Ao ler o título desta postagem, muita gente deve ter ficado de “cabelo em pé”. Afinal, se o Coaching é um processo que tende a combater as crenças limitantes, como é que aparece algum Coach exatamente explorando uma das mais antigas e fortes crendices com que se convive na sociedade brasileira? Sem mais perda de tempo e espaço, que tal entender de onde vem essa mística e, com isso, facilitar qualquer trabalho que seja encaminhado junto a um amigo, parente ou funcionário?
Conforme os estudiosos do Cristianismo, o número 13 tem “cara de poucos amigos” (com exceções para algumas pessoas, como tudo no mundo) porque, na última ceia de Cristo, estavam treze pessoas à mesa e uma delas era o traidor, Judas Iscariote. Na mitologia nórdica, também a tragédia ocorreu em um banquete para doze pessoas. O Deus Solar Balder, filho de Odin, é morto por Loki, espírito do mal e da discórdia, que não gostava dos atos de benevolência e paz praticados pelo inimigo sacrificado.
Um aspecto que deve ser lembrado é que, na numerologia, o 12 representa algo pleno e completo, sendo que essa harmonia seria quebrada pelo número 13. Não é novidade que há prédios cujos elevadores não têm o 13º andar e há companhias aéreas que não têm a 13ª fileira de poltronas. Na Grécia, existe uma expressão curiosa para tratar desse medo da sexta-feira (paraskevi) 13 (dekatreis): paraskevidekatriafobia. Na França, a associação dessa data com o mal e o azar fica vinculada à vingança do Rei Felipe contra os templários, em uma sexta-feira (13 de outubro de 1307).
Para quem gosta de lidar com fatos para com isso reforçar suas crendices, um dos mais curiosos está associado à corrida espacial americana em uma situação que emocionou o mundo. No dia 11/4/1970, exatamente às 13 horas e 13 minutos, foi lançada ao espaço a nave Apolo 13, que teve grave acidente em 13 de abril, exigindo um trabalho rápido e competente da NASA para salvar a vida dos tripulantes.
Voltando ao momento mais “pé-no-chão”, que a superstição faz parte do nosso cotidiano nem há dúvidas. No caso dos animais, em geral, há uma tendência a associar o recebimento de um “prêmio” à repetição de movimentos. Quem vê os espetáculos de baleias e golfinhos, por exemplo, percebe o quanto eles são premiados com alimento-extra a cada ato bem realizado. No caso de seres humanos, fica ainda amplificada essa associação, ou seja, a espera de um prêmio a cada ato de sucesso.
Nos queremos ter respostas às nossas dúvidas e expectativas de conhecimento, de forma a construir uma aparente sensação de poder e domínio sobre o que nos cerca. Para quem segue ou pratica a arte do Tarô, o Arcano 13 é a carta da morte, até por uma possível associação com as letras hebraicas. Nas tradições de magia ocidental, como a Wicca (bruxaria moderna), é claramente sugerido o número de 13 participantes em rituais. Então cabe, a partir deste ponto, olhar toda essa questão sob uma outra ótica, muito mais próxima daquilo que o profissional de Coaching pode oferecer aos seus clientes.
A morte, mesmo quando considerada fisicamente, é vista por muitas religiões e filosofias como a passagem para outro mundo ou plano de existência, em geral com conotação evolutiva. No cotidiano, o Arcano 13 (carta da morte) simbolicamente representa o sinal de mudanças de como encarar a vida e de significativas transformações internas e externas. Na numerologia, o treze – pela somatória de seus dois dígitos, 1 e 3 – representa o quatro, visto como um forte indício de boa sorte e sucesso.
Pois então, considerando tudo o que foi escrito acima e com a permissão dos Deuses citados, este espaço Dimensões do Sucesso quer registrar um grande desejo de que cada leitor faça uma introspecção e veja as oportunidades que tem perdido por ficar vinculado a uma posição pessoal ou profissional que, se não lhe dá prazer, também não o incomoda. Em tempos de grandes mudanças na vida do país, quem sabe não é este o momento de fazer valer a mudança também na sua, trocando a perspectiva negativa de uma sexta-feira 13 para o ato de crescimento e transformação pessoal?
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