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]]>Como já foi dito anteriormente o desinteresse vem da desvinculação entre o real e cotidiano do adolescente com os conteúdos das matérias cobradas. Por exemplo, em Matemática não há sentido ser conteúdo de um currículo comum à matemática analítica. Tanto quanto não acho que deva fazer parte também a divisão de silabas poéticas e poesia camoniana como conteúdos da Língua Portuguesa de base curricular comum. Percebe como esses exemplos estão totalmente longe da realidade de qualquer adolescente? E também não o prepara para enfrentar problemas reais do cotidiano, outro papel fundamental da escola. E isso ocorre em todas as matérias. E, infelizmente, é a maioria do conteúdo dado. É claro que torna o ensino algo chato. Causando o desejo de fuga, sendo responsável pelo grande numero de desistência do ensino médio brasileiro.
Depois da aula o aluno sai da escola. Caso vá para casa não vai estudar nem fazer as lições do lar, pois não quer mais contato com aquele conteúdo irreal. Caso não vá para casa, na pior das hipóteses, fica na rua. Exposto a todo e qualquer tipo de influência, que é muito poderosa, tanto pelo o que oferece (drogas, dinheiro, sexo), quanto pelo ódio nutrido por parte do adolescente pela escola que não o representa e o obriga a perder seu tempo em algo que não utiliza para alcançar seus objetivos. Então, além de uma reforma nos conteúdos, necessita-se também que a escola seja período integral.
Falar em reforma no conteúdo dos currículos escolares e escola em tempo integral sem falar da Reforma do Ensino Médio é impossível. O certo é fazer as mudanças exatamente contrárias às que estão sendo feitas por essa proposta do governo. Alunos e professores necessitam ser ouvidos e se unirem para serem notados pelo governo federal. Tirar história do currículo comum é o cumulo, já que um engenheiro, que provavelmente no ensino médio escolheria a área de exatas e de ciências da natureza, tem que votar também. E saber as bases de sua situação social.
Ou seja, não são tecnocratas que devem fazer essa reforma apenas para “tirar isso da frente” e fazerem propaganda de um governo temporário. Os estudantes e profissionais da educação que devem fazê-la.
Bem, para você que tem acompanhado esta coluna, agora vai ter a oportunidade de ler os meus textos em outra coluna, pois após quase três anos contribuindo com a coluna “De Adolescente para Adolescente”, sinto que agora já estou apta a contribuir num outro estágio, na coluna “De Universitário para Universitário”, onde abordarei temas relacionados a esta importante etapa da nossa vida. Espero você nessa nova coluna!
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]]>Os principais erros e desatualizações das escolas são vistos logo nas suas estruturas: disposição dos acentos dentro da sala e métodos de avaliação.
Em relação à disposição dos acentos – fileiras – força-se uma uniformização mentirosa e uma divisão igualmente mentirosa entre os alunos e o professor, fazendo com que o professor não seja visto com autoridade, mas sim com autoritarismo pelos alunos. Impedindo uma abertura aos outros métodos de conhecimento que uma sala de aula pode oferecer. Como por exemplo, caso os alunos estivessem dispostos em grupos, com mesas arredondadas, dispostas aleatoriamente pela sala. Daria uma visão de que o professor seria uma autoridade de verdade, ou seja, um mediador, um tutor. E os alunos poderiam trocar conhecimentos sobre as matérias e trabalhos propostos. Ajudando um ao outro. Acabando com a competição de notas.
E as provas entram nesse sentimento de competição entre os alunos, e não de cooperação. Defender um sistema de avaliação baseado na competição é algo extremamente contraditório quando as pessoas clamam por mais solidariedade, compaixão e altruísmo. Outro caráter totalmente errôneo que a prova traz para os dias de hoje é cobrar o mesmo nível para alunos com diferentes habilidades em diferentes áreas. Aristóteles mesmo já dizia que nós não somos iguais. Temos diferentes habilidades. E que, pela sua teoria, a felicidade vem de fazer muito bem aquilo que temos habilidade. Não estou dizendo para a escola não desenvolver conhecimentos básicos de matemática em um adolescente que goste muito de história, mas sim que o estímulo deve ser diferente.
