Síndrome da Cabana ou da Gaiola: O que é e como evitar?
Após a Pandemia, em virtude do vírus da COVID 19, observou-se a mudança de muitos comportamentos e hábitos, alguns se consolidaram, como por exemplo pedir delivery de restaurantes e supermercado, preferir o trabalho online, com enfoque num processo de simplificação da vida e melhora de sua qualidade, com mais tempo para outras coisas.
Mas, para algumas pessoas, se manter em casa, evitar ao máximo sair da sua zona de conforto, tornou-se mais que simples comodidade, mas uma dificuldade de lidar com o mundo externo.
Para essas pessoas, o cérebro passou a entender que só a casa é um lugar seguro, assim toda a vez que surge uma necessidade de ir a algum lugar externo, existe uma resistência muito grande.
Essa pode ser denominada como a “Síndrome da Cabana”, termo utilizado nos EUA pela primeira vez em 1900, para os caçadores que permaneciam em casa durante o inverno, e após passar esse período, tinham dificuldades para voltar à rotina anterior, e se socializar.
Mas isso não afetou somente os adultos, como também as crianças e adolescentes, com a educação a distância, com ênfase nas modalidades virtuais, que passaram a evitar o contato social, o que foi classificado pelo Dr. Gabriel Lopes da Associação Brasileira de Psiquiatria, como a “Síndrome da Gaiola” (se reportando aos pássaros que ficam presos e não conseguem voltar para a natureza).
Precisamos considerar que as relações sociais são fundamentais para o desenvolvimento da criança e do adolescente. E evitar tais relações pode significar distúrbios e transtornos psicoemocionais, mesmo quando há bom desempenho escolar.
Para algumas pessoas os medos derivados da Pandemia contribuíram para a criação de medos irreais.
Além disso, temos uma condição social, todos os dias apresentada nos meios de comunicação, que mostra que o mundo externo é perigoso. Isso reforça ainda mais uma certa necessidade de cuidados, não exatamente o isolamento.
Sentir um pouco de ansiedade é normal, faz parte do sistema de proteção, para isso precisamos nos organizar. Mas quando chega a níveis em que a pessoa paralisa e não consegue atender suas necessidades de deslocamento e de trabalho, precisamos acender o sinal de alerta.
Na Síndrome da Cabana ou da Gaiola, além dos sintomas psicológicos, podem ocorrer sintomas físicos. Por exemplo: taquicardia, náuseas, tonturas, distúrbios alimentares e de sono. Em princípio essa síndrome não caracteriza uma doença, mas pode vir a desencadear outros transtornos como Ansiedade, Depressão e Fobias, entre outras.
Para superar e buscar o equilíbrio pode-se utilizar alguns recursos como: Psicoterapia, Tratamento Medicamentoso, Meditação e Exercícios Físicos.
Desenvolver o autoconhecimento permite que a pessoa supere suas dificuldades e mantenha suas atividades sociais, familiares, de estudo e desenvolvimento de conhecimentos em geral.
Todos nós passamos por situações traumáticas que pedem reflexão, mas o convívio social ajuda a nos restaurar, afinal somos seres humanos e sociais.
“O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o presente.” (Buda)
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Quer saber mais sobre a Síndrome da Cabana ou da Gaiola, seus sintomas e como evitá-la? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em te ajudar.
Natália Marques
Psicóloga/Coach/Palestrante
@nataliamarquespsicologa
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