Quem coloca pedras no seu sapato?
Como você lida com os obstáculos e problemas da sua vida?
Tem dias na vida da gente que nada parece dar certo. Nem na vida pessoal, nem na vida profissional e muito menos na vida amorosa. E parece que quanto mais a gente se debate, mais afunda. Tudo bem, dias ruins fazem parte da vida de todo mundo. O que interessa mesmo é a maneira como a gente lida com eles, o modo como reagimos aos acontecimentos e a rapidez com que conseguimos reverter o quadro.
Se você consegue olhar para os maus dias com uma postura proativa, observando o que está acontecendo e colocando sua energia para mudar o cenário, as nuvens passam logo. Você não se fixa nos problemas: procura soluções. Quando vê, o dia melhorou e tudo começa a se acertar.
Milagre? Não!
como soluções não caem do céu, você coloca na busca por elas toda a sua criatividade, inteligência, boa vontade e não sobra nenhum tempo para ficar se lamentando, remoendo acontecimentos desagradáveis, assumindo o papel de vítima. Digamos que você faz as coisas acontecerem.
No entanto, se você tem uma tendência a Hardy – do desenho animado, lembra? – aí as coisas ficam mais complicadas. No desenho Lippy & Hardy, o leão (Lippy) vivia armando, e a hiena Hardy repetia sempre o mesmo bordão: “Oh dia! Oh azar! Lippy, isso não vai dar certo!”. Coincidência ou não, nada dava certo mesmo. Era até engraçado ver as agruras da hiena Hardy. Mas não é nada engraçado quando se trata da vida real.
Não vale a pena perder tempo e energia apenas desejando estar em outro lugar, em outro trabalho ou sendo outra pessoa. Mesmo porque maus dias fazem parte da vida de todo mundo. Se você acha que nada dá certo em sua vida; se está desconfortável com os acontecimentos, sempre procurando desculpas e justificativas para seus pensamentos e atitudes dê uma parada e olhe para si mesmo.
O que você está fazendo a respeito de sua vida? Você está disposto a dedicar-se? Ou acha que pode conseguir tudo sem esforço? Quanto você se empenha? Quanto você desanima diante do primeiro obstáculo?
Com certeza muitas vezes você ouviu falar que a vida é o que você faz dela – do quanto de coragem é capaz; da quantidade de alegria e prazer que consegue extrair dos mínimos acontecimentos; da capacidade de agir sem preguiça; do controle que tem sobre seus pensamentos negativos; da maneira como cuida da comunicação com as outras pessoas….
Poderia me estender aqui por páginas sobre as atitudes proativas que levam você em direção ao sucesso e à felicidade. Mas quero apenas fazer uma pergunta. Responda honestamente: não será você mesmo que coloca a pedra no seu sapato?!
Pois é! Muitas vezes somos nós mesmos que nos impedimos de ir adiante, de dar um passo após o outro em direção a um objetivo – como se uma pedra dentro do sapato machucasse o tempo todo e impedisse de caminhar, sabe como? A cada vez que tomamos uma atitude que nos impede de crescer e que acaba virando hábito – reclamar de tudo, fugir das responsabilidades, deixar sempre para amanhã, não cuidar das nossas relações, nem pensar em se aprimorar, cultivar a preguiça – vamos colocando pedrinhas dentro do sapato. Quando nos damos conta… já nem conseguimos mais andar!
Tem um problema? Vai fundo!
O primeiro passo para você tirar pelo menos uma pedrinha dos sapatos é identificar o problema: O que está acontecendo? O que está causando a dificuldade? Quais são os sentimentos, comportamentos, emoções e habilidades envolvidos? O que está mantendo o problema? Quais habilidades estão faltando para lidar com o problema?
Quando um problema é definido, metade do caminho para a solução já foi encontrado porque você conhece as características, o núcleo e as possíveis causas.
Faça um exercício de reflexão profundo para entender o que realmente está acontecendo – ser condescendente consigo mesmo é tomar um atalho. Principalmente porque o objetivo não é julgar, mas entender. Quanto maior for o entendimento, mais fácil fica. Eu, por exemplo, costumo olhar meus problemas por vários ângulos: de dentro, diretamente envolvida; de fora, como se fosse outra pessoa; e de cima olhando todos os cenários possíveis. Ao final eu conheço tão bem o que está acontecendo que fico íntima do problema.
O segundo passo, é imaginar o que pode mudar se resolver o problema e, é claro, o que vai acontecer se não fizer nada para resolver. Use a imaginação com muita vontade para encontrar a motivação necessária para mudar. Pergunte-se quais os aspectos do problema que pode trabalhar e quais habilidades precisa melhorar.
Gerar soluções potenciais é o terceiro passo. Faça uma lista de todas as soluções possíveis; analise as consequências de cada uma, a médio e longo prazo, e então procure entender antecipadamente quais são os obstáculos que pode encontrar pelo caminho, em cada uma.
Analise cada obstáculo, cada problema e explore as melhores maneiras de lidar com eles – quais são as estratégias que pode usar a cada vez que encontrar um obstáculo? O que vai fazer com as pedras que encontrar pelo caminho? Colocar no sapato? Contornar? Ou transformar em pó?
Pronto! Você fez um mapa!
Aliás, um mapa com vários caminhos para chegar ao lugar desejado. Decidir qual vai tomar, é uma questão de escolha baseada em análise, estratégia e resultado pretendido. Vai pegar a estrada? De que precisa? O que levar com você e o que deixar? Precisa adquirir alguma habilidade diferente? Mudar comportamentos? Levar companhia ou caminhar sozinho?
Ao fazer isso com os pequenos problemas diários, você vai treinando sua mente e seu corpo, e se habituando a antecipar-se para lidar e resolvê-los antes que afetem sua vida. Busco fazer isso sempre e, acredite, funciona. E ando confortavelmente, retirando qualquer pedra do meu sapato, sem prolongar sofrimentos.
Por exemplo, no dia em que cheguei ao hospital infartando, em poucos segundos, na sala de emergência, analisei todo o cenário e as minhas opções. Estava com muita dor, sendo despida, furada, monitorada, cheia de fios, com seis enfermeiros e o médico dando as ordens e conversando com meu cardiologista. A única opção que tinha era deixar que cuidassem de mim, mas não perdi a piada ao contar que tinha identificado o infarto de tanto assistir a séries na tv.
Em 15 minutos eu estava na sala de hemodinâmica, pronta para fazer um cateterismo sem nenhuma sedação, pois não estava em jejum. Completamente imobilizada na mesa, sem poder falar ou me mexer, analisei o ambiente, o cenário, e minhas opções. Além de me manter tranquila, nenhuma. Foram 2h15 contando as placas do teto, olhando as imagens do meu coração nos grandes monitores, me encantando com a tecnologia, prestando atenção em todas as ordens dadas pelo médico, observando as cinco pessoas que estavam na sala, e fazendo planos para minha vida.
Se fiquei com medo? Não. Porque eu não estava no controle, mas sabia exatamente o que estava acontecendo.
Quando voltei ao hospital semanas depois, um enfermeiro me disse que eu era “a mulher de cabelo vermelho que brincou durante um infarto”.
Mudar os hábitos, sentimentos e pensamentos (os aparentemente prejudiciais e os que você nem imagina que o prejudicam) é o primeiro passo para começar a agir para mudar o modo como vê a vida. Porque não se iluda: sem ação não há conquistas! E na próxima vez que você tiver um dia de Hardy procure então as pedras que você carrega.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como parar de colocar pedras no seu sapato e aprender a lidar com os obstáculos e problemas da sua vida? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br
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