Ser ocupado não é ser produtivo
Até uns 5 anos atrás, dizer que a pessoa entregava mais com menos e se definia multitarefa, era um sinal de alta performance e excelência. Com este mundo exponencial, onde o mundo se torna ágil, muito se questionou sobre o que de fato é ser produtivo.
Eu mesma já me peguei muitas vezes, passando o dia lotada de reuniões, fazendo um monte de coisas e ao final do dia me perguntar: o que de fato eu entreguei? E sair com uma sensação de não sair do lugar após meses neste formato.
Com a pandemia, uma coisa é fato, o ritmo aumentou. A vida pessoal e profissional se embolou, precisamos olhar para várias esferas numa potência máxima.
Claro que pode ser que você tenha uma organização e ritmo mais alinhados, com equilíbrio. Mas muita gente, sentiu que o sinal corporal bateu, a mente não consegue relaxar e o emocional pede um momento de cuidado.
Agora, mais do que nunca, é chegada a hora de ressignificar a alta performance.
Acredito que cada pessoa tem seu próprio ritmo, jeito. Mas avaliar o cenário atual e fazer um diagnóstico de como estão as coisas é fundamental.
Parece óbvio, mas na maioria das vezes nos pegamos sabotando nossos propósitos e dizemos: “ah, mais hoje foi atípico”; “hoje a agenda foi corrida”. E quando chega a sua vez? Parece que nunca.
Observar seus hábitos e criar uma avaliação é aumentar a consciência da mudança. Um exercício que apoia bastante é criar uma roda das suas áreas da vida. E mapear. Como estou hoje de 0 a 10? Mapear com o visual, apoiar a gerar clareza também das áreas de alavanca, ou seja, o que se colocar foco apoia em outras áreas?
Posteriormente, é essencial mapear os gatilhos que tornam este hábito de não se cuidar.
A princípio, você só vê problemas, mas porque então não coloca limites? Qual a dificuldade de dizer não? Sempre tem recompensas positivas mesmo que lá no inconsciente.
Muitas vezes acreditei que ser ocupada era ser produtiva. Doce engano. Mais sabotei a minha jornada e percebi que muitas vezes levei o desequilíbrio no sinal mais grave.
E parei para me perguntar: qual de fato é meu propósito? O que de fato quero para minha vida? Será que se continuar neste ritmo vou conseguir chegar? Qual o custo disso?
E descobri que produtividade é fazer o que de fato te leva aos seus objetivos com mais propósito e leveza. Fazer acontecer, ir além é diferente de se sacrificar no seu limite corporal.
E desta forma, ajustei a régua de pequenas ações. Até porque traçar 50 coisas não te tiram do lugar. Comecei a pegar leve com meu crítico, reconhecer meu valor. A estar mais presente com as coisas e pessoas. E mesmo que pareça tão pequeno, gerou intensidade, verdade e foi autêntico. É saber ajustar sempre e continuar curtindo a jornada.
Sei que no meu caso, tenho uma jornada pela frente, mas te convido de fato a se perguntar: o que é ser produtivo? Qual seu valor e seu propósito? Com isso, pode compreender com fluidez quando se esqueceu e precisa se reconectar. Sempre é tempo de recomeçar.
Aline Gomes
http://www.mdifferent.com.br/
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