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Quanto custa abrir um negócio?

Se você acompanha revistas e programas sobre empreendedorismo, com certeza já viu matérias sobre como fazer apresentações para investidores e investimento anjo. Todo mundo está falando sobre isso, mas a realidade é bem mais simples. Ninguém precisa sair correndo atrás do dinheiro de terceiros.

Meus alunos fazem essa pergunta toda hora. Tanto os que desenvolvem o negócio próprio, quanto os que empreendem nas empresas em que trabalham. Depois de alguns minutos de conversa, alguém sempre pergunta: “onde consigo investimento para começar esse novo negócio?”

Se você acompanha revistas e programas sobre empreendedorismo, com certeza já viu matérias sobre investimento anjo ou sobre como fazer apresentações para investidores. Todo o mundo está falando sobre isso. Acontece que a realidade é bem mais simples. Ninguém precisa sair correndo atrás do dinheiro de terceiros.

Negócios que começam com R$0 (isso, zero reais)

Nessa faixa, existem pelo menos dois tipos de negócios. Aquele em que o empreendedor não tem outra alternativa de carreira e começa a empreender por necessidade, “do nada.” Outro tipo de negócio é aquele em que o empreendedor acumulou tanta experiência que consegue desenvolver – apenas com seu conhecimento técnico – um serviço pronto para ser vendido.

Nesse caso, o empreendedor (e equipe) tem uma grande habilidade para prototipar e testar soluções para o mercado alvo.

Negócios que começam com até R$10.000

Esses são alguns dos mais interessantes. Eles podem (ou não) serem “derivados” do tipo anterior. Podem ser negócios como o Buscapé ou Facebook, por exemplo. Ou seja, mesmo iniciando com zero reais, é preciso hospedar um site na Internet, pagar uma ferramenta de email marketing e fazer o logotipo da empresa.

Lendo isso, você pode dizer “mas Thiago, tanto o Facebook, quanto o Buscapé conseguiram investimento.” Você tem razão, mas eu destaco que eles não começaram com investimento externo. Os empreendedores desenvolveram algo, antes de captar dinheiro no mercado.

A diferença está na abordagem: algumas pessoas priorizam a busca por investimento, mais do que se preocupam com o desenvolvimento de produtos ou serviços.

Negócios que começam com até R$100.000

Esse tipo de negócio tem algumas características específicas. Alguém que conseguiu juntar cerca de R$100.000 para iniciar um negócio pode ter feito isso por conta própria (maior probabilidade) ou por meio de investidores (menor probabilidade).

Cerca de 2 milhões de negócios são abertos por ano no Brasil e apenas uma fração deles começa com investimento nesse volume.

Quando falamos de um volume de cerca de R$100.000, espera-se que a ideia da solução já tenha sido prototipada e validada. Ou seja, o dinheiro não será gasto para “testar” se o produto/serviço tem aderência ao mercado.

Negócios que começam com mais de R$100.000

Os negócios que precisam de mais de R$100.000 de investimento inicial para sair do papel devem ser analisados com lupa.

Com a variedade de tecnologias disponíveis atualmente, é possível prototipar muitos modelos de negócios antes de investir esse valor.

Pense em fazer um desenho ou vídeo explicando a solução. Desenvolva a primeira versão, por mais estranha que possa parecer. Se necessário, contrate alguém por um ou dois mil reais para fazer um “story board” que conta a história que você está tentando resolver.

Negócios que começam com mais de R$500.000

Idealmente, negócios que começam com mais de meio milhão de reais são criados por pessoas que entendem muito do mercado em que atuam.

Eles conhecem as informações, práticas e influências dominantes no mercado alvo. Dessa forma, o dinheiro não é utilizado apenas para testar soluções, mas para conectar – com lucro! – produtos e serviços a potenciais influenciadores e compradores.

Nesse volume de investimento, ao mesmo tempo em que é necessário um plano para gastos, é preciso flexibilidade. Ou seja, é importante saber que mesmo conhecendo um mercado específico, a economia é dinâmica e as prioridades podem mudar.

Thiago de Carvalho é Mestre em Educação e Ensino de Negócios pela New York University, professor do Insper e da Fundação Getúlio Vargas, Associado Acadêmico no Brasil da Higher Education Academy – agência oficial de capacitação e certificação de docentes do Reino Unido e Country Manager da Clinton Education, onde é pesquisador-líder da metodologia QEMP. Possui experiência nas multinacionais Directv, Telefónica e Santander, onde dirigiu e treinou diretamente equipes de 2 a 350 pessoas. Somada à experiência executiva, empreendeu no ramo varejista de moda, e-commerce e EdTech. Entre reconhecimentos do mercado, foi eleito pela Universität St. Gallen, Suíça, como um dos 100 agentes de mudança empreendedora no mundo. No Insper, foi reconhecido como alumnus destaque. Como mentor, recebeu o prêmio de melhor Plano de Negócios Escrito na edição latino-americana da competição promovida pela University of Texas at Austin. Em Nova Iorque, seu projeto no Startup Weekend Education ganhou o primeiro lugar na divisão impacto social.
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