Apontam para o outro, mas não percebem as próprias atitudes. As mudanças ocorrem a partir do indivíduo para a sociedade.
Como a frase atribuída a Gandhi “Seja a mudança que você deseja para o mundo”.
Comecei a me dar conta da força desta frase quando conheci uma pessoa: Lilian Cury. Um destes encontros especiais que a vida nos traz. Lilian participava do evento de um grupo de RH que eu coordenava quando tive a oportunidade de conhecer sua história.
Lilian é consultora de RH e aos 40 anos perdeu a visão. Na época eram 6 anos nesta condição. Apesar de toda situação, Lilian contagia pela sua alegria, extroversão, positividade. É notória a sua capacidade de resiliência, de transformar um momento tão difícil em aprendizado pessoal e transmitir estes ensinamentos às pessoas.
Com ela aprendi o quanto a força interior faz toda diferença, mas que só faz sentido quando o querer se transforma em acreditar. O acreditar em agir. O agir em persistir. O persistir em resultados.
Desde então aquele meu ideal de justiça tornou-se mais forte e minha primeira atitude foi escrever minha missão de vida: “Fazer a diferença na vida das pessoas e contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva” e colocá-la em prática ao desenvolver um projeto social de capacitação, inclusão e orientação de carreira para jovens de comunidades carentes, chamado Projeto Bússola. Um projeto que vem fazendo a diferença na vida de jovens, familiares e dos voluntários.
Quero chamar a atenção sobre o quanto vivemos numa rede de conexões e influenciamos pessoas positivamente ou não pelo exemplo. A Lilian sabe o quanto a admiro, mas talvez não tenha a dimensão do quanto seu comportamento me fez refletir e me ajudou a colocar em prática minha missão de vida.
Da mesma forma os envolvidos no Projeto Bússola (voluntários e jovens) não imaginam o quanto fazem a diferença na vida uns dos outros. E numa grande corrente do bem vamos colocando nossa semente para construir aos poucos uma sociedade mais inclusiva e justa.
E você já plantou sua semente hoje?
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