Pessoalmente gosto de longas caminhadas e as aproveito para repensar alguns projetos ou novas abordagens para meus programas de Coaching, mas sempre utilizo parte deste tempo para meditar sobre a minha vida. Creio que isto é importante para me certificar onde estou e saber para onde e como ir.
Muitas vezes reflito que todos temos desejos, aspirações e fazemos projetos de vida, mas temos dificuldades em nos situar o que torna difícil estabelecer o caminho a ser percorrido. Outras vezes nem sabemos para onde ir o que dificulta traçar uma rota segura. Em todos os cenários, somente conseguiremos nos movimentar de forma objetiva se utilizarmos o autoconhecimento, levando em conta os nossos pontos fortes e fracos para estabelecer um plano de ação dentro de nossas reais possibilidades. Geralmente a nossa análise é superficial, pois leva em consideração apenas onde estamos agora sem observar a nossa posição em relação a um período de tempo maior o que muitas vezes nos faz tomar atitudes equivocadas.
Observe o mundo organizacional atual. Estamos em um momento de transição. Num passado recente a empresa tinha políticas de controle do funcionário muito rígidas, não só na questão de horários, mas também na forma de vestir, na exigência de um comportamento padrão e na ausência total de reconhecimento profissional e pessoal, tornando o “empregado” apenas mais um item a ser administrado.
Por outro lado, hoje já encontramos empresas que estimulam seus colaboradores a exercerem as suas atividades como se estivessem em férias, atuando via WEB e viajando por diversos locais e até auxiliam financeiramente para que isto aconteça. Outras passam toda a responsabilidade ao colaborador onde ele mesmo projeta e conduz a sua atividade profissional com ações que vão da escolha de onde quer trabalhar até o tempo de férias que quer por ano, dando-lhe responsabilidade total, numa clara demonstração de plena confiança, pessoal e profissional.
No Brasil estas iniciativas ainda são tímidas, mas já encontramos muitas empresas que entendem que a felicidade dos colaboradores dá lucro.
Se, portanto, quisermos traçar um projeto de vida e sermos eficientes em nossas atividades é muito importante que situemos onde nós e nossa empresa está inserida, se tende para o padrão antigo ou para o novo modelo de gestão. Este entendimento é a senha para que possamos ajustar o nosso comportamento e nossas esperanças para o bem-estar e sucesso profissional.
O que nos chama a atenção é que, por estarmos neste período de transição do modelo das relações de trabalho, se de um lado temos empresas com comportamentos tão diferentes, de outro temos gerentes com modelos de gestão não condizentes com a empresa que servem. São profissionais que estão com comportamentos e práticas anacrônicas e não condizentes com a organização.
Talvez estes gestores tenham algum sucesso temporário, pois nós mesmos, enquanto colaboradores, também não entendemos muito bem o momento em que vivemos. Até que a empresa perceba que determinado gestor não está alinhado com a missão e valores estabelecidos, muita água passará sob a ponte e em muitos casos causando danos desnecessários. Quando a empresa toma a decisão de agir naquele setor, muitos talentos excelentes já se demitiram de seus chefes e talvez até já estejam prestando serviço ao maior concorrente.
Costumo orientar os meus coachees que queiram traçar ou atualizar um projeto de vida profissional, que observem qual modelo de gestão da empresa que buscam, pois uma escolha equivocada trará turbulências futuras.
Empresas que possuem modelos de gestão ultrapassados, onde a felicidade do colaborador não é considerada, certamente estarão mais expostas às possíveis crises econômicas ou “marolinhas” que surjam no horizonte.
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