A arte de contar histórias, antes de ser uma forma de entreter, é algo que ocupa a imaginação humana. Ela existe independente de país, tradições culturais ou do objetivo do contador. Contar histórias tem relevância pela capacidade de envolver o adulto ou a criança em uma viagem lúdica. Julie Winkle Giulioni, autora de trabalhos de aprendizagem, escreveu artigo sobre a contação de histórias, e eu quis aproveitar como sugestão aos coaches.
Para Julie, a contação de histórias ocupa espaço cada vez maior como ferramenta no mundo dos negócios. Atualmente, é comum vermos consultores e coaches oferecendo estratégias a partir do que, na literatura, chama-se storytelling. Para Pamela Rutledge, na publicação The Power of Psychological Storytelling, “as histórias são caminho para mostrar como pensamos e como interpretamos a vida, como explicamos nossas ações e como tomamos decisões, como buscamos convencer os outros de nossas ideias e como entendemos nosso lugar no mundo. Histórias mostram como criamos nossa identidade e como construimos os valores sociais”.
Aqueles coaches que entendem essa dinâmica podem elevar a qualidade de seus resultados com os clientes, pois terão condição de fazê-los dar sentido ao mundo que os rodeia através de histórias. A história bem contada, com foco no problema conduzido pelo processo de Coaching, pode se tornar excelente painel de coleta de informações e complemento ao desenho de perfil (um “quase” assessment). Histórias têm potencial de tocar emoções e criar um impacto visceral, sendo eficientes para criar não apenas a experiência compartilhada, mas um espaço maior ao diálogo. Na relação entre coach e coachee, por exemplo, histórias podem trazer informações importantes sobre liderança, motivações e paixões, representações do passado e orientações sobre o que se vai construir; podem motivar e inspirar, bem como dar lições em forma de conhecimento ou valores.
Se o coach souber estimular a contação de histórias pelo coachee, conseguirá criar ambiente mais efetivo para seu trabalho. As histórias mais eficazes tendem a compartilhar características comuns, pois nascem de uma ação autêntica e breve. Não são histórias longas e maçantes, mas passagens profissionais (ou pessoais) curtas, memoráveis e sinceras. Histórias revelam a vulnerabilidade e até mesmo os erros típicos de quem as conta e, excepcionalmente, quando as pessoas baixam suas defesas mentais, ganham maior credibilidade e ensinam mais.
A dica é que o coach ajude o seu cliente a contar as histórias (ou metáforas) sobre o que é seu ambiente de trabalho ou de vida. A contação de histórias geralmente tem três partes: a contextualização, o conflito envolvido e o tipo de resolução que se presta no caso. Metáforas e analogias geram a capacidade de descrever situações com imagens mentais, compartilhando e desencadeando um tipo diferente de entendimento. Surpresas e reviravoltas inesperadas mantêm o ouvinte atento e a repetição intencional de palavras ou frases também podem ser estimulantes para produzirem um conteúdo rico para o processo de Coaching.
Sugiro que os leitores deste espaço avancem nos conceitos do Storytelling Coach. A fim de estimular uma história pessoal relevante, você tem que entender o cliente e aquilo que o desperta para a vida. As necessidades do cliente determinarão as histórias e metáforas do coach, bem como as que serão solicitadas ao cliente para o desafio do processo de Coaching. Serão híbridas, misturando o pessoal com o profissional, mas acima de tudo, esclarecedoras sobre como relacionar a situação atual aos caminhos que levam ao objetivo como sucesso.
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