Eu sempre fui uma aluna voltada para a área de humanas. Mas sou apaixonada por matemática e biologia porque fui estimulada, tanto por professores, quanto pela minha família. Mas isso não deve ser responsabilidade apenas dessas duas outras partes constituintes do ensino. O próprio sistema tem que ter mecanismos de tornar interessante todas as áreas do conhecimento independentemente da inclinação do aluno. E eu acredito que o melhor estimulo é a adequação das matérias ao cotidiano de qualquer aluno.
Os erros da distância das matérias com a realidade do adolescente e as propostas para solucionar isto serão discutidas no próximo texto.
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]]>Tomamos essa situação como modelo e derivamos, então, que o adulto corajoso e realizado não possui medos. Como um ser autossuficiente, tornou-se pai e mãe de si mesmo: em alguma situação que qualquer medo ameaça surgir, logo se conforta, com força e segurança. No processo, convence-se que, no fundo, não teme aquilo, que não compartilha nenhum temor consigo mesmo. Um Leônidas.
Que surpresa desagradável teremos quando, enquanto jovens adultos, percebermos que, conforme a maturidade se aproxima, os medos não parecem se dissipar, conforme o esperado. Pelo contrário, aparentam estar ficando mais espessos e mais enraizados no nosso coração, como um inquilino desagradável e obscuro. No final de uma tarde de outono, com céu cinza e um frio inexpressivo, sentimos uma agonia de imaginar o dia seguinte, uma vontade de chorar ao ver os anos por vir. Deve haver algo errado. Adultos, nossos pais, não choram, não se agonizam, são bastiões da tranquilidade. Não somos adultos, estamos quebrados. Um Efialtes.
Então, por acaso ou vontade, você se torna pai. Precisará confortar essa nova alma. Que fazer? É surpreendido por seu pimpolho receoso com a luz apagada. Conforta-o. Não é disso que você tem medo. Agora, se o seu filho chorasse pelas contas não pagas, pelo medo da morte e da velhice, pelo receio de decepcionar nossos amados e a nós mesmos, pela mediocridade física e intelectual… Daí você estaria em apuros.
Nesta posição, entenderá que o adulto corajoso possui, no final, medos. A maturidade, em última análise, simplesmente é o processo em que damos nome para aquele inquilino obscuro e desagradável da tarde de outono: ele é os medos insolúveis, idênticos a identidades humanas, horríveis demais para serem mencionados em voz alta e tristes demais para serem discutidas com aqueles que amamos. Não há ninguém para nos confortar, pois todos se afogam juntos.
Talvez, o conhecimento desta dor coletiva seja justamente aquilo que precisamos para superá-la. Como o patriota que se voluntaria para guerra ao ver seus conterrâneos morrendo, a sapiência que esses medos perfuram todos nos geram solidariedade para com outrem. Temos entre nós o mais forte dos laços: o de sofrimento.
Assim, cria-se um novo modelo de adulto saudável: aquele que luta todos os dias contra a própria escuridão ao tentar iluminar o outro. Faz-se isso por meio da compreensão, tolerância e do diálogo. Em exemplo, considerar todos os pesos que alguém carrega por ser um humano é uma boa forma de exercer o perdão: seu amigo que foi grosso contigo, em exemplo, chora de noite por saber que a mãe dele morrerá um dia; seu pai, insensível quanto às suas vontades, já agonizou por não ser tão inteligente quanto aos amigos de trabalho; seu chefe, autoritário, entristece-se ao olhar a própria cara no espelho. Então, vamos perdoá-los; são erros pequenos frente à tristeza que carregam.
Esta alquimia, de fazer nascer do medo, a bondade é o que se pode considerar aquilo que o título do texto busca. Ela, porém, não nos fará andar altivos e impenetráveis como Leônidas. Todavia, também não nos permitirá caminhar, como Efialtes, curvados frente ao peso do mundo. Dar-nos-á simplesmente dignidade para um caminhar tão ereto quanto frágil, capaz de responder às tristezas da realidade, conquanto jamais superá-las. Juntamente com todos aqueles que alcançaram este estágio, chegaremos ao que é a verdadeira coragem madura.
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]]>Antes de entrar na faculdade, conversando sobre educação com o Bruno, trocamos algumas ideias e opiniões de como a faculdade, por se submeter aos interesses do mercado, teve sua ideia original totalmente transformada. E para se provar isso basta perguntar para um aluno do ensino médio qual faculdade ele quer fazer. Ele irá responder com base no seu desejo profissional e não no desejo de conhecimento. Pois a ideia original e principal da faculdade não é formar profissionais, mas sim pesquisadores e desenvolver conhecimentos inovadores para o avanço da humanidade.
