Se não tem emprego, pense fora da caixa. O empreendedorismo vai vencer esta guerra!
Uma coisa é certa, o mundo não será o mesmo depois de dezembro de 2019, quando os primeiros casos e óbitos do coronavírus foram anunciados. Um vírus devastador, não pela sua letalidade que é em média menor que 5%, mas pela velocidade com que infecta milhares de pessoas em poucos dias e coloca o sistema de saúde, de praticamente todos os países do planeta, na eminência de um colapso sem precedentes.
Um vírus que tem irmãos mais velhos como o da SARS, que começou em 2003 na Ásia e espalhou para pouco mais de 24 países em todos os continentes com término em julho do mesmo ano, e o MERS, que apareceu em 27 países em 2012 com 80% dos casos registrados na Arábia Saudita.
O coronavírus que, em poucos semanas, já havia se espalhado de forma avassaladora e declarado pandemia pela OMS, recebeu até um nome e sobrenome de batismo por conta de sua forte “personalidade”, COVID-19. Uma pandemia que coloca pessoas e empresas rapidamente na UTI levando muitas a óbitos e deixando muitas outras com sequelas ou incapacidades.
Muitos empregados e empresas inteiras foram obrigados a cumprirem a quarentena e a ficarem em casa. Uma pandemia que gera uma crise de saúde física e igualmente de saúde financeira e econômica para seres humanos e empresas de todos os portes mundo a fora.
O que se apresenta com lentes de altíssima precisão é um cenário de total vulnerabilidade, incertezas, insegurança, medos e caos. Ao contrário do que muitos dizem, esta pandemia era sim algo que infectologistas, virologistas e até empresários como Bill Gates já haviam previsto há alguns anos.
Em um Ted Talk em 2015, Bill Gates já dizia que o mundo enfrentaria uma terrível guerra mundial que seria causada por um vírus. e que o mundo não estaria para uma pandemia. O infectologista, Michael Osterholm, já alertava o mundo desde 2005 e em 2017 publicou o livro, “O mais mortal inimigo: nossa guerra contra germes assassinos”. E em dezembro de 2019, foi lançado o livro do virologista, Robert Webster, “Caçador de Gripe: destrancando os segredos de um vírus”.
A vidente, Sylvia Brownie, fez uma premonição em 2008 dizendo que:
“Por volta de 2020, uma doença grave do tipo pneumonia se espalharia por todo o mundo, atacando os pulmões e os tubos brônquicos e resistindo a todos os tratamentos conhecidos. Quase mais desconcertante do que a própria doença será o fato de que desaparecerá tão rapidamente quanto chegou, atacará novamente dez anos depois e desaparecerá completamente”.
No cenário atual, hoje, 23 de abril de 2020, o que muitos economistas dizem é que será inevitável uma forte recessão em vários países ou um crescimento bem abaixo do esperado como o caso da China que pode ser de até menos de 1%. Outro fato que se apresenta como verdade é o altíssimo índice de desemprego, inclusive o que já se apresenta nos EUA como sendo uma das maiores corridas ao pedido de seguro desemprego da história daquele País. Obviamente que o Brasil viverá todas essas dificuldades somadas aos problemas sociais, econômicos e de infraestrutura que o pais já enfrenta há décadas.
Se o desemprego já é e será ainda mais uma realidade para muitos cidadãos e para muitas pessoas e famílias a preocupação primeira é a sobrevivência, ou seja, colocar comida à mesa e garantir o mínimo de dignidade, o que sociedade e poder público tem a fazer?
Já no início da pandemia o que fica mais evidente é a força da sociedade civil organizada, na sua maioria as ONGs, que agiu muito rapidamente para garantir que o alimento e produtos básicos de higiene chegassem para as populações mais carentes e em situação de fragilidade social.
Movimentos altamente necessários para darem a resposta emergencial que governo nenhum do mundo consegue dar com a mesma agilidade, tamanha a complexidade, como é o caso do Auxilio Emergencial que precisa ser votado pelos poderes legislativos e sancionada pelo executivo, liberado com toda a segurança pelas instituições financeiras competentes até chegar nas mãos do cidadão necessitado.
Qual a lição que uma pandemia nesta proporção nos ensina? Ao que tudo indica, profissionais sérios e pesquisadores como a economista Monica de Boles e o doutor em microbiologia, Atila Lamaranto, apontam que essa pandemia não terá um fim até que a vacina seja descoberta e disponibilizada. Até lá, muitos deles acreditam que quarentenas intermitentes serão necessárias porque o sistema de saúde não tem capacidade e pode sim colapsar sempre que milhares de casos da doença aparecerem de uma só vez.
E o que o empreendedorismo tem a ver com isso e por que acredito que ele pode vencer esta guerra (ou pelo menos, vencer algumas importantes batalhas)?
Primeiro, porque acredito que empreendedorismo não é unicamente uma atitude, mas é conjuntamente, uma mentalidade possível de ser desenvolvida e, talvez, ainda mais facilmente desenvolvível em momentos de crise.
