Tempos Modernos
Será que um filme de aproximadamente 84 anos ainda retrata o Brasil de hoje?
Charlie Chaplin. Sir Charles Spencer Chaplin KBE (Inglaterra, 16 de abril de 1889 — Corsier-sur-Vevey, 25 de dezembro de 1977) foi um ator, diretor, compositor, roteirista, produtor e editor britânico. Chaplin foi um dos atores da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão.
Adepto ao cinema mudo, o também cineasta, era contra o surgimento do cinema sonoro, mas como grande artista que era logo se adaptou e voltou a produzir verdadeiras obras primas: O Grande Ditador (crítica ao fascismo), Tempos Modernos e Luzes da Ribalta.
Na década de 1930 seus filmes foram proibidos na Alemanha nazista, pois foi considerada subversiva e contrária à moral e aos bons costumes. Porém, na verdade, representavam uma crítica ao sistema capitalista, à repressão, à ditadura e ao sistema autoritário que vigorava na Alemanha. Charles Chaplin foi acusado de comunista e perseguido pelo Macarthismo. Mas o sucesso dos filmes foi grande em outros países, sendo traduzido para diversos idiomas (francês, alemão, espanhol, português).
Tempos Modernos é um obra cinematográfica de 1936 idealizada por Charles Chaplin. O filme se tornou um clássico do cinema e é um dos mais conhecidos do cineasta.
O personagem principal é Carlitos, interpretado também por Chaplin. Essa figura pitoresca, que é a marca registrada do artista, está presente na maior parte de seus filmes conseguindo misturar humor com ingenuidade e lirismo de forma brilhante, sendo assim uma espécie de palhaço.
A história começa com Carlitos sendo operário em uma fábrica. O trabalho é cansativo e alienante e sua única função é rosquear pares de parafusos.
Tempos Modernos narra a vida de um trabalhador comum, um homem que está em busca de se estabelecer como indivíduo tanto quanto profissionalmente em uma sociedade cheia de inovações tecnológicas e contradições.
O homem não se adapta à atividade repetitiva e às exigências do chefe, sempre cobrando por produtividade e desempenho.
O filme retrata a preocupação e a disposição dos donos da fábrica em conseguirem cada vez mais lucro à custa dos trabalhadores.
Tal fato fica evidente na cena em que Carlitos é obrigado a testar uma “máquina de alimentação”, que segundo seus inventores iria “facilitar” a hora do almoço dos funcionários.
Na verdade, era um aparato que prometia “alimentar” os operários enquanto eles continuavam executando suas tarefas nas fábricas. Obviamente, a invenção não funciona direito.
Outra passagem importante na fábrica é quando Carlitos fica desnorteado com o trabalho e acaba sendo “engolido” pela máquina e entrando nas suas engrenagens, o que mostra a desumanização do homem (na época?), quase como se fosse uma peça mecânica.
Carlitos sofre uma crise nervosa e é mandado embora. O homem então se liga a um protesto de rua e acaba preso, o que demonstra a repressão aos movimentos sociais.
Na penitenciária, ele ingere drogas acidentalmente, mas consegue ser liberado. O homem então vai à busca de outro emprego e consegue um posto como segurança de uma loja de departamentos, mas logo é despedido.
Carlitos conhece Ellen, os dois se apaixonam, mas logo ele envolve-se novamente em uma confusão e vai preso novamente.
Ao sair da cadeia, eles se reencontram e, nessa altura, a moça trabalhava como dançarina em um café. Ela consegue um emprego para Carlitos como garçom, mas, além disso, ele também faz apresentações para os clientes.
Ellen é considerada criminosa por vadiagem e passa a ser procurada pela polícia. Nesse momento, Carlitos se une a ela e os dois partem em busca por melhores condições de vida.
Sugiro que vocês assistam na íntegra ao filme. Talvez você se identifique em algumas cenas.
CENÁRIO
O filme se passa na década de 30, logo após a “Grande Depressão”, ou crise de 29. Nessa época, houve uma recessão no capitalismo, a quebra da bolsa de valores de Nova York e outras tensões sociais que culminaram em grandes taxas de desemprego, fome e miséria.
Paralelamente a isso, havia um crescimento tecnológico importante, a chamada “modernidade”. As fábricas estavam desenvolvendo sistemas de produção a fim de aperfeiçoar o tempo de trabalho e produção dos operários.
Os trabalhadores realizam apenas uma tarefa nas fábricas, aumentando a produtividade e lucro dos patrões, mas ficando alienados do processo de construção dos produtos. Esse é um conceito histórico bastante explorado no filme. Nessa época, também ocorriam diversas inquietações políticas e sociais que tiveram como consequência a Segunda Guerra Mundial.
REFLEXÕES
CHARLIE CHAPLIN
Será a vida imitando a arte ou a arte imitando a vida?
- A vida é maravilhosa se não se tem medo dela;
- A persistência é o caminho do êxito;
- Minha fé é no desconhecido, em tudo que não podemos compreender por meio da razão. Creio que o que está acima do nosso entendimento é apenas um fato em outras dimensões e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder;
- Eu continuo sendo apenas um palhaço, o que já me coloca em nível bem mais alto do que o de qualquer político;
- O som aniquila a grande beleza do silêncio;
- Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas;
- Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo nem orgulho. É amor-próprio;
- Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei;
- Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade;
- Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais;
- Através do humor vemos no que parece racional, o irracional; no que parece importante, o insignificante. Ele também desperta o nosso sentido de sobrevivência e preserva a nossa saúde mental.
REFLEXÕES PARA A PAZ E O BEM
Mais do que máquinas precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.
Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis!” A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.
Lutemos por um mundo novo … um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
Até o próximo encontro!
Elizabeth Kassis
Coluna Tudo Azul
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