Pergunto: Quantos dos leitores não encontram essa mesma necessidade a todo o instante em suas empresas? Será que, muitas vezes, o ambiente de trabalho acaba gerando desequilíbrio entre a iniciativa, o foco e o respeito? Será que há um padrão de colaboração válido para qualquer tipo de negócio?
Como sempre faço, a par de minha experiência e da contribuição pessoal, eu quis resgatar pesquisas e estudos recentes para melhor atender o pedido que recebi. Encontrei trabalhos interessantes, ainda que nenhum tão específico e “bem casado” para “funcionários focados, com iniciativa própria e em ambiente de respeito mútuo”. Escolhi me inspirar no de Yossi Ives, publicado no International Journal of Evidence Based Coaching and Mentoring (Ago/2012), sobre Relationship Coaching, uma linha do Coaching que tem até instituto internacional dedicado ao tema (www.relationshipcoachinginstitute.com).
O Coaching de Relacionamento busca identificar onde há dificuldades de relacionamento ou de habilidades para uma pessoa. Embora cada Coachee seja único e os problemas distintos, há alguns padrões que merecem atenção. O esforço do Coach estará em estimular ideias e ações consistentes com os principais valores e interesses do Coachee. Nessa concepção, o Coaching terá, como principal objetivo, aumentar o desempenho do cliente e apoiar sua ação eficaz, ao invés de enfrentar sentimentos e pensamentos negativos, pois estes serão mudados pelos resultados conquistados.
O Coaching focado no objetivo não se confunde com a ação holística, pois se concentra em estimular processos de mudança no cotidiano a partir de ações práticas que geram um ambiente de menos ansiedade, mais flexibilidade e planejamento, foco claro e, ainda, sem tendência a reclamações e culpas. A criação do contexto acima citado contribui para que as pessoas não se envolvam com atividades marginais que criem distração. A ação fundamental do líder (ou Coachee), mesmo que limitada, é a de criar o caminho de progresso construído sobre a experiência anterior bem sucedida.
A abordagem requer dedicação e paciência, pois envolve a expansão de conhecimento de cada pessoa agregada ao progresso sistemático do grupo. Ou seja, a ação visa tanto modificar as ações exteriores das pessoas (RESPEITO ao próximo é um exemplo) como mudá-las internamente (FOCO E INICIATIVA, entre outras). Três virtudes do líder que podem favorecer alcançar o objetivo original são: (a) gestão de conflitos eficiente por conta da comunicação adequada ao perfil das pessoas e do trabalho; (b) compreensão e flexibilidade no trato dos valores individuais dos membros da equipe, e; (c) competência para lidar com as imperfeições e erros, transformando-os em aprendizagem para o futuro.
Para o líder (ou o Coach) a melhor forma de abordar foco, iniciativa e respeito está em levar cada pessoa a refletir sobre seu momento atual, expectativas de futuro e valores, identificando conjuntamente o seu progresso permanente para o futuro. Aí está uma interação humana e social que, por vezes, pode ter passado despecebida pelo Coachee. Não se trata só de alcançar novo patamar de desenvolvimento, mas sim de adequar cada pessoa ao que ela é no presente. Para isso, lembre-se da expressão DRAFT: Definir o objetivo claramente e de acordo com o liderado; Realinhar os resultados esperados levando em conta os resultados anteriores; Avaliar e entender as experiências, perspectivas e atitudes típicas do liderado; Formatar o plano de ação que conjugue foco e dê liberdade criativa ao liderado, abrindo espaço à sua iniciativa, e; Ter permanente relação de feedback proativo e construtivo.
Que tal cada líder construir um ambiente de harmonia no qual o desafio do trabalho (ou tarefa) se torna a oportunidade de criar caminhos para o liderado adotar iniciativa e foco voltados ao sucesso?
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