Utopia. Essa é a palavra que vem à mente quando o assunto é saúde mental das pessoas vista sob o ângulo das organizações. “Gestão de Pessoas” muitas vezes ainda não passa de um setor para administração de contratos, pagamentos, cumprimento de legislação trabalhista, administração de benefícios e até desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais dos funcionários. Algumas empresas apresentam visão mais sistêmica e buscam o entendimento desse ser tão complexo e tão fascinante com práticas que vão além das técnicas.
Cuidar dos funcionários, de sua saúde física e mental, não somente para ser uma empresa “politicamente correta”, ou pela prática da sustentabilidade, ou até por uma ideologia do empresário ou do RH. Cuidar dos funcionários também dá lucro.
Os transtornos mentais que incluem doenças como depressão, ansiedade, alcoolismo, drogas e outros problemas, eram assuntos restritos ao setor de saúde. “Mas após a pesquisa que aponta perdas de 4% do PIB – Produto Interno Bruto mundial por ano em função desses males, as empresas começaram a buscar medidas preventivas e curativas” (DC-06/2016).
E segundo o superintendente do Sesi SC, Fabrizio Pereira, “as doenças mentais são a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil… e um estudo do Banco Mundial que apurou as perdas econômicas prevê que, no futuro, esse mal será a principal causa de afastamento.
Além de tudo isso, um outro estudo, agora da Internacional Stress Management Association (Isma), mostra que os brasileiros são as pessoas mais estressadas do mundo nos ambientes de trabalho (Marcelo Tournier – médico fisiatra). Pessoas que apresentam problemas em relação à saúde mental, não estão fazendo “corpo mole” ou negligenciando o trabalho, essas pessoas precisam de ajuda, precisam ser tratadas.
A situação atual do nosso país, que tem aumentado o endividamento, desemprego, insegurança, estão causando mais transtornos mentais e o precário acesso a tratamentos psicológicos pela população mais pobre, agravam ainda mais esse quadro.
Mas algumas empresas já estão se mobilizando para reverter esse quadro. Em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, juntamente com o Sesi começaram a desenvolver ações preventivas para essas doenças nas indústrias – o Sesi SC desenvolve desde o início de 2014 um programa de gerenciamento de estresse em indústrias e o Sesi RS realiza um trabalho de prevenção às drogas há 20 anos – referência para a Organização Mundial do Trabalho (OIT). (DC-06/2016)
Técnicas que propiciam autoconhecimento, grupos para compartilhar situações de dor e sofrimento, Life Coaching, profissionais disponíveis para busca de apoio, convênios com entidades específicas, e outras formas de ajuda podem ajudar pessoas com depressão, ansiedade, usuários de drogas, alcoólatras, angústia, desespero e principalmente depressivos com pensamentos de morte. Muitas vezes a falta de apoio podem levá-los a executar o suicídio.
Mais do que um programa para agregar à humanidade, organizações deveriam se preocupar mais em realizar projetos dessa natureza como forma de valorização de Capital Humano, auxiliando na prevenção de casos mais drásticos e por que não contribuindo com resultados financeiros mais positivos?
Bom para o empresariado. Bom para todos nós.
Participe da Conversa