“Se bobear, você é feliz e nem sabe”
(Mérito ao autor desconhecido da frase)
Nem sabe e nem percebe. E a vida passa sem nunca se ter dado conta disso.
Nesse momento da história, como conseguimos chegar no ponto onde a morte vende mais do que qualquer outra notícia, onde matar torna-se a solução para as frustrações e a banalização da dor, do sofrimento e da indiferença estampada em todos os meios de comunicação é mais acessada e comentada do que qualquer outro fato.
Já não vivemos mais sem os eletrônicos que nos conectam com todos e com tudo e que agrega nosso dia a dia. Claro, sabemos mais sobre a saúde, a alimentação adequada (e a inadequada) para cada tipo de organismo; conhecemos pessoas interessantes, temos mais conhecimentos em geral. Isso é muito bom, mas têm também os “efeitos colaterais”. Dependência dessa conexão e, paradoxalmente, solidão e infelicidade.
Cenas que aterrorizam, dói, fazem sofrer. O ser humano tem uma “vocação” inata pelo que impacta. E vira um vício. Certamente cada um de nós conhece alguém que é o campeão em más notícias. Quando chega, já leu sobre um acidente, já procurou nos jornais a seção de necrologia, tem notícias sobre alguma tragédia. E elas não faltam. E com isso uma sensação de infelicidade, tristeza, mal humor sem que se saiba o porque exatamente.
“Mas a ciência afirma que o homem é mais feliz do que imagina”
Jomar Moraes – out de 2017.
Muitos filósofos, entre eles, Epicuro (340-270 a.C), Platão (428-347 a.C), Diógenes e outros, se posicionaram em relação ao tema “felicidade”, assim como alguns psicólogos, tal como David Meyers que diz que “a felicidade é a versão prolongada do prazer” e que para a maioria da população, a melhor forma de alcançar esse prazer é ganhar mais dinheiro (pesquisa realizada nos Estados Unidos).
Os estudos comprovam que o dinheiro contribui muito para os níveis de satisfação, mas só por pouco tempo.
Acontece que nessa busca incessante do dinheiro, o olhar se fixa no “horizonte do caminho, e com isso, perde-se a beleza da estrada.”
Buscar, incansavelmente, a felicidade através dos bens materiais (diga-se de passagem, necessários para condição de dignidade do ser humano), tornar-se dependente das conexões com tudo (e com nada), acompanhar todos os noticiários sobre as dores e sofrimento humano, buscar nas drogas (ilícitas e lícitas) a fuga para dor e o vazio interno, pode levar a infelicidade humana.
Tem como mudar? Sim. E começa com a escolha. Escolher ser feliz. Escolher afastar-se das notícias que impactam negativamente, depender menos das conexões eletrônicas e mais das conexões dos abraços, do ombro amigo, da alegria compartilhada na dança das conquistas, do rosto no rosto, dos olhos nos olhos.
E, citando Bruckner, autor do livro “A Euforia Perpétua” – “… a ventura real não está apoiada sobre um objeto preestabelecido, mas se altera com a idade e o momento de cada um.”
E porque a vida é assim, ninguém é feliz ou infeliz o tempo todo. Quando os percalços da vida (e sim, são inevitáveis) nos acometem (doença, morte de entes queridos, intempéries, perdas, dores da alma), experienciar com o mínimo de sofrimento, dispensando a dor desnecessária e focar no positivo.
Aliás, entre o bom e o ruim, talvez tudo seja necessário.
Bom mesmo talvez seja prestar mais atenção na estrada!
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