Segundo, porque qualquer pessoa sem emprego ou sem a mínima possibilidade de conseguir um no curtíssimo prazo tem duas opções: ficar estagnada, deprimida e encarcerada no medo, correndo risco de literalmente morrer de fome OU buscar criar novas oportunidades que lhe permita fazer qualquer renda inicialmente.
E o que seria então uma mentalidade de empreendedorismo e atitudes empreendedoras?
Pessoas com mentalidade empreendedora são pessoas que:
- veem aprendizado nos fracassos ou nos momentos muito difíceis;
- entendem suas dores, seus problemas, mas buscam sempre SOLUÇÃO para seus problemas. Com isso, são pessoas com enorme capacidade de criar, de pensar fora da caixa, de fazer do limão uma limonada. São pessoas que ao invés de chorar e pedir lenço emprestado, vendem ou fabricam lenços para os que estão chorando;
- mesmo quando fora da rota, reprogramam o seu GPS interno e traçam novos caminhos;
- têm a coragem de arriscar e enxergam oportunidades como muitas arriscaram, por exemplo, fazer máscaras para vender;
- estão atentas, antenadas e são curiosas porque com isso conseguem desenvolver a criatividade e criar oportunidades quando estão assistindo um noticiário ou filme, conversando com alguém, lendo algo ou até dormindo;
- sabem investir ou gastar bem o seu dinheiro ao contrário daquelas que são perdulárias ou gastadoras.
Qual a conclusão que tiro desse cenário?
1. A crise não vai terminar tão rapidamente
A crise não vai terminar tão rapidamente e os empregos não serão ofertados em abundância. Que o mundo será muito melhor para quem estiver mais preparado. Seja você um colaborador ou alguém que está empreendendo no que quer que seja, se qualifique, invista naquilo que lhe trará retorno a médio e longo prazos.
2. A Escassez
As pessoas, cada vez mais, irão se preocupar em ter alguma reserva para dias difíceis e de escassez. Portanto, não gaste tudo o que tem nem se endivide de maneira não planejada.
3. Agregar Valor
Se for empreender em algo, priorize produtos ou serviços que vão agregar algum valor às pessoas, ou sejam, de primeira necessidade.
4. Home office
Ter aulas ou trabalhar em casa (home office) será cada vez mais comum e necessário. Se possível, adeque algum espaço na sua casa para esse fim. É fundamental que você tenha um lugar que seja limpo, minimamente confortável e mais silencioso. Talvez, seja necessários negociar os horários para que todos possam usá-lo apropriadamente e atendendo suas necessidades.
5. Produtos ou serviços on-line
A grande maioria das empresas deverão disponibilizar seus produtos ou serviços on-line. Se você ficar de fora, não sobreviverá. Invista minimamente em tecnologia, em e-commerce se o seu negócio e comércio de qualquer produto, em marketplaces, em plataformas onde possa oferecer seus cursos, em mídia social.
6. O mundo vai ficar menos globalizado
Muitos países farão um esforço para fortalecerem ainda mais seus parques tecnológicos e industriais para aumentarem suas capacidades de produção internamente sem dependerem de outros países como aconteceu com empresas do mundo inteiro que têm grande parte da sua produção na China.
7. Agir Localmente
Aja localmente, pequenos produtores e pequenos negócios locais são o grande motor da economia em tempos ainda mais de crise. Mesmo que seu negócio seja muito pequeno, invista nas pessoas e valorize seus clientes. Garanta a seus clientes uma experiencia única e os faça se sentirem muito especiais.
8. A Solidariedade
As pessoas vão praticar cada vez mais atos de solidariedade porque o mundo nos ensinou que todos precisam estar bem e saudáveis para que a sociedade possa prosperar e seguir em frente.
9. Novas ideias, novos negócios?
Talvez não tão novos assim, mas me parece que os negócios relacionados a segmentos de serviços ou produtos essenciais como das áreas de saúde, educação, segurança, alimentação e até daquilo que achávamos não ser tão essencial como artes e culturas, passam a ter um valor ainda maior, mas todos com o desafio de ser reinventarem, criarem ou adotarem novos canais de distribuição de seus produtos ou serviços e de se relacionarem com seus cliente.
Enfim, o mundo pós COVID-19 será sem dúvidas um mundo diferente do que já vivemos até aqui. Se será melhor ou pior, vai depender de tudo o que fizermos agora. Como a fábula do discípulo que ao perguntar ao Mestre se era verdade que todos nós temos 2 lobos dentro de nós, um mal e um bom, e qual deles seria o mais forte.
O Mestre responde que sempre será mais forte o lobo que mais alimentarmos. Assim, acredito que também todos nós temos um lado empreendedor dentro de nós que pode nos fazer sermos até grande intraempreendedores, só vai depender do quanto vamos nos alimentar dos bons frutos que uma mentalidade empreendedora pode fazer brotar dentro de nós.
Cristiane Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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