Além do utilitarismo, que valoriza o mercado, a faculdade, como centro de conhecimento, tem outro inimigo: a tecnologia, principalmente a Internet.
É fácil de lembrar como o discurso, que ainda persiste, era falado aos sete ventos para enaltecer essa nova ferramenta revolucionária: agora a informação será mundial, qualquer um poderá aprender sobre qualquer coisa em qualquer lugar do mundo em questão de segundos. Cogitou-se até a possibilidade de não haver mais escolas ou centros acadêmicos, pois a informação seria de tal maneira espalhada e de fácil acesso que estas instituições de ensino não seriam mais necessárias. Rude erro.
Confundiu-se e confunde-se o que significa informação e o que significa conhecimento. A diferença entre elas é o fundamental para existirem instituições escolares, professores e alunos. Não vou entrar em questão sobre os vários erros da educação em nosso país, na sua maneira antiquada e rudimentar. Esse é tema para o texto do mês que vem.
Informação são conceitos sobre diferentes coisas jogados e espalhados, já conhecimento é a habilidade de juntar esses conceitos para se produzir algo (produzir não se limita ou sentindo material, mas sim ao inovar). E quem tem os meios de se desenvolver essa habilidade são as instituições, meios como: troca de ideias, debates, trabalhos em grupo. Ou seja, onde se tem interação humana, fisicamente falando, é nas instituições e eu tenho certeza de que essa é a “cola” para transformar informação em conhecimento. Portanto não caia no erro de achar que só porque temos informações mais facilmente podemos descartar as instituições escolares.
Para terminar, acredito que a produção cientifica sofre com uma característica inata ao adolescente, mas que está sendo estimulada pela Internet: o imediatismo e sua preocupação diminuta com o mundo a sua volta. Com todas as redes sociais ficou muito mais importante ter “likes” em uma foto do que um texto publicado questionando qualquer característica do nosso sistema. As superficialidades do conteúdo das redes sociais prezam pelo prazer imediato e irrefletido, fazendo com que o adolescente fique entorpecido com isso e deixe o seu e o futuro de todos de lado.
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]]>Sigmund Freud, pai da psicanálise, afirmara que o primeiro passo para o bebê se tornar um ser humano maduro é perceber que sua identidade é distinta e independente da de sua mãe. Isso acontece, para o psicólogo, no momento em que sentimos um desejo imediato – fome, talvez – e nossa mãe falha em atender com a rapidez necessária. Ela falhou. Não nos entendeu. Não sou ela. Preciso ter minhas próprias táticas e ferramentas para sobreviver. Da falha alheia, surge o individualismo.
Mas, ainda para Freud, este não é um processo sem traumas. Estar sozinho, ser apenas um, é aterrorizador e perigoso: não se sabe o que fazer, nem como e, talvez mais importante, nem o porquê. De fato, todos nossos relacionamentos subsequentes, desde as amizades mais profundas até os amores mais alucinantes, têm, em seu cerne, o desejo de se retornar àquele paraíso que era a primeira infância: um amor incondicional, onipotente e simbiótico.
Pensando nisto, o próximo passo da maturidade, então, é perceber que esse tipo de relacionamento uterino jamais existirá novamente. Isto é, jamais haverá alguém que te compreenda e supra inteiramente. A sociedade não compartilhará do seu amor por poesia: Te acharão anacrônico. Seus amigos não vão entender porque você fica triste quando um deles conquista algo muito acima do que você seria capaz: vão te julgar como invejoso. Seu namorado não será compreensivo por você se sentir feia e não querer transar: Te chamará de frígida. Ou seja, para todos e qualquer um, haverá partes de você obscuras e incompreensíveis. Isso é solidão existencial; aquela que existe pelo próprio motivo de você próprio existir e, até sua morte, jamais desaparecerá. Como diz a frase célebre: todos morremos solitários. Deve-se adicionar a isso que também vivemos solitários.
As respostas a isso são variáveis. Pode-se, como no filme Beleza Americana, negar-se a ver esta realidade: na película, a família, embora todos os seus membros tenham idiossincrasias que variam do adultério ao uso de drogas, passava a imagem de unida e íntegra, feito feto no útero. Isso, via de regra, leva frustrações imensas, porquanto se suprime precisamente aquilo que compõem nossa individualidade. No filme, tem-se, no clímax, a dissolução de todos os laços. É o destino de quem nega a solidão existencial.
