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Relacionamento Indivorciável

Você acredita que podemos ser felizes e saudáveis ao mesmo tempo? Você e sua alimentação tem um relacionamento do qual você não pode se separar.

Por Debhora Medeiros (Coach de Saúde e Bem-Estar pela Carevolution)

Você acredita que podemos ser felizes e saudáveis ao mesmo tempo? Eu acredito.

E quando digo que acredito, acredito mesmo.

Vamos supor que você esteja apenas seguindo o fluxo ou fazendo igual a todo mundo, apoiado no fato de que afinal se todo mundo está fazendo deve estar certo. Vamos supor que de repente você parou, refletiu e viu que aqueles comportamentos não trouxeram bons resultados para as pessoas. E junto com isso, leu os seguintes dados: As doenças cardiovasculares, câncer e diabetes estão entre as 10 maiores causas de morte no mundo. E tem ainda a obesidade, relacionada ao desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares. A obesidade (sobrepeso e obesidade) alcança 50% da população de adultos brasileiros. Entre crianças alcança já 15%. A projeção mundial segundo a OMS é que em 2025 existam cerca de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais 700 mil obesos (http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade). Na hora você se lembra de parentes, amigos e conhecidos que estão nesse quadro. Todo esse cenário te assusta.

Os dois primeiros dias você não para de pensar nisso e se mantém focado em mudar a sua vida. No terceiro dia, percebe que na verdade esses dados não eram uma novidade. E tem noção de que comer bem, se exercitar, dormir, relaxar e meditar faz bem. Inclusive já tentou mudar um desses hábitos ou construí-los. E não deu certo. E nesse momento, rapidamente, encaixa a sensação de “fracasso” lá no fundo e substitui por “nesse momento estou muito ocupado” ou “legal, mas não é o momento”.

Ao final de uma semana, nem se lembra mais que tinha se assustado com as últimas reflexões. Aliás que ideia é essa de refletir? Olha o trabalho que dá! Meio que por si só ela já exige uma mudança. E por fim decide que as estatísticas devem estar meio exageradas ou que deve ser algum terrorismo. Não pode ser tão grave assim. E então reduz a importância do problema até o grau em que consegue se livrar da culpa de ser imprudente, caso contrário ficaria pesado lidar com aquela informação.

Viu que simples? Uma constatação mundial pode virar um mero detalhe na sua vida. Problema engavetado. Seres humanos costumam ser bons em fazer análises assim, digamos enviesadas. Mas em algum momento vai se perguntar. Qual o sentido de fazer algo sem sentido? E aí entra novamente na reflexão.

No fundo o ponto é superar o que te impede de fazer o que é melhor para você depois que tem já as coordenadas do que fazer. Quão disposto está para se entender profundamente, para encarar de frente tudo que está por trás da forma como você vive, como se comporta? O que está por trás de seus hábitos, hábitos de saúde por exemplo. Por que você NÃO tem coragem de NÃO escovar os dentes um dia se quer, mas tem coragem de não fazer exercícios, de não dormir bem, de se alimentar sem cuidado uma vida inteira? Porque se a justificativa for a consequência, não vai me convencer. Uma cárie me parece bem mais simples de ser tratada do que diabetes, doenças cardiovasculares, câncer… Já tinha pensado nisso?

Você e sua alimentação tem um relacionamento do qual você não pode se separar. Concorda? Bem ou mal, você vai comer enquanto existir. Você precisa do nutriente tanto quanto precisa do ar. Imagina que perspectiva ruim se isso virar um conflito? Seu corpo sinaliza tudo que você está fazendo. Mas para perceber esse comportamento, natural dele, precisa de presença, de atenção. Requer coragem também. Persistência, dedicação, esforço … como qualquer relação. Se investir nessa, tenha certeza de que ela vai transformar a sua vida ou você vai se transformar e então ver a vida diferente.

