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Vamos deixar de ser amigas da onça e sermos amigas de verdade! 

Explore o verdadeiro significado de sororidade além da amizade superficial. Descubra como a autêntica solidariedade feminina enfrenta desafios, supera estereótipos e rejeita a hipocrisia em busca de apoio mútuo genuíno.

Sororidade: Vamos deixar de ser amigas da onça e sermos amigas de verdade! 

Sororidade: Vamos deixar de ser amigas da onça e sermos amigas de verdade! 

Paolla Oliveira, essa belíssima mulher, de personalidade forte e autoestima bem resolvida, teve seu nome mencionado do inferno ao paraíso.

Primeiro, ela sofreu uma enxurrada de críticas a seu corpo e ao seu samba no pé quando fazia ensaios de samba. Mas durante e após sua aparição no carnaval da Grande Rio como passista, vestindo uma fantasia de onça maravilhosa, Paolla foi ovacionada, elogiada, viralizada nas redes sociais exatamente pelos mesmos motivos: seu corpão, seu samba no pé e, claro, seu carisma e beleza.

O que também me chamou atenção foi que a grande maioria das críticas e ataques ao corpo de Paolla vieram de outras mulheres. Isso só comprova o quanto ainda estamos presas a estereótipos que são perversos com a mulher.

Pelo bem da nossa integridade, autoestima e saúde mental, precisamos lutar bravamente, talvez como onças (rsrs), para estriparmos esse mal da nossa sociedade. A meu ver, a mudança precisa e só vai acontecer quando nós, mulheres, entendermos e praticarmos efetivamente a sororidade.

Na contramão de tantos avanços que já conquistamos desde os primeiros atos de movimentos feministas, há um movimento de mulheres que se autointitulam antifeministas. Se dizem “conservadoras” e reforçam um terrível retrocesso às liberdades das mulheres.

Essas mesmas mulheres que também beberam da água que foi limpa pelas feministas e que reforçam essa ditadura não só sobre o corpo da mulher mas também sobre seu comportamento, suas falas, sua vida sexual…

Já ouviu algum dia a frase de que mulher deve ser virgem, recatada e do lar? Pois é, parece antiga mas é ainda o que muitas pessoas “conversadoras” querem propagar.

Pensando no universo exclusivamente das mulheres e, principalmente, da amizade entre as mulheres, li alguns artigos e postagens de alguns analistas comportamentais. Eles afirmaram que as mulheres são mais competitivas entre si e que muitas não prestigiam ou apoiam tanto outras mulheres como os homens fazem.

Alguns dizem até que os homens são mais fiéis aos outros homens, capazes de guardar segredos mútuos, de se apoiarem em momentos de dificuldades e de não serem tão críticos uns com os outros. Quantas vezes você já presenciou um homem destilando seu ódio a um homem porque ele é barrigudo, careca, grisalho, ter rugas ou por se vestir assim ou assado? Quantas vezes voce já presenciou uma mulher destilando seu ódio numa outra porque está acima ou muito abaixo do peso, por ter celulite, cabelos brancos, rugas ou por se vestir assim ou assado?

A palavra sororidade, que está meio na moda, e vem do inglês “Sorority” que tem do lado masculino o termo “Fraternity” ou fraternidade em português são termos que têm a ver com um certo comprometimento entre essas pessoas para a vida. Forma-se uma espécie de clube no qual os “membros” compartilham genuinamente seus esforços, amizade e conhecimentos.

Nos campi das universidades americanas, o que nós brasileiros chamamos de “repúblicas”, eles chamam de Fraternity (repúblicas só para homens) e Sorority (repúblicas só para mulheres).

Na prática, a sororidade não é algo tão simples assim.

Historicamente, competição entre mulheres (isso é inconsciente) está enraizada na cultura e num instinto primitivo de sobrevivência, uma vez que o homem, em várias culturas milenares e ainda nos dias de hoje, pode ter várias mulheres, pode engravidar várias ao mesmo tempo, ou seja fazer herdeiros e sucessores com diferentes mulheres, enquanto que a mulher só consegue engravidar uma vez a cada nove meses, pelo menos.

Não entrando no mérito dos acontecimentos, interesses e projetos, inclusive de poder e posse, (isso pode ser assunto para um outro momento) a maioria das sociedades modernas defendem a monogamia e até tornam qualquer relacionamento poligâmico ilegal.

Estou dizendo tudo isso apenas para dar um pano de fundo e entendermos um pouco da origem dessa falta de sororidade entre as mulheres. A dificuldade de torcermos verdadeiramente pelo sucesso da outra, de sermos menos críticas, de fortalecermos redes de apoio para socorrer e protegermos umas às outras. E até para apoiarmos suas iniciativas, ideias e negócios.

Porém, não sejamos hipócritas ou ingênuas a ponto de acreditar que não há competitividade no mundo profissional e empresarial. A competição existe e pode ser muito saudável quando o jogo é limpo e quando sua concorrente pode até se tornar uma aliada em alguma campanha, causa, movimento que só fortalece o negócio de ambas.

Sugiro que você conheça, inclusive, o caso das empresárias de Juruaia. Mulheres empresárias do ramo de lingerie, concorrentes que vendem basicamente os mesmos produtos, mas se uniram criando a Associação Comercial da cidade há mais de 30 anos, para comprarem, venderem e promoverem seus negócios e hoje é o maior polo da lingerie e roupas intimas do Brasil.

Por outro lado, eu não defendo que devamos apoiar outra mulher só porque ela é mulher? Assim como acontece nas Sororities das universidades, os grupos se encontram por afinidades, sejam de comportamento, crenças, ideologias etc.

A tendência é que nos juntemos a mulheres que têm atitudes e discursos coerentes com os valores com os quais nos identificamos. Pessoalmente, vou me juntar a grupos que compartilham de princípios como ética, respeito ao outro, aos animais, ao meio ambiente, compromisso com o que se propõe a oferecer, verdade, honestidade, caráter e por aí vai.

Me desculpe, mas não consigo apoiar mulheres que sejam machistas, homofóbicas, violentas, agressivas, misóginas, xenofóbicas, mentirosas, falsas… E há mulheres assim, infelizmente há.

Então, como praticar e exercer a sororidade?

Não achando engraçado piadinhas que diminuam ou ridicularizam a mulher. Não nos calando e denunciando casos de assédios ou violência contra qualquer mulher. E não fazendo ataques, críticas e discursos de ódio a outra mulher seja pelo seu corpo, modo de vestir, profissão, orientação sexual, idade, deficiências etc. Além disso, não deixando que nossas vozes sejam caladas e nos protegendo umas às outras.

Uma outra dica: fure bolhas. Se quer praticar e exercer a sororidade de fato, conheça mulheres das mais diferentes etnias, classes sociais e econômicas, orientação sexual (sis, trans, bi, etc) porque só quando conhecemos podemos exercer a verdadeira empatia.

Busque parceiras de verdade e faça o jogo sempre do ganha-ganha, aproxime-se de coração aberto e aja sempre com ética, generosidade, verdade, amor.

Quem sabe um dia aprenderemos a ser verdadeiramente mais tolerantes, menos críticas, mais solidárias e “irmãs” umas com as outras? Vamos deixar de ser amigas da onça e sermos amigas de verdade.

Gostou do artigo?

Quer conversar mais sobre como exercer a sororidade de fato? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

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Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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