Há, ao contrário disso, duas soluções mais plausíveis e aceitáveis. A primeira delas, belamente ilustrada no filme Pequena Miss Sunshine, consiste em abraçar todos os pontos de incongruência que temos com nossos familiares, amigos e amantes como uma fonte de crescimento para cada um de nós. No longa-metragem, o pai, frustrado com a falência, a mãe, neurótica, o filho sem perspectiva e o avô ninfomaníaco realizam uma viagem desastrada e trágica – em partes, precisamente pelos pontos obscuros e impenetráveis de cada um. No entanto, cientes das dificuldades, conseguiam aproveitar os bons momentos, aqueles de congruência, em sua maior plenitude. Os melhores relacionamentos, portanto, não diminuem a solidão existencial: apenas celebram intensamente quando ela não está lá.
A segunda solução, por sua vez, é autorreflexiva. A fim de ilustrá-la, cabe invocar a obra “Em Busca do Tempo Perdido”, do francês Marcel Proust. Nesta, o protagonista, Marcel, busca qual a verdadeira fonte da felicidade o que, de certo ponto, envolve convivência com a solidão existencial. Para isso, tenta três caminhos: a FAMA, o amor é arte. Nos dois primeiros, frustra-se, precisamente por não perceber as barreiras imensas entre nós e os outros: acha os salões de festas dos nobres chatos e, com o tempo, julga o flerte como improdutivo e perigoso. Na arte, torna-se escritor, tecendo observações sobre tudo que o circunda e, sobretudo, que está interiorizado. De fato, é célebre em Marcel Proust o elemento autobiográfico. A partir das próprias memórias e experiências, bem como reflexões, conseguiu achar uma fonte inesgotável de conforto. Enfim, achou uma relação uterina: aquela com si mesmo.
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]]>O post O adolescente e o silêncio! apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Já parou para pensar em como o silêncio nos incomoda? E que todas as vezes que ele ocorre temos duas sensações: ou foi estabelecido o famoso “clima” entre duas pessoas, frequente em elevadores ou temos a sensação que estamos perdendo tempo, vagabundeando. Isso porque o silêncio, normalmente, vem quando não estamos fazendo nada. Fazer nada. Qual foi a última vez em que você não fez nada?
Eu sei que não há tempo, estamos sempre correndo, principalmente, por causa do trabalho. E quando se soma família aí é que não temos tempo mesmo. Mas, nós adolescentes, a maioria pelo menos, ainda não trabalha e não tem família para cuidar. E por que não suportamos não fazer nada e o silêncio? Quando estamos fazendo um trabalho de faculdade pelo computador ou mexendo nas redes sociais sempre colocamos uma música para deixar de fundo. Acho que ela mais mascara a real perda de tempo que estamos tendo do que espanta o silêncio. Silêncio que talvez, se presente, nos clarearia o desperdício de tempo e energia. Acredito que seja por isso que não suportamos o silêncio e não fazer nada: perceberíamos que, nós adolescentes, imersos nesse mundo falso de redes sociais onde a superficialidade buscando likes devora a verdade do imperfeito e tira o foco do desenvolvimento pessoal.
Creio que é no silêncio, mergulhados na nossa consciência, onde encontramos todos os nossos medos e ansiedades que acompanham a nossa situação de transição entre a infância e a vida adulta. E é claro que ninguém gosta de sentir essas coisas, mas muito menos de saber que se sente isso, pois isso é considerado coisa de gente fraca, medrosa. Ou seja, evitamos o silêncio para não darmos conta da nossa vulnerabilidade, de sermos sempre incompletos, pois ainda temos respostas a encontrar, ainda ficamos tristes e com medo. Isso tudo não vem à tona quando estamos com as mentes ocupadas seja trabalhando em algo que nos evolua ou quando procuramos o ângulo e filtro perfeito para postar aquela foto no Instagram.
A provocação que nos faço é sermos realmente corajosos e nos enfrentarmos no silêncio. Provar daquela coragem que apenas falamos aos ventos para deixarmos de ser, pouco a pouco, hipócritas.
