Speaker Premium: Como ser um bom Palestrante
Tenho observado, analisando o comportamento de profissionais nas suas transições de carreiras, mulheres em suas conquistas e busca de equanimidade, coaches, mentores, terapeutas e profissionais especializados, com cicatrizes marcadas pelo tempo de vida e de experiência e sem o mesmo glamour e renda que obtinham até então em uma eventual reposição profissional.
Cada qual com seu sonho de consumo, que se modifica a cada setênio, teoria na qual a vida é subdividida em ciclos de sete e cada qual com suas características em que se modificam certos padrões, onde os desejos se modificam, as expectativas ganham um novo contorno, sonhos mais ajustados às condições psicológicas, físicas, sociais e patrimoniais. De qualquer modo, independentemente das fases da vida, os sonhos de consumo dos brasileiros são os seguintes: viagens internacionais e nacionais, carro, viagens de fim de semana, cirurgias plásticas, tratamentos estéticos, eletroeletrônicos, academias, restaurantes conhecidos e frequentados por amigos e familiares.
Há outros sonhos, como viver em outro país, ter um excelente patrimônio, ter uma casa na praia, uma chácara. Além disso, sonhos relacionados a fatores sociais e profissionais, ser valorizado no trabalho, ser reconhecido como uma pessoa de bem.
Quero destacar um desses desejos: a habilidade de realizar palestras e os respectivos benefícios advindos dessa atividade que, para muitos, pode até ser considerada uma carreira com boa remuneração. Fortalecer sua capacidade de oferecer seus serviços e produtos por meio desse recurso, ampliar seus conhecimentos e horizontes profissionais. Ter prestígio e fama, prestar serviços a outras pessoas, realizar-se apoiando outras pessoas a ampliarem suas capacidades profissionais e viverem uma vida melhor.
Parece uma atividade simples quando assistimos a uma boa palestra ou uma fala efetiva com objetividade, técnica, método, simpatia e naturalidade. Por exemplo, nas palestras do TED ou em eventos como congressos, seminários, debates, treinamentos, lives, entrevistas e outros meios hoje utilizados, quer sejam presenciais ou à distância.
Vou compartilhar, para quem tem essa sensação e a crença de que é um caminho possível, viável e promissor, algumas informações e orientações para quem deseja isso, em outras palavras, para quem tem esse chamado.
O desejo que, em verdade, pode viabilizar realização de outros sonhos de consumo, alguns como viagens, uma vida glamorosa, conhecer muita gente interessante. Além disso, ter destaque, prestígio, boa renda, ser popular, uma pessoa influente, servir a outras pessoas.
O primeiro passo é a avaliação se é sua vocação ou um “chamado”. Comece avaliando se você é uma pessoa que gosta de servir pessoas o que implica orientar, estimular, mudar atitudes e comportamentos. Abrir novas perspectivas pessoais e profissionais para uma vida melhor, ensinar, motivar, inspirar para ir adiante em um empreendimento ou um sonho. Um bom termômetro para saber se isso tem a ver com você é analisar a sua vida. Ver seu passado e identificar quantas vezes ajudou, apoiou, serviu a outras pessoas e o quanto prazeroso isso foi para você. Ser palestrante não é para qualquer pessoa. Creio que isso é uma atividade destinada a quem tem um espírito prestadio. Uma grande bondade interior e o desejo de tornar o mundo melhor por meio das pessoas impactadas pelas suas palestras.
Palestras com uma bandeira para defender
Um bom palestrante pode ter uma cultura mediana, não necessariamente precisando ser um doutor em uma especialidade, mas dotado de uma boa história para contar, uma causa para defender. Como exemplo, cito uma querida amiga, Edna Vasselo Goldoni, criadora do IVG – Instituto Vasselo Goldoni, com o projeto Nós por Elas, impactando mulheres por meio de voluntários mentores. Apoiando-as em transição de carreira, retomada ou redirecionamento da vida em um clareamento de um objetivo, tendo impactado em poucos anos, mais de 5.000 mulheres.
Isso tudo foi conseguido em primeiro lugar pela causa nobre a ser defendida e a ação empreendida, mas principalmente da sua hábil capacidade de impactar e sensibilizar outras pessoas por meio da sua comunicação. Sua fala é amorosa, acolhedora, gentil e poderosa, tanto que já ouvi várias vezes depoimentos dizendo o quanto é difícil falar não para a Edna. Cito também, como exemplo, os palestrantes de congressos e seminários nos quais especialistas compartilham suas conquistas e seus projetos.
Lembro-me das inúmeras vezes em que fui convidado para proferir palestras no CBTD – Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento da ABTD, Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, sempre levando assuntos pertinentes aos profissionais de RH e Treinamento das empresas, apoiando-os para seu aprimoramento profissional.
