Originalidade, ousadia e altruísmo são atributos que me fascinam! E, não por acaso, eles me remetem ao conceito do desenvolvimento sustentável, uma questão amplamente comentada em diversos âmbitos – social, econômico, tecnológico, ambiental – que diz respeito a toda humanidade. Cientificamente já não há dúvidas de que o único modelo capaz de evitar a degradação das condições de vida e a extinção de várias espécies da fauna e flora no planeta é a sustentabilidade. Desde quando eu me dei conta da seriedade e amplitude da preservação do meio, radicalizei! A bandeira verde faz parte das minhas iniciativas no trabalho e dentro de casa.
A natureza não suporta mais a neutralidade. Os desafios e as transformações do mundo moderno têm exigido equilíbrio na convivência entre o homem e o meio ambiente. Mas, para se dizer engajada no conceito do desenvolvimento sustentável, a pessoa ou organização deve adotar como padrão de comportamento ou gestão pelo menos três posturas: ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. A moderação e a transformação na utilização de recursos têm gerado novos negócios, produtos, processos e serviços – o instinto empreendedor foi aguçado e muita gente passou a enxergar possibilidades no improvável. Cada um na sua área pode ousar e fazer diferente. Nas minhas palestras, por exemplo, eu já me apresento com roupas descartáveis ou de marcas que adotaram o conceito e tenho orientado às pessoas a reciclarem inclusive ideias, crenças e paradigmas. Nas redes sociais que faço parte, o “toque verde” está presente. Não se espante se encontrar em algum lugar o meu nome grafado como Leila Green Navarro!
Sustentabilidade está longe de ser modismo. É responsabilidade social. Estamos tratando de uma urgente necessidade da humanidade. Apesar disso, nem todas as pessoas conseguem entender o que o assunto tem a ver com elas. Para muita gente é difícil imaginar que a sua atitude hoje é capaz de impactar positiva ou negativamente a sociedade e o planeta no futuro. Nesse contexto se encaixa o altruísmo. O que faz uma pessoa ou uma empresa adotar o conceito do desenvolvimento sustentável é o seu comportamento humanitário, o seu amor ao próximo, afinal estamos criando hoje o futuro para pessoas que certamente nem conheceremos – abrange um nível de conscientização muito maior. A responsabilidade pelas consequências negativas que têm afetado o mundo é minha e sua e, por isso, é necessário que cada um de nós preste mais atenção às suas próprias ações.
Achei bárbaros os projetos de dois visionários que colocaram em prática ideias originais, ousadas e comprometidas com o planeta. Em Copenhague, na Dinamarca, o Crown Plaza Hotel, oferece uma criativa oportunidade para quem quer fazer uma boa refeição sem deixar de cuidar do planeta. O hotel disponibiliza bicicletas ligadas a um gerador de eletricidade para os hóspedes voluntários. Cada um deles deve produzir pelo menos 10 Watts/hora de eletricidade – aproximadamente 15 minutos de pedalada para um adulto saudável. Após o exercício, o hóspede recebe um generoso vale-refeição no valor de 26 euros, aproximadamente 60 reais. Em Londres, o dono de um movimentado bar modificou o chão da pista de dança do seu estabelecimento e o revestiu com placas que, ao serem pressionadas pelos frequentadores, produzem a corrente elétrica que hoje representa 60% da necessidade de energia do lugar.
Mas não é necessário ser um grande empresário ou investidor para ter visão sustentável. A ação de cada indivíduo, por mais insignificante que possa parecer, é capaz de impactar positiva ou negativamente toda a sociedade. O simples fato de economizar energia elétrica, reduzir o tempo debaixo do chuveiro, fechar a torneira enquanto escova os dentes, separar material reciclável, depositar lixo eletrônico em locais adequados, são ações importantes e inteligentes que fazem diferença para toda a sociedade. A soma dessas ações multiplica resultados e todos, todos nós ganhamos.
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