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]]>O post Um Estranho no Ninho apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>A sugestão de Campbell é de que, a fim de demonstrar uma moral da história ou um crescimento do personagem, essas etapas demonstradas na imagem são essenciais. Sendo assim, todo roteiro bom e significativo jamais fugiria disso.
Pois bem, e daí? E daí que essa constância no mundo literário também se aplica no nosso mundo real. De fato, o aprendizado a tirar disto é que todo e qualquer aprendizado relevante nascerá de uma saída de nossa zona de conforto. Da mesma forma que Harry Potter partiu para Hogwarts, os Hobbits para Mordor, Neo saiu da Matrix e Luke de Tattoine, nós também precisaremos abandonar nosso mundo.
Esta é uma ideia elegante e motivadora, a qual nos convida sempre a abraçar novas oportunidades e crescer junto delas. Lindo. No entanto, ela é praticada por pouquíssimos. A maioria, de fato, decide casar com a zona de conforto, fadando-se a uma existência medíocre e sem avanços. Nas palavras de Henry David Thoreau: “Vivem uma agonia silenciosa”. Por quê? Seriam essas pessoas sedentárias vitais e vagabundos? Não, nunca é tão simples. Nossa primeira saída da zona de conforto foi nascer. E todas as outras não são menos dolorosas. Abandonar os laços que tínhamos no passado, seja com pessoas ou com nossas perspectivas de felicidade, é idêntico a um parto: agoniante, abrupto e sujo. Se muitos agoniam mudos, outros esgoelam de dor.
Não sei onde eu estou nessa divisão de dor. Depois de muito esforço, consegui entrar na faculdade almejada. Ótimos professores, instalação e estrutura perfeitas e nome forte o suficiente para me garantir financeiramente logo após a saída do último ano. Por vezes, sinto-me integrado: no meio daqueles que amam a mesma carreira do que eu e, até certo ponto, tem objetivos e meios parecidos. Eu pertenço a isso. Já nasci. Em outros momentos, julgo-me distanciado: são – bem – mais ricos, mais libertinos e espontâneos. Teria que mudar para estar integrado, cortar laços com meu antigo eu: beber, zoar, dançar. Não quero. Eu não pertenço a isso, vou me manter solitário. Quero estar no útero.
O nome para essa minha condição, para aquele que não iniciou sua jornada do herói e nem abraçou o conformismo, é o “Homem Marginal”. Ele vive nas margens, na periferia, entre duas situações. E, por isso mesmo, agoniza pelas duas dores: a de tentar se integrar e a de estar isolado, a de ser e não ser, a do silêncio e a do grito. Pobre situação essa do homem marginal.
Mas talvez haja algo positivo. Enquanto intermédio entre esses dois mundos, o da conformidade e o da quebra, entre conversar de assuntos que amo e ir ao bar, tenha uma visão objetiva de ambos. Vejo o quão importante é estudar e discutir sobre minha carreira, bem como noto o quanto isso pode ser estressante e limitador; noto o valor de relaxar, descontrair e zoar, mas também observo claramente o quanto isso pode fazer alguém se perder.
Então, talvez eu tenha uma nova sugestão de roteiro para o Campbell, que não envolva saída da zona de conforto. No caso, basta que o personagem principal saiba como é fora dela. Que Harry Potter tenha visitado Hogwarts, deslumbrando-se com, mas escolhido não ficar. Que Frodo tenha iniciado a jornada a Mordor, notado seus perigos e grandeza, mas voltado. Harry e Frodo, neste contexto, seriam as pessoas mais completas da série: saberiam tanto sobre seu conforto quanto sobre a explosão dele.
O valor estaria em ver ambas as faces dos heróis e dos conformistas, não em optar por qualquer uma delas. Há um parto, mas sem a dor do mesmo, em última análise.
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]]>O post Brincar de “Gente Grande” apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Tenho certeza que vocês já tiveram e vão ter muitas ainda. Creio que a principal causa para isso seja a ansiedade. E com o aparente encurtamento do tempo, consequente da tecnologia que cada vez mais pessoas ficassem ansiosas em uma intensidade maior. E quando nós adolescente temos os primeiros contatos com a realidade das responsabilidades e compromissos de uma vida adulta temos crise existencial todos os dias. Ou seja, brincar de ser gente grande é assustador.
