Resiliência: um passeio com Pensadores
Por Cristiane Hinterholz (*)
Há algum tempo escolhi estruturar a minha vida com mais serenidade, lucidez e discernimento diante dos desafios. Vivi a vida sob crenças e modelos de estresse constante. Quando não os tinha, dava um jeito de arrumá-los, pois viver em paz causava estranheza.
Decidida, e com o projeto de estabelecer ações de qualidade de vida, aprofundei os estudos sobre Resiliência. Meu objetivo: desembaçar conceitos distorcidos e aprender a enfrentar o mundo com mais leveza. Não foi sempre assim, provável que você ainda acredite, como eu acreditei por muitos anos que Resiliência era AGUENTAR. Vários tipos de aguentar… Eu me empenhei em ser workaholic e quase cheguei lá, afinal me sentia lisonjeada em ser apontada nas organizações como “a Resiliente”.
Quando conheci uma outra forma de agir, pensar e entender: a Resiliência na “Abordagem Resiliente” de autoria do Prof. Dr. George Barbosa, então vi luz no fim do túnel. Agora entendo com maior clareza, de mãos dadas com pensadores da antiguidade e também contemporâneos. Por isso te convido a passear e apreciar o caminho do conhecimento. Ampliar a percepção de um dos comportamentos mais importantes na atualidade: A Resiliência e, como poderá reforçar a minha qualidade de vida e a sua.
Entre as pesquisas feitas, encontrei a Carta que Epicuro envia a Meneceu.
Epicuro (341 a.C), filósofo grego que traz na sua filosofia a tão almejada “paz de espírito”. A sua doutrina sobreviveu por cerca de sete séculos no mundo greco-romano. Epicuro destaca a importância do equilíbrio, o estado de presença. Porque o que existe é o agora, a prioridade à vida e, nos conforta, de que não há dor permanente, elas são cíclicas e finitas.
Fazendo a relação com a Abordagem Resiliente há uma aproximação com os pressupostos atuais da metodologia. O equilíbrio é a chave para qualidade de vida e, a consciência sobre a existência, simplicidade e alegria de priorizar o cuidado com a vida. A Resiliência se torna uma das fortalezas do ser humano quando entendemos que estamos propondo ações de cuidado conosco. E autoconhecimento para saber lidar de forma estratégica com as adversidades do dia a dia.
Ser Resiliente é viver com sabedoria, pois aprendemos a lidar com situações de estresse e transformar uma experiência negativa em aprendizado.
Viktor Emil Frankl (1946), sobrevivente de quatro campos de concentração, trouxe uma contribuição importante ao introduzir a ideia de “sentido da vida”. Ele reforça que a percepção de que a existência possui um significado, e que este deve ser buscado, seria a principal força motivadora para continuar vivendo. Isso facilitaria a capacidade para suportar momentos de sofrimento intenso e de dar um significado ao ocorrido. Como um desafio compreensível e manejável, utilizando-se da criatividade, aprendizado, superação e crescimento. Uma das áreas desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento da Resiliência (PDR) é o sentindo de vida. Ele nos convida a ter motivos saudáveis para agir, objetivos consistentes e que nos impulsionam a viver.
Michel Rutter (1987-2008) em sua pesquisa a partir de experiências traumáticas com crianças na Romênia, constata que a resiliência não pode ser considerada como traço da personalidade, mas como processo dinâmico que pode variar em diferentes contextos.
De forma metodológica também propomos o que Rutter destaca na sua pesquisa, – o processo dinâmico no desenvolvimento do estado Resiliente. Na Abordagem Resiliente temos foco em 8 áreas aplicadas a ações efetivas que são acompanhadas fortalecendo o indivíduo para o movimento, pensado e dinamizado para resultados. Por isso, confirmamos que a resiliência é um estado aprendido. Não nascemos Resilientes, nos desenvolvemos e todos somos capazes em algum grau de aprender a lidar com os desafios.
Leandro Karnal, escritor e historiador, nos propõe pensar a Resiliência relacionada com resistência e descreve alguém que sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
E por fim, a metodologia da “Abordagem Resiliente” nos desafia a desenvolver o otimismo realista para seguirmos com os nossos objetivos. Contudo, se não o tivermos será desafiador manter a esperança em dias melhores. Fazer a vida valer a pena, dentro do que você acredita, é manter-se em estado de otimismo.
Resiliência é virtude, sem dúvida. Está ao lado da sabedoria, do equilíbrio e da paz perfeita. Voltamos à simplicidade e à busca pela qualidade de vida que Epicuro defende.
No passeio com pensadores e historiadores, entendemos que as adversidades acontecem em todos os tempos. Entretanto, nos paralisar ou aprender é mais que uma escolha. É desenvolver a nossa capacidade de ter equilíbrio e nos conhecermos para saber com quais recursos vamos lidar com a dor, frustrações e decepções.
É cultivar atitudes que preservem a existência da vida com alegria e bom humor.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como preservar a existência da vida com alegria e bom humor? Então entre em contato conosco. Terei o maior prazer em responder.
(*) Cristiane Hinterholz é especialista no desenvolvimento da Resiliência em processos individuais e corporativos. Apaixonada em transformar o modo de enfrentar as adversidades da vida. Formada pela Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE). Professora Graduada em Letras, com mais de 20 anos de experiência na área da educação. Programadora Master em Neurolinguística. Foco na transformação de pessoas gerando resultados diferenciados para pessoas e empresas.
Cristiane Hinterholz
http://sobrare.com.br/
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