Roda da vida: uma ferramenta tradicional que é ainda muito útil no processo de Coaching
Você sabe o que é a Roda da Vida e para que ela serve? Entenda por que essa ferramenta tradicional ainda é muito útil nos processos de Coaching.
Vale a pena revisitar essa técnica para entender o momento de vida em que o seu coachee se encontra e eleger os focos de trabalho.
“A vida está um caos, não sei nem por onde começar!” Quantas vezes não ouvimos essa frase nas primeiras sessões de coaching? O coachee percebe que a situação está difícil, mas o nevoeiro é tão intenso, que não é possível relatar a própria experiência com objetividade; bem como eleger um aspecto fundamental para priorizar. Se você está diante de um cenário assim com um cliente, então a roda da vida é uma excelente ferramenta. Ela traz um retrato de como está cada esfera da vida do coachee e ajudará assim a definir uma linha de trabalho eficaz. E o melhor: o simples exercício de clareamento já traz tranquilidade e motivação para prosseguir.
Quem criou a Roda da Vida?
O americano Paul J. Meyer, fundador do Sucess Motivation Institute, desenvolveu essa ferramenta, em meados de 1960, como forma de aprimorar o potencial de seus clientes. Autor de mais de dez livros, Meyer especializou-se nos temas sobre como estabelecer e alcançar metas para uma jornada de sucesso. Conhecido por ser pioneiro na indústria do desenvolvimento pessoal, ao longo de sua trajetória, levou o Instituto Sucess Motivation para mais de 60 países. Parte do sucesso de Meyer está no fato de utilizar ferramentas simples, objetivas e acessíveis, como por exemplo a Roda da Vida, proporcionando autoconhecimento e clareza.
O que é a Roda da Vida, para que serve e como funciona?
A intenção da Roda da Vida é fazer uma representação visual das esferas mais importantes da vida. Consiste em desenhar um círculo e dividi-lo em 4 grandes fatias, que representarão os aspectos profissional, pessoal, relacional e outro mais existencial, associado ao propósito maior e à qualidade de vida. Cada uma dessas grandes fatias deverá ser dividida em duas ou três subcategorias correspondentes, um detalhamento maior dos temas. Nem todos os autores trabalham com os mesmos assuntos. Veja algumas sugestões, a saber:
- Vida Pessoal: desenvolvimento intelectual, saúde, equilíbrio emocional.
- Relacional: vida amorosa, vida social e família.
- Vida profissional: situação financeira, senso de realização e percepção de contribuição social.
- Qualidade de vida: espiritualidade, lazer e hobbies.
Para cada uma das fatias, o coachee deve dar uma nota de 1 a 10 que indique o nível de satisfação dele com aquela parte da vida. Repare que as notas não correspondem aos resultados concretos que ele adquiriu naquele âmbito, mas à sensação de realização que ele guarda no peito quanto aquela parte da vida. É importante nesse momento evitar comparações. A ideia é focar na expectativa que ele obtinha e no que foi possível realizar de acordo com as circunstâncias postas.
É fácil encontrar uma série de modelos de Roda da Vida na Internet. Com elas, é possível ver como essa ferramenta é visual e, de fato, trará um entendimento bem claro sobre a situação atual do coachee.
Desdobramentos
Feito esse “mapa” visual é importante dedicar um tempo a cada categoria. Deixe o coachee falar sobre elas. Uma pergunta inicial é: por que você atribuiu essa nota? Verbalizar é um importante exercício para clarear e entender o contexto, tanto para o coachee como para o coach. Essa visão “aérea” da própria vida incentiva não só aquela sensação de “caiu a ficha”, mas também ajuda o coachee a sentir-se maestro da própria orquestra, capaz de tomar decisões coerentes com os objetivos almejados.
Também possui um efeito disparador de perguntas. E esse é o aspecto mais importante da Roda da Vida. Se a ideia é seguir um processo focado, então a primeira questão a se fazer é: qual dessas áreas que, se você desenvolver, mais te ajudará a chegar onde você deseja? Qual área você quer trabalhar primeiro para impulsionar a sua evolução?
Na sequência, peça para ele explicar como a melhoria nessa área poderá impactar positivamente as outras. Por exemplo, ele pode ter como objetivo final crescer profissionalmente, mas eleger o campo do relacionamento amoroso para trabalhar primeiro. Estranho? Não, não há uma linha reta ou um processo convencional. Ter a vida amorosa em casa tranquila poderá ajudar a ter mais energia, calma e assim foco para evoluir profissionalmente. O coachee sabe o caminho, nós o guiamos até ele.
Material de base para o processo de Coaching
No relato sobre cada categoria, o coachee nos dará material de sobra para explorar outros aspectos, entender como ele raciocina, como ele se comporta, como compõe, se relaciona, constrói ou destrói. O coachee entrega ali muitas e muitas chaves. É um material vasto para se fazer as perguntas esclarecedoras e outras provocadoras para que o coachee olhe para a vida dele sob um novo aspecto, um que o ajude a evoluir. Cabe a nós, com técnica, sensibilidade, respeito e criatividade, escolher ferramentas e abordagens que funcionarão com aquele indivíduo. Como saber? Perguntando, aprofundando, ouvindo atentamente, validando e entendendo a particularidade daquela mente única. Para todos esses processos, a Roda da Vida é, de fato, um ponta pé inicial rico, de coleta de dados valioso, para a compreensão do melhor processo a seguir com o coachee.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a Roda da Vida, para que serve e como usar no seu processo de Coaching? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Tatiana Avolio
https://www.estacaolideranca.com.br
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