Eu não vim aqui pra falar que não podemos ficar com medo ou deixar o medo e a ansiedade tomar conta de nós. Eu acredito que os maus momentos têm que ser vividos tão intensamente e verdadeiramente quanto os bons. Sou totalmente contra essa moda de felicidade eterna e constante que viralizou pelas redes sociais. Mas também sei que teremos que sair da famosa “bad” e agir, podemos ser hipócritas e incompletos ao querer apenas a liberdade, mas não lidar com a responsabilidade que a acompanha.
Temos que tirar da crise a maior lição que ela nos oferece: que outras crises virão. Não tem como fugir delas, pois uma vez iniciados na realidade de compromissos e expectativas não tem como voltar.
Para sair de uma crise ou lidar com ela de um jeito que não a deixe comandar sua rotina tente se concentrar no presente. O futuro é uma ilusão. A única coisa que temos de concreto e de certo é o presente. Portanto não vale a pena e chega a ser infantil e burrice se desesperar por algo que nem existe.
O momento muito propicia para escrever esse texto, por causa do Carnaval.
Relaxe nesse feriadão, do jeito que achar melhor. E esqueça só por alguns instantes o futuro, isso é necessário, pois só sereno conseguimos enfrentar algum medo ou adversário.
Bom Carnaval a todos!
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]]>O post A dor de decidir! apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Assim, qual seria a primeira razão para nossos dilemas doerem tanto? Ora, esta é a falta de razão envolvida nas nossas ponderações. “Cumã?” Calma, explico. Quando queremos, por exemplo, escolher uma faculdade, é de bom senso levar em consideração o nome no mercado, a distância, o preço e nossa afinidade com o curso. NÃO é interessante, no entanto, colocar na balança como você vai se exibir no Facebook ou nas festas de família pelo nome da sua faculdade. Contudo, veja só, ambas as considerações – a interessante e a não – acabam surgindo na nossa mente antes de tomarmos uma resolução.
De maneira mais geral, tomar decisões acaba por ser um embate entre nosso lado racional – que pondera o longo prazo – e o imediatista – que foca somente nos prazeres mais efêmeros. Ou seja, duas partes – a rápida e a devagar – de você mesmo se digladiam. Surge parte da angústia: aquela de não saber o que é importante ter em mente na hora de decidir.
Outra parte dela advém da falta da informação relevante para se tomar a decisão. Somos, no mínimo, ignorantes sobre nossas possibilidades. Como ilustração, pense no número de profissões existentes: hoje, no mundo pós revolução industrial, há algo em torno de 500 mil empregos, passando dos conhecidos “médico” e “bombeiro” para os enigmáticos “assistente de vendas sênior” e “empacotador júnior”. Dado essa abundância, parece impossível ter a informação suficiente – isto é, uma boa noção da maioria das profissões – para achar a melhor carreira. Com isso, é inevitável o sentimento que estamos dando um chute no escuro, o que agrava imensamente a nossa confusão interna.
Pior ainda, é para se dizer que, mesmo que soubéssemos todos os meandros das nossas possíveis escolhas, uma parte ainda se mantém inacessível: nossa experiência com elas. Sim, sim: você pode saber tudo sobre a carreira do médico, mas ainda não sentiu o cheiro do sangue; pode ter conversado com mil amigos após o divórcio, mas ainda não teve que ficar em casa sozinho. A experiência do viver só se tem vivendo e, mesmo assim, ela é essencial para estarmos satisfeitos com nossas decisões. Eis a segunda parte: somos ignorantes sobre muitas informações.
A solidão só é sentida de dentro.
Haveria soluções para as duas angústias de decidir? Tentarei prover aqui algumas sugestões das mesmas. Primeiramente, como lidar com nossa falta de diretrizes para aquilo que é realmente importante? Neste sentido, a Psicologia Positiva pode auxiliar.
Psicologia Positiva é um ramo que foca não na resolução das mazelas e problemas da psique humana – este é o dever da psicologia comum, patológica – ela, ao contrário, quer descobrir os fundamentos da felicidade humana, isto é, aquilo que realmente importa ^-^ Apesar de ser relativamente nova, já produziu alguns resultados interessantes. Os mais significativos foram condensados em uma pesquisa que durou mais de setenta e cinco anos, feita pela Universidade de Harvard. O objetivo era acompanhar o desenvolvimento de pessoas desde a adolescência até a velhice, buscando ver o que realmente as deixava feliz e saudáveis.