Veja o que um único alimento pode esconder. Imagine uma paciente me contando sobre seu hábito alimentar. Vou te contar agora como eu ouço ela me dizer, por trás daquela fala irritada, da testa franzida e das emoções carregadas: “Meu próprio corpo é um grande professor. Ele me ensina quando preciso repor nutrientes, quando preciso descansar, quando preciso me mexer, relaxar… Me ensina as quantidades de que preciso e reage bem sempre que recebe o que necessita. Quando me atrapalho, ele gera sinais ou sintomas para me avisar de que fui pelo caminho errado. Ele me diz se estou comendo porque preciso ou se porque estou com raiva, ansiosa, descompensada e desesperadamente buscando um alivio de alguma emoção ruim que estou sentindo.

Ele me ensina que quando exagero ou desconsidero alguma das áreas da vida, eu vou desequilibrar. Nisso, vou buscar válvulas de alivio, de prazer, buscar respiro. E como não vai dar muito certo ou vai dar certo temporariamente, vou ter que fazer isso muitas vezes. Muitas mesmo. Até o ponto em que isso fica tão automático que vou fazer sem pensar. E que uma hora eu naturalmente vou aceitar que eu faço isso porque NÃO existe outro jeito. Porque minha vida é sofrida e porque eu mereço aquela brechinha, afinal todo mundo merece ser feliz. Vou aceitar o problema que precisa ser resolvido como impossível de ser resolvido ou vou até fingir que ele não existe. Talvez me desconecte tanto dele, que ele vai enraizar lá nas profundezas das bagunças que eu não quero mexer na minha vida ou que doem demais e prefiro não cutucar. E, inclusive, me convencer de que não tenho tempo para isso. Ou talvez eu aceite que a vida é assim mesmo…

Apesar de desconectada do problema e anestesiada pelo novo hábito criado para apagar o incêndio, não consigo me sentir bem. Porque no fundo ele não resolve muito. Anestesia dura pouco, aos poucos ele volta. E toda vez que repito e que tenho consciência desse hábito, eu me frustro, me sinto ridícula por mais uma vez falhar. E nisso reforço que nunca vou conseguir. Eu sei o que queria, mas não tenho coragem nem de falar, tamanha a distância que estou desse sucesso, tamanha a desilusão que vou passar caso eu falhe novamente. E quando vejo as pessoas conseguirem e ainda sorrirem ou me revolto contra a vida que privilegia os poucos sortudos ou passo a idolatrar os bem-sucedidos como super heróis. E assim fica cada vez mais pesado. Tem uma bagagem enorme aqui comigo que carrego sem saber lidar. Definitivamente fechei um ciclo em que existe apenas momentos muito ruins ou difíceis de serem processados, mascarados por picos de prazer que precisam manter um compasso especifico como se fossem um antibiótico, porque se você errar uma dose que seja, irá simplesmente desmoronar, então, por favor, se eu não puder comer chocolate, eu juro que não vou aguentar!!!

Olha quanta coisa para ser cuidada. Topa encarar essa empreitada? Se disse sim, se prepare para um grande encontro com você mesmo! É uma construção linda, que para dar certo você precisa querer. E que para ser sustentável você precisa compreender, além de se esforçar.

Voltando a frase inicial, eu acredito que podemos ser saudáveis e felizes ao mesmo tempo. Acredito que cuidar de si mostra respeito, mostra amor, mostra sabedoria. E que equilíbrio é voluntariamente escolher o que é melhor para você.

Construa sua Consciência Alimentar

Debhora Medeiros é Nutricionista Clínica e Esportiva Funcional. Especializada em Bioquímica, Fitoterapia Funcional e Alimentação Plant-Based. Coach de Saúde e Bem-Estar pela Carevolution.

Sharon Feder Author
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Sharon Feder é formada em Psicologia pela Brown University nos EUA, com especialidade em Estudos Brasileiros e Portugueses pela Brown University e Coach de Saúde e Bem-Estar com Certificação Internacional pela Wellcoaches (EUA). Treinada no Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (ProChange Behavior Systems). Atualmente, é Sócia Diretora na Carevolution Consultoria em Saúde e Bem-Estar, desenvolvendo programas de qualidade de vida e capacitações de profissionais com foco em mudança de comportamento, engajamento e autocuidado.
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