Querer ou não querer? Eis a Instabilidade das nossas necessidades!
Nossas relações são permeadas pelas necessidades do que queremos e não queremos. A questão é que, ou não temos clareza do que queremos, ou cada hora queremos uma coisa.
E para complicar deixamos de conversar sobre esses quereres. Isso acontece nas relações familiares, amigos, sócios e nos relacionamentos amorosos mais ainda, talvez porque são recheados de outras necessidades
Essa instabilidade das nossas necessidades, vem acompanhada de outra maior ainda, a instabilidade de nossas emoções. Cada coisa que passa pela nossa cabeça gera uma reação no nosso corpo e consequentemente uma emoção emerge. Nem sempre sabemos lidar com ela. E por isso sem pensar, e na emoção do momento jogamos nossas necessidades nos outros.
Estamos mudando de ideia o tempo todo, porque novas ideias vão surgindo. E hoje estamos vivendo uma era fantástica do autoconhecimento e da consciência, mas isso não significa que estamos dando a oportunidade do outro ser o que é.
Estamos preocupados em sermos inteiros, em nos conhecer, em compreender nossas emoções, em reconhecer nossos desejos e necessidades, em perceber o poder de nossos pensamentos, mas tudo isso pode estar acontecendo com o outro. Com seu parceiro, amigo, sócio, filho. E compreender o universo do outro é muito desafiador.
O que o outro quer? O que é importante? E o que o outro sente?
Não conseguimos sentir. Então, nos resta respeitar, aceitar, não julgar. Ou seja, o que sentimos com o que o outro diz, não é um problema do outro, é nosso. Portanto se estamos jogando no outro a culpa pelo que sentimos, precisamos lembrar que ele não tem nada a ver com as nossas necessidades.
E sempre estamos prontos para “abrir” as gavetas das coisas não ditas e declarar nossas necessidades não atendidos que o outro que nem sabia existir. E vamos acumulando na vida necessidades e o pior, desejos engavetados.
Fazer isso também causa no outro uma avalanche de emoções e a outra parte vai buscar dentro de si tudo que necessidade. E então, começamos a guerra das necessidades não reveladas.
O mais desafiador é separar no meio de tudo isso o que são necessidades do que são realmente desejos.
Necessidades são as infindáveis coisas que começamos dizendo que TEMOS que, PRECISAMOS de, são os pensamentos barulhentos e caóticos de coisas que achamos que precisamos mais do que tudo, por isso, no outro dia quando achamos que não precisamos mais, voltamos atrás, e fazemos aquilo que estávamos dizendo que não queríamos.
Desejos são os sussurros da nossa Alma, está conectado com o nosso coração, não faz alarde, não nos invade de cobranças e culpas.
Um desejo não precisa cobrar nada do outro. Porque fazemos por amor, pelo coração.
Quando estamos caminhando conectados aos nossos desejos, fluímos com a vida, as atividades são prazerosas, os obstáculos são enfrentados com leveza, seguimos como rio, ora a água corre e contorna as pedras, ora o rio se estreita, alarga, cai numa forte cachoeira, mas não se prende. O desejo é livre.
Quando percebo em mim essa conexão e sinto pulsando o desejo de viver, parece que minhas necessidades diminuem, tudo flui, não tenho o peso do TENHO QUE.
Quando abro minhas “gavetas” confusas de necessidades, dependendo do dia e de minhas emoções e com quem estou me relacionando, corro o risco de voltar atrás numa ideia, dizer o que acho que é do outro e não é, ou seja, projeto o sofrimento em algum lugar, porque não está cabendo em mim. E às vezes percebemos isso nos outros, e o desafio é acomodar e honrar o que em nós é humano e nos reconhecermos no outro como um espelho de nós mesmos.
Os desejos transbordam e não emperram. O coração sabe e não duvida. O coração pulsa com a sabedoria da sua Alma, ele não precisa de nada, ele simplesmente É.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a instabilidade das nossas necessidades? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em te ouvir.
Claudia Vaciloto
https://claudiavaciloto.com.br/
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