Apesar das pessoas acompanhadas terem tido vidas extremamente diferentes (um até virou presidente dos Estados Unidos!), todas aquelas que se diziam felizes tinham um denominador comum: possuíam bons e seguros relacionamentos pessoais. Estes permitiam uma saúde, tanto física quanto mental, mais elevada e, além disso, um nível de satisfação enorme com a vida. Ou seja, ter uma boa família e amigos, bem como um envolvimento com sua comunidade, é essencial para nós.
Levar isto – uma verdade científica comprovada por um experimento – em consideração nas nossas decisões pode nos tirar um pouco do peso delas. Afinal, você sabe o que importa, a partir de agora.*
Mas, que coisa, ainda ficamos com a outra parte da angústia! Como lidar com tudo aquilo que não sabemos, nossa ignorância sobre o mundo, afinal? Esta resposta, como tantas outras, já foi dada a dois mil anos atrás: na Grécia Antiga, em um local chamado “Oráculo de Delfos”, onde se faziam previsões sobre o futuro dos homens, havia uma inscrição “Conhece-te a ti mesmo”. Ou seja, se conhecer a imensidão do Universo e suas possibilidades é uma tarefa árdua, impossível, por que não se virar para dentro? Isto significa estar consciente de nossas qualidades, defeitos e memórias. Quer-se especializar em algo? Faça na sua própria vida. É precisamente isso o ocorrido com Marcel Proust, autor de “Em Busca do Tempo Perdido”.
Marcel possuía asma, de forma que não podia sair por aí explorando o mundo. Apesar disso, tinha o sonho de ser escritor. Então, teve que, como uma lavadeira a torcer a roupa para retirar sua água, retirar o máximo da pouca experiência de vida que teve: sua viagem a uma praia, as poucas festas que frequentou e, acima de tudo, suas memórias. Com base nisso, ou seja, suas infinitas impressões nessas poucas situações e a própria memória, criou o romance mais longo que já se tem notícia. Marcel virou especialista na própria mente, naquilo que sentia e julgava.
Seguindo seu exemplo, podemos, ao tomar uma decisão, olhar não para fora ou para o lado, mas para dentro, buscando nossas preferências e reações mais íntimas. Isso nos fará, mesmo com a ignorância sobre o mundo, mais tranquilos após nossas decisões.
Ou seja, em última análise, para curar as mazelas de não saber o que é importante e, acima disso, ser ignorante sobre as circunstâncias do mundo, as quais nos levam a angústia e ao arrependimento, é importantíssimo ter um bom conhecimento da Psicologia Positiva e, acima disso, de nós mesmos. Assim, a dor de decidir pode ser um pouco aliviada. Mas só um pouco, ahahah…
* Se quiser saber mais, seguem alguns links interessantes sobre Psicologia Positiva:
Link original: https://www.youtube.com/watch?v=8KkKuTCFvzI
Link original: https://www.youtube.com/watch?v=apbSsILLh28
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]]>O post Vícios apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Acredito que alguns vícios são mais julgados do que outros porque seus efeitos colaterais físicos são muito mais visíveis e, talvez, assustadores. Uma pessoa viciada em trabalhar e outra em comer, por exemplo. As duas pessoas usam o trabalho ou a comida como válvula de escape para algum problema pessoal, conseguindo prazer com a pausa de preocupação causada pela ocupação realizando qualquer outra atividade que as tirem da realidade de problemas, inseguranças e imperfeições. Perceba que a questão não são os efeitos colaterais de cada vicio, mas sim a provocação de que as causas são as mesmas, logo o julgamento deveria ser o mesmo. Deveria ser o mesmo olhar de reprovação e de nojo que são atribuídos aos viciados que emagrecem ou ficam irreconhecíveis por drogas por exemplo. Mas isso não ocorre.
O propósito desse texto é provocar para nos questionarmos e questionar o grande discurso feito contra as pessoas que têm vícios. Aquele discurso de pessoas leigas em medicina que se dizem preocupadas com a saúde do próximo e como não devemos submeter à racionalidade humana a vícios, quando na verdade julgam vícios de modos diferentes. Julgando muito mais aquele vício com efeitos colaterais físicos fortíssimos.
Este texto tem como objetivo deixar você atento a hipocrisias e a falsas preocupações. Questionar se a real preocupação dessas pessoas não é o desconforto causado pela visão chocante que um viciado em drogas, álcool, cigarro ou comida.
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