Resiliência e a Sobrecarga de Trabalho na Pandemia
Por Paula Barbosa (*)
Se há uma realidade nestes seis primeiros meses de 2021, é esta que estamos chamando de sobrecarga de trabalho na pandemia.
A sobrecarga como a própria palavra já denota é a demanda que, de fato, se apresenta além da carga regular, tanto na sua quantidade, quanto nas suas demandas. É aquela exigência que gasta excessivamente a energia que o(a) colaborador(a) deveria dispender em uma situação regular.
A escala QUEST_Resiliência, uma das ferramentas da metodologia ‘Abordagem Resiliente’ (2009), tem como objetivo mapear as crenças ativas durante uma sobrecarga de trabalho, e, em particular, durante a pandemia do novo coronavírus.
As crenças atuantes em situações como a de sobrecarga e de altos graus de exigências são determinantes dos comportamentos expressados pelas pessoas. Vê-se muito nítidas tais expressões nos ambientes de trabalho.
Se as crenças organizam os comportamentos expressados, então, temos uma correlação entre a resposta comportamental e a percepção das ameaças objetivas.
A percepção é a leitura interna que sistematiza os estilos comportamentais para haver superação frente aos problemas e às adversidades. Vê-se que resiliência é um misto de crenças (por exemplo: como eu acredito!) e os comportamentos expressados (como eu ajo!). Não é perfil psicológico ou um tipo de personalidade, mas a organização dos comportamentos.
Dessa compreensão se depreende que resiliência no trabalho não é um momento da vida ou um dia de trabalho ou uma fotografia como alguns costumam dizer. A resiliência se constitui nas cogitações que um(a) trabalhador(a) faz dentro de um período de sua vida.
Na jornada diária, quase sempre, todos são fortes e resistentes no trabalho. As exigências são compartilhadas, a distribuição das atividades é equânime e o volume de trabalho conta com braços (recursos humanos) em número suficiente. A complicação ocorre quando se tem em conta um período de tempo, e neste espaço temporal, há uma sobrecarga de trabalho como esta da pandemia que estamos vivendo.
Na Sociedade Brasileira de Resiliência há uma clareza sobre este aspecto da teoria da resiliência nas organizações. Temos que as complicações se estruturam a partir de conexões cognitivas advindas das demandas no trabalho e com as múltiplas possibilidades emocionais envolvidas e, por fim, a expressão corporal. O corpo acaba sendo o modo como a pessoa fala de sua resiliência. Em geral, se adoecendo com suas experiências de raiva, de medo e de tristeza.
É possível interpretar as variações das respostas face à sobrecarga de trabalho dentro da pandemia, a partir das modulações destas emoções. A raiva pode se tornar ira contra líderes (ou o inverso), a tristeza em isolamento dentro de quartos ou escritórios improvisados.
O pano de fundo da resiliência nas organizações é que o contexto dinâmico das organizações, sempre recheado de ameaças, pressões e desafios constantes exige assim, da parte dos líderes e colaboradores, o emprego de práticas criativas, inovadoras e consistentes com as demandas no ambiente. Além disso, exige eficiência produtiva no alcance de resultados e metas que implicam na experiência dessas emoções básicas. Este cenário só é possível com o amadurecimento das áreas da resiliência (resiliência nas organizações). Já está provado que o exercício e aplicação dessas áreas da resiliência, alavancam assim competências, resultados e entregas (resiliência corporativa).
Conhecer e aplicar as áreas da resiliência se torna assim uma poderosa ferramenta de transformação diante das adversidades e fortalecimento frente a este estresse bravo!
Conheça mais como desenvolver sua resiliência pessoal ou então de sua equipe lendo os outros artigos de nossa coluna.
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(*) Paula Barbosa é Gerente de Marketing; Certificada como Especialista em Resiliência na Gestão de Pessoas pela SOBRARE.
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Paula Barbosa
http://sobrare.com.br/
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