Durante algum tempo do nosso dia a dia (provavelmente todos os dias), nos dedicamos a uma atividade que possa nos trazer recurso material para nosso sustento. Inclusive, para alguns de nós, há uma dedicação a diferentes atividades diárias com essa finalidade. Até aqui nenhuma novidade.
Outro ponto é que há várias formas sobre como cada um exerce essa atividade. Dentro da forma sobre como exercer essas atividades existe um ponto crucial que vem mudando o modelo conhecido de trabalho. O ponto focal que vamos nos ater aqui é sobre valor.
Vamos conversar um pouco sobre o período do dia em que nos dedicamos a exercer essa atividade.
Há muito tempo se definiu que existe uma jornada diária de trabalho. Anterior a isso, existia a servidão feudal e escravidão de outros povos, muitas vezes, provocando o esgotamento, chegando a incapacidade de continuar a própria vida.
É sabido que hoje temos normas que são seguidas como se fossem lei. Claro que existem leis que regem esse tema, mas aqui estamos nos referindo a normas que não são leis, mas que estão tão enraizadas em nossa vida, nos costumes, hábitos, cultura, na própria pele, que agimos como se fossem leis invioláveis.
Atualmente, existem diversos períodos de trabalho pré-definidos, mas ainda vemos, por exemplo, a referência do período de trabalho com o horário das 8:00 às 17:00, com uma hora de almoço.
O que queremos abordar aqui, não é a flexibilidade de trabalho de horário de uma instituição pública ou privada. A discussão aqui está muito longe do fato de ser certo ou errado estipular um horário e se as pessoas devem ou não o cumprir.
A questão é qual o conceito do tempo cronológico que dedicamos às nossas atividades versus nosso tempo como valor único e intransferível.
O nosso único bem ou nosso maior patrimônio na vida é nosso tempo.
Não há nada mais importante na vida que podemos dar a alguém do que o tempo da nossa vida. Minutos, dias, semanas, meses, anos de dedicação, cuidado, entrega, etc.
Da mesma forma enquanto estamos exercendo uma atividade estamos oferecendo nosso tempo.
Quanto vale o seu tempo? Quanto vale o tempo da sua vida?
Hoje em dia, é até comum, ouvirmos falar sobre aquilo que é a única coisa que temos, que é o presente.
Vamos considerar o seguinte:
Não temos o passado, ele já foi embora. Fixar-se no passado de forma incessante e insistente pode nos levar à depressão.
Não temos o futuro, ele ainda não existe. Insistirmos em saber sobre ele e ansiar por ele nos leva à ansiedade que tanto nos suga a energia.
Sendo assim, só nos resta o presente. O tempo que temos é o presente.
No presente, nos dedicamos a alguma(s) atividade(s). Se isso é tudo que temos, volto a chamar a reflexão. Quanto vale nosso tempo nesse exato momento?
Se você realiza uma atividade, de forma remunerada, como: preencher documentos, ou fazer um móvel, atender paciente, ou qualquer outra atividade. Nesse exato momento você está vendendo seu tempo.
Você não está somente trabalhando ou recebendo um determinado número em dinheiro em troca de uma competência técnica ou experiência de anos de trabalho, ou pela sua capacidade em liderar pessoas. O que estamos vendendo nesse momento são momentos do presente da nossa vida.
Quanto vale cada momento presente da sua vida?
Será que vale somente dinheiro?
Nós precisamos nos manter, e cada um sabe o quanto precisa em dinheiro para manter aquilo que considera importante, mas vamos ampliar nossa visão. Esse dinheiro que recebemos tem um preço que pagamos.
Insisto que não é só o preço de cursos que fazemos, de várias formas de dedicação e capricho em nosso trabalho.
Não é meu intuito com esse tema levantar desilusão, ou descontentamento com a atividade que cada um exerce, mas sei que é possível que esse tipo de sentimento também possa surgir. Mas creio fortemente que podemos nos transformar a partir de encararmos o que está acontecendo de verdade, para que possamos sair de hábitos que nos incomodam, mas que não conseguimos identificar.
Nessa mesma linha de raciocínio existem várias outras questões, vamos nos ater a questão de como podemos fazer para que nosso tempo tenha uma coerência em relação ao valor que damos a ele.
Da atividade mais simples até a mais complexa podemos exercer com um sentido.
É o sentido que nos dá o sinal do valor do nosso tempo quando estamos exercendo nossa atividade de trabalho.
Convido à seguinte reflexão:
Qual o meu sentido na minha atividade de trabalho? Quanto vale o meu presente? Quanto vale meus minutos de vida?
Estamos conversando sobre nosso propósito de vida, sobre o que queremos gerar com a nossa atividade de trabalho para além de resultados materiais. Claro que esperamos e precisamos de resultados materiais, mas não é disso que estamos falando aqui.
Também não estamos dizendo que é possível ter uma atividade em que o tempo todo a exercemos somente fazendo aquilo que tem a ver com o nosso querer. Vamos deixar as ideologias e idealismos de lado por um instante e vamos refletir sobre o sentido e valor que nos damos através da realização de uma atividade de trabalho.
O convite é simples. Trata-se de uma reflexão que tem a ver com os nossos valores mais internos.
Trata-se aqui de uma reflexão rumo a um viver com sentido, com apropriação de quem se é e do que se quer para os preciosos minutos que temos em nossa vida.
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