Sim, pais também erram!
“Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. A música ‘Como Nossos Pais’ , de Belchior, foi inscrita em 1970 e fala sobre conflitos de gerações, entre outros assuntos, mas vou ficar só nesse. Por enquanto.
Minha experiência em atendimento e na minha própria realidade, mostra que muitas críticas dos filhos se baseiam na sua percepção, que é pessoal, e provavelmente em suas crenças, de que pais são invencíveis, não erram, não amam, não entendem e que são descartáveis depois de uma certa idade, pois julgam que são desatualizados.
O novo é maravilhoso e, alinhado com o velho, pode-se criar muitas possibilidades. Não é necessário a desvalorização e sim aprender com as experiências vividas, do que deve e o que não deve ser feito.
Interessante ainda, mesmo com todo esse convencimento, muitos filhos acabam se acomodando e repetindo as mesmas questões que condenavam de seus pais, com outra roupagem. Essa crítica vale também para quem escreve.
Uma pena que só com a maturidade, que para muitos vem só com a idade avançada (aprendi isso antes), que descobrimos a forma mais correta de se relacionar com quem pondera o oposto. Pensar diferente não nos faz inimigos, apenas discordamos. Eu não preciso aceitar o que você disse, mas respeitar o pensamento do outro é essencial.
Claro que estou falando de pais sem qualquer patologia ou mesmo desvio de caráter. Mas, é a sua percepção?
Um pouco dessa realidade também é resultado de uma educação protetora e sem limite, na tentativa de preservar excessivamente os filhos da tristeza e da frustração, inerentes ao ser humano, o que resulta na criação de filhos inseguros e presunçosos.
Os males causados pela arrogância dos filhos em relação aos seus pais são lamentosos e muitas vezes humilhantes, causando danos irreversíveis, pelo sofrimento e pela inércia.
O afastamento é indispensável se houver um relacionamento abusivo, já falei isso em outra oportunidade, que não é o caso que estamos tratando aqui, mas sobre aquela velha opinião formada sobre tudo (mais uma música, agora salve Raul!), que causa tensão, distrato, distância.
Se está ruim, a melhor forma é falar o que incomoda, procurar ajuda, se for necessário, e estabelecer uma convivência pacífica e respeitosa. Maltratar nunca foi a melhor opção.
Pais abandonados afetiva e fisicamente, ofendidos e até mesmo lesionados, por desentendimentos e pensamentos díspares. Infelizmente, percebo uma crescente de rompimento intencional entre filhos e pais por assuntos diversos, destacando que vamos ter eleições esse ano!
O distanciamento entre filhos e pais causa impactos entre os indivíduos e efeitos nos ambientes familiares e nas suas tradições que são rompidas pela não convivência com netos, cônjuges e amigos dos filhos.
O melhor caminho é aprender a gerir e resolver os conflitos familiares, até porque não há relacionamento perfeito, só nas redes sociais.
Então, é possível uma conversa franca com seus pais, onde todos terão a possibilidade de ouvir e falar, de forma honesta e verdadeira, com a possibilidade de exteriorizar a forma como se sente e o que é importante?
Daí para frente fica por conta do deslinde desta conversa.
Uma coisa é certa, a velhice só vem para os sortudos, não existe trabalho que traga os pais de volta e arrependimento causa doenças e trava a vida. Segundo o Ho’oponopono, uma prática havaiana antiga ligada à reconciliação e ao perdão, menciona que memórias emocionais da mãe estão ligadas ao sucesso dinheiro e relacionamento e do pai à prosperidade, caminho e êxito profissional. E aí?
No próximo artigo falarei dos pais. Para o meu, não tenho como ligar, já morreu e a minha mãe tem Alzheimer. Estou conciliada com os dois!
Gostou do artigo?
Quer falar mais sobre conflitos de gerações e como manter uma conversa franca com seus pais? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até o próximo artigo!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
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