Outro exemplo, uma saudosa amiga, Virna Dantas Dias, campeã olímpica brasileira que investiu um tempo na sua preparação para ser palestrante. Tinha uma bonita história para contar, a da sua própria vida, com inúmeros percalços, sacrifícios, vindo de Natal para o Rio de Janeiro, mostrando sua tenacidade, garra, esforço e, mesmo diante de tantas dificuldades foi uma grande campeã na vida e no esporte. Tive a oportunidade de indicá-la para uma palestra, por meio de uma amiga para um evento que acontece em Manaus, chamado Encontro de Notáveis. Foi uma estreia fantástica, com mais de mil pessoas presentes na sua primeira palestra, dedicando-se depois a outros projetos, como comentarista esportiva da Rede Globo e preferiu não atuar como palestrante, mas se assim tivesse sido, certamente figuraria no rol de palestrantes famosas, pois tinha (e tem) potencial e uma linda história para inspirar outras pessoas a serem também campeãs na vida.
Palestras Técnicas
Claro que, nesse contexto, é esperado que o palestrante seja, de fato, um grande especialista em uma determinada área, um estudioso. Alguém que dedicou sua vida para uma causa específica, por exemplo, um grande cientista, economista, doutor ou alguém que conseguiu algo grandioso na vida. Suas palestras têm como fundamento ensinar, apresentar novas teses ou tratados, nacionais ou internacionais. Gerando novos conhecimentos e propondo novas teorias ou conceitos sobre o objeto da sua especialidade.
Palestras motivacionais
Não menos importantes ou interessantes, mas ajustadas a um determinado contexto e um determinado público que irá se beneficiar com o estímulo a novas formas de pensar, mudanças de crenças, comportamentos e atitudes, também classificadas como de autoajuda ou inspiracionais. Há vários estilos e dinâmicas que funcionam como metáforas para a tomada de uma nova consciência para outros padrões de comportamentos e atitudes na vida. Algumas dessas palestras recheadas de desafios, tais como caminhar em brasas ou quebrar madeiras com um soco. Outras com reflexões filosóficas, a exemplo do prof. Mario Sergio Cortella, que costuma dizer que não podemos motivar ninguém, mas inspirar pessoas. Tanto que as palestras não deveriam ser chamadas de motivacionais, mas de inspiracionais. Suas palestras são ricas em conteúdo e exemplos muito interessantes, lastreadas em autores e pensadores de todos os tempos.
Palestras divertidas
Normalmente com engajamento da plateia, algumas chamadas de mentalismos, mesclando várias técnicas e dinâmicas. Por exemplo: stand up, improvisos, recursos de neurociências, hipnose, mágica, música, brincadeiras em grupos ou individuais, comédias corporativas entre outras. Tudo isso gerando engajamento pela diversão, bom humor e insights. Um bom exemplo a ser considerado, é uma das mais famosas palestrantes brasileiras que adota esse tipo de estilo, minha querida amiga Leila Navarro. Com seu bom humor, sua contagiante energia, leva as pessoas a reflexões, diversão, muita risada, ora dançando, ora se abraçando. E, assim, nesse espírito de diversão ela conduz uma linha de raciocínio e de inputs úteis para a vida ou para mudanças de comportamentos e de atitudes.
Palestras religiosas ou espiritualizadas
Normalmente conduzidas por padres, pastores, rabinos e outros líderes religiosos, inspirada em escrituras e livros sagrados ou linhas filosóficas, estimulando seu “rebanho” às sendas do bem e da espiritualidade, reforçando a fé em Deus ou em si mesmo, ajudando as pessoas na resolução de problemas do dia-a-dia, como relacionamentos, eliminação de vícios, controle emocional, enaltecimento das virtudes, além de criar uma comunidade específica, integrando seus adeptos que compartilham dos mesmos princípios e valores.
Qualquer que seja o seu interesse sobre o assunto, é bom saber que você pode ser eclético e adotar vários tipos de palestras. Mas, sem dúvida, se respeitar seu estilo, tende a conseguir melhores resultados, pois a naturalidade é um dos principais recursos de um bom palestrante. Além do seu jeito de fazer, o mais importante, é a mensagem que tem para transmitir e o impacto que irá proporcionar na sua audiência. Uma palestra orienta, estimula as mudanças, ensina, gera entretenimento, inspira, emociona, envolve, cada uma com seu objetivo e sua forma. Trazendo também ao palestrante aquela gostosa satisfação de ter contribuído, de algum modo, com a tomada de consciência sobre um determinado assunto ou motivado alguém a alguma mudança para uma vida pessoal ou profissional melhor.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como se tornar um bom palestrante? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Reinaldo Passadori
https://www.passadori.com.br/
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