Como o líder pode ser um gestor emocional do seu time de trabalho e criar um ambiente mais seguro psicologicamente?
Essa é uma das funções de um líder consciente de que as emoções regulam as reações fisiológicas, mentais e comportamentais do seu time, o que afeta diretamente a qualidade e quantidade dos resultados no trabalho, tanto no estímulo quanto no desestímulo à uma boa entrega de resultados.
Por isso, gerenciar as emoções do seu time é uma das competências mais demandada no momento atual, onde nunca se viu um nível tão elevado de ansiedade, o que parece ter contaminado a maioria das pessoas, angustiadas que estão para corresponder às altas expectativas do mundo corporativo, em um processo contínuo de mudanças.
E sabemos, que nosso cérebro não foi equipado para correr riscos e sim preparado para resistir. Por outro lado, nosso cérebro, quando bem direcionado pela razão, tem um poder incrível de adaptabilidade às novas situações, que é a chamada neuroplasticidade.
Mas o que é Inteligência Emocional?
Para explicar o ciclo emocional aflitivo e oferecer uma técnica eficaz para intervir positivamente e interromper que esse ciclo se complete com um comportamento inadequado, quero citar aqui uma frase do filme sobre Margareth Thatcher, no qual sua personagem diz:
“Atenção às suas crenças, elas produzem pensamentos
Atenção aos seus pensamentos elas produzem sentimentos
Atenção aos seus sentimentos, eles produzem ações
Atenção às suas ações, elas produzem hábitos
Atenção aos seus hábitos, eles produzem o seu caráter
E seu caráter constrói seu Destino”.
É assim que vejo o ciclo das emoções raiva e medo.
Tudo começa com um evento que nos provoca desconforto. O cérebro emocional, com o intuito de nos proteger, aciona um sistema de alarme produzindo a química do estresse, avisando nosso corpo sobre o perigo à vista, através da produção da raiva ou medo. Ao contatarmos o ciclo, tomamos consciência dessa emoção através de reações fisiológicas, que automaticamente produz sentimentos e pensamentos negativos.
Com esse sistema de alarme acionado, nosso pensamento começa a planejar ações defensivas, demonstradas através de comportamentos agressivos, passivos ou dissimulados.
Vamos a um exemplo:
Imagine que seu colaborador passou, recentemente, por uma separação conjugal, o que lhe deixou com problemas pessoais e financeiros, afetando sua autoestima.
Ele está morando sozinho e cuidando de suas roupas, alimentação, etc.
O colaborador está com três problemas: a questão financeira porque agora ele deve pagar uma pensão aos dois filhos; a questão logística da sua casa, porque agora ele tem que cuidar de tudo sozinho, ou seja, limpeza, roupa lavada e passada; e a questão emocional, pois tudo isso mexeu com sua autoestima, afinal ele foi excluído e rejeitado pela parceira.
Apesar de tudo, o colaborador está se esforçando para continuar com sua dedicação ao trabalho e entrega dos resultados.
Bem, como intervir nesse ciclo que leva a tantos conflitos nas interações humanas por falta de conhecimento e treino da inteligência emocional?
Comece assim: Se você percebeu que algo está acontecendo com seu colaborador, chame-o em uma local discreto e tranquilo para criar uma relação de empatia e confiança.
- Diga-lhe que está percebendo algo diferente no colaborador e que gostaria de ouvi-lo, para juntos, quem sabe, construir uma solução ao problema, caso exista. Ouça o evento ocorrido, com atenção e empatia. Coloque-se no lugar dele e tente sentir o que ele está sentindo.
- Ao ouvi-lo, valide e acolha suas emoções e sentimentos, dizendo que entende o que ele está sentindo e, se já passou pela mesma situação, compartilhe suas experiências.
- Analise com o colaborador o seu pensamento negativo, buscando evidências que comprovem que possa ser verdade ou não. Caso se comprove que o pensamento negativo é apenas o resultado de uma distorção cognitiva, que está impedindo-o de enxergar a realidade com objetividade, construa um verdadeiro pensamento que o leve a uma rota mais positiva. Isso se chama de Ressignificação Cognitiva.
- Através de um novo olhar, construa novas estratégias para reagir frente ao evento ocorrido.
- E por último, o colaborador se comprometerá a agir de forma consciente, madura, demonstrando o almejado auto domínio e controle emocional. O ciclo se encerra de maneira eficaz, com ações efetivas de solução.
O gestor se sentirá aliviado por ter resolvido a situação de forma satisfatória.
O colaborador, por sua vez, se sentirá apoiado e acolhido, que é tudo que mais precisa nesse momento difícil, para realmente sair da situação.
Siga esse roteiro e, com certeza, terá sucesso no seu papel de líder como gestor emocional do seu time de trabalho e criar um ambiente, de fato, mais seguro psicologicamente.
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Quer saber mais como o líder pode ser um gestor emocional do seu time de trabalho e criar um ambiente mais seguro psicologicamente? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Um bom trabalho!
Vera Martins
https://vera-martins.com/
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