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Quiet Quitting: Será que esse movimento é novo?

O que é mais preocupante: pessoas saindo do local de trabalho ou mantendo seus empregos se ausentando, entregando o necessário e nada além?

Quiet Quitting: Você sabe o que é? Será que o movimento é novo?

Quiet Quitting: Será que esse movimento é novo?

Na minha prática de Coaching, nos últimos meses, os executivos e executivas chegam com questões de como podem evitar os efeitos do movimento Quiet Quitting.

Na busca por uma possível resposta à essa pergunta, constatei que ao longo dos anos, muitos estudos têm demonstrado que apenas cerca de um terço dos funcionários relatam estar “altamente engajados” no trabalho, fato que me leva a pensar que o movimento não é novo.

Mesmo durante os dois anos de pandemia, e mais recentemente no período que já estamos chamando de pós-pandemia, este número tem se mantido relativamente estável.

Outras estatísticas revelam deficiências semelhantes no local de trabalho: cerca de 70% dos americanos sentem que a maior parte de seu dia de trabalho é tomada por tarefas monótonas — trabalhos que podem muito bem ser automatizados. Se tais tarefas fossem automatizadas, as pessoas acreditam que seus empregos poderiam ter um significado muito maior, criando espaço e tempo para poderem se engajar no trabalho estratégico e criativo.

Essas descobertas, combinadas com o aumento das taxas de burnout e a queda relatada no bem-estar dos funcionários, levaram a uma nova tendência na força de trabalho: o chamado quiet quitting “demissão silenciosa”[1].

O ponto é que o termo foi recentemente popularizado pelo TikTok, definindo a demissão silenciosa como o ato de fazer apenas o mínimo no trabalho. Zaid Khan (@zkchillin)[2] compartilhou sua própria descoberta do termo no final de julho deste ano, através de um vídeo de 17 segundos[3]. Em uma semana, o vídeo foi visto 2,6 milhões de vezes. O vídeo apresentava Khan sentado no metrô de Nova York, introduzindo o termo como quando:

“você ainda está desempenhando seus deveres, mas você não está mais de acordo com a mentalidade da cultura de agitação que o trabalho pode trazer para as nossas vidas”.

A demissão silenciosa corre paralelamente à Grande Demissão — outra forma dos funcionários tentarem comunicar sua profunda insatisfação com a cultura do trabalho. Khan encerra seu vídeo com uma simples declaração: “o trabalho não é sua vida”. E embora muitos líderes possam concordar intelectualmente com a afirmativa, a tendência provocou um elevado grau de ansiedade e frustração.

Se você, cara leitora e prezado leitor, são gestores, então eu pergunto:

O que é mais preocupante: pessoas saindo do local de trabalho ou mantendo seus empregos se ausentando, entregando o necessário e nada além?

O desafio para todos nós, líderes e gestores, é entendermos o que está ocorrendo com nossos colaboradores, nos perguntando o que estamos deixando de fazer ou demonstrar para as nossas equipes? Lembrando que a demissão silenciosa, não é simplesmente sobre evitar o trabalho, mas, sobre o desejo de uma vida mais significativa, fora dele.

De acordo com uma pesquisa recente da Gallup[4], divulgada em artigo chamado: A ‘Grande Renúncia’ é realmente o ‘Grande Descontentamento’ é preciso mais de 20% de aumento salarial para convencer os colaboradores a deixarem um emprego onde se sentem engajados e parte do grupo (pertencimento), e quase nada para convencê-los a deixarem a empresa quando não têm essas percepções de pertencimento e engajamento.

Não raro, os headhunters, comentam que quando se trata de escolher uma organização para trabalhar, millenials e membros da geração Z relatam que um bom equilíbrio entre vida profissional e trabalho é uma de suas principais prioridades.

Para aqueles que não podem se dar ao luxo de deixar o emprego, então a demissão silenciosa é uma forma de recuperar o tempo pessoal, complementam os profissionais de hunting. Além disso, o movimento foi um impulso contra a “cultura da agitação”. A cultura que a maioria dos executivos e executivas das gerações baby boomers e X se sujeitaram na busca do sucesso.

A pergunta, que merece atenção, é:

Como os líderes podem minimizar os impactos da demissão silenciosa para as empresas, oferecendo trabalhos significativos com maiores chances dos colaboradores, de fato, se engajarem e continuarem em seu local de trabalho?

Mais recentemente, as discussões sobre a demissão silenciosa, ganharam outras dimensões e clareza, pois as pessoas se manifestam de forma aberta reconhecendo que estão trabalhando pelo salário, e que priorizam se afastar do trabalho quando necessário. Muitos não estão convencidos de que “demissão silenciosa” seja o melhor termo para estabelecer limites. De fato, há quem diga ser negativo e perigoso enquadrarmos um equilíbrio saudável da vida profissional como um ato de desistência ou falta de compromisso. Podemos apenas chamá-lo do que é? É apenas trabalho.

E vocês leitoras e leitores o que opinam? Já pararam para pensar nisso?  Para você que é coach, já foi desafiada ou desafiado por questões como essa?

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre quiet quitting? Então, entre em contato comigo. Terei prazer em responder e discutir com mais detalhes.

Um abraço,

João Luiz Pasqual
Coach Mentor Certificado

 
https://www.intervisionclub.com.br/
https://www.cw4u.com.br

[1] Minha tradução livre da expressão Quiet Quitting

[2] Zayed Abbas Khan é um ex-ator e produtor indiano, filho do ator de Bollywood Sanjay Khan

[3]https://www.tiktok.com/@zaidleppelin/video/7124414185282391342?is_from_webapp=v1&item_id=7124414185282391342

[4] https://www.gallup.com/workplace/351545/great-resignation-really-great-discontent.aspx

Confira também: Usando as técnicas de Mindfulness para auxiliar nossa prática de coaching

 

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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