O post Vivendo e aprendendo a jogar (ou a viver!) apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Um ano novo chegou e com ele nos vem uma lufada de ar fresco, esperança e motivação para construir aquilo que desejamos. Eu desejo à você, leitor, leitora desta coluna, um ano esplendoroso, de realizações e alegrias.
Este mês quero compartilhar histórias inspiradas pela vivência de revistar situações do meu passado neste tempo de pausa das festas de final de ano.
Fui visitar minha família no interior e então encontrei uma caixa com minhas agendas da época de adolescência e juventude, de uns 30 anos atrás. Você fazia agendas, diários? Ainda faz? Ler minhas próprias experiências naquelas páginas foi um processo muito interessante e então fiquei me perguntando por que eu parei de fazer isso. Quanta riqueza poder acessar-me novamente.
A Juliana de 50 anos lendo a Juliana de 20 e poucos anos, suas alegrias, preocupações, desventuras, lutos, conquistas e tudo mais do movimento da vida que a vida contém.
Quando as pessoas chegam para a Mediação eu sempre peço para narrarem suas histórias de vida. Acho importante a visão de processo das coisas. Temos uma tendência a dizer que as coisas, especialmente as crises, acontecem “do nada”, mas não é assim.
Os sonhos que temos, como os meus lá do passado, partem do contexto daquele momento passado e, na maioria das histórias de vida, não se realizam como se imagina. Por isso, aprendi que a importância do sonho não é realizar-se, mas nos dar uma direção para sair do lugar.
Em um processo dialógico no qual trabalho, chamado Investigação Apreciativa, o sonho tem um papel fundamental. É a partir dele que planejamos os próximos passos (numa próxima coluna falarei mais sobre essa metodologia).
Meu convite aqui neste início de ano é olharmos para a narrativa que temos escolhido de nossa história. E sim, a mesma história pode ter muitas versões de narrativas, a depender do sentido que queremos dar à ela, de para quem estamos contando e qual a nossa intenção ao contar de uma forma e não de outra.
Eu escolho hoje narrar minha história a partir de tudo que aprendi com meus fracassos e sucessos, versão essa que adquiri quando me permiti errar também. E ler aquelas minhas histórias de vida nas agendas antigas me mostrou que muitas coisas que faço hoje eu já gostava há tantos anos e elas dizem muito sobre mim. E que algumas das minhas antigas preocupações se dissiparam com os aprendizados da vida.
Recebo pessoas em situação de conflito, portanto, frustradas, tristes, com raiva, decepcionadas. Essas emoções nublam a visão sobre os aprendizados e convidam a versão dolorosa das histórias de vida a emergirem.
Ao narrar essas histórias de dor, vai se tornando possível a versão aprendiz, que aceita o que foi e sente esperança no que há de vir.
Sempre estamos contando recortes escolhidos por nós de nossas histórias de vida, assim, como as pessoas com as quais conversamos, por isso, lembre-se que você nunca sabe ou saberá a história toda de alguém.
Esse processo de olhar para nossa história pode ser muito rico para nosso presente. É um importante elemento de autoconhecimento. Saber de que forma você foi impactado pelas coisas que viveu pode economizar muito tempo e energia de seu momento atual.
Se quiser ir além, então escreva. Eu me propus a retomar essa prática. Há muitos trabalhos sobre a escrita terapêutica e sabe-se que é um recurso muito útil. E, apesar de saber disso, eu não vinha praticando como quero voltar a fazer.
Se isso te inspira, coloque esse projeto em prática. Anote sua percepção de si mesmo ao começar esse processo e ao longo do ano vá observando se olhar para suas histórias de vida fora do modo automático lhe trouxe ensinamentos. E compartilha comigo, vou querer saber desse processo.
Quer saber como suas histórias de vida moldam seu presente e certamente o seu futuro e o quanto elas podem ajudar você a economizar muito tempo e energia de seu momento atual? Então, entre em contato comigo para saber como funciona e tirar suas dúvidas. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Respeito: A Pedra Angular do Desenvolvimento Humano
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]]>Qual o valor da vida humana?
Imagino que esta pergunta possa causar algum incômodo. “Como assim? A vida humana possui valor inestimável!” Esse talvez tenha sido seu pensamento.
A desigualdade social, as violências de cada dia, a fome, a dificuldade de acesso aos direitos básicos como saúde, educação, lazer, tantas formas de desvalorização da vida vemos todos os dias. Olhando para as notícias fico com a sensação de que algumas vidas parecem ter mais valor que outras. E essa é a maior violência que pode haver.
Todos nascemos com o mesmo valor. Todos merecemos ter a vida mais plena que pudermos ter. E todos nascemos com direito à dignidade.
Segundo a psicóloga americana Donna Hicks, no livro “Dignidade e seu papel na resolução de conflitos”, a dignidade é um componente emocional de nosso cérebro. Nascemos com esse recurso que nos alerta com forte emoção caso sintamos que o valor de nossa vida esteja ameaçado. Para o ser humano, uma ameaça à sua dignidade significa uma ameaça à sua existência.
Para a autora a dignidade é um estado interior de paz que se atinge através do reconhecimento e da aceitação do valor e da vulnerabilidade de todos os seres vivos.
O respeito é a atitude que sinaliza que nossa dignidade está sendo preservada. Portanto, a falta de respeito indica para nosso sistema de defesa que estamos em perigo.
Existe uma inteligência em nosso corpo que percebe se estamos em perigo e o desrespeito fornece essa percepção de baixo valor da vida para o outro, o que vai ativar mecanismos emocionais de luta ou fuga, visando a proteção da vida.
Acho tão importante essas informações que a neurociência nos oferece, pois fica evidente que nossas atitudes revelam nosso cuidado e nosso descuido com a vida do outro (e da nossa também).
Educar para o respeito é educar para a valorização da vida humana. Se eu respeito a vida humana, se eu considero que a vida do outro tem o mesmo valor que a minha, vou cuidar para tratar essa pessoa da forma como eu gostaria de ser tratada.
É importante lembrar que respeitar a pessoa não significa concordar com suas atitudes. Ao educarmos para o respeito é preciso abrir espaço para o desenvolvimento de atitudes que traduzam a importância da vida humana, guiando um caminho de aprendizados e comportamentos que sejam coerentes com esse valor.
Pensando assim, a frase “tudo começa pelo respeito” faz muito sentido. Se há respeito há cuidado, há busca pela igualdade social, há melhor distribuição de riquezas, tudo porque a vida do outro é tão valorosa quanto a minha.
Se caminhássemos rumo a educação para o respeito, teríamos a possibilidade de construirmos uma nova sociedade. As violências se reduziriam muito, uma vez que todos reconhecêssemos que cada vida tem seu valor.
Aquelas que conhecemos e aquelas que nem sequer sabemos da existência. Todas. E não podemos mais fechar nossos olhos para essa triste e cruel realidade. Não temos respeitado a vida como ela precisa ser, de fato, respeitada.
E escrevo em primeira pessoa do plural, pois todos somos responsáveis por essa realidade. E se todos nós somos responsáveis, então é tempo de mudar, de construir esse mundo onde haja mais respeito, onde as pessoas sejam tratadas de forma digna, como precisa ser.
Talvez fiquemos imaginando que o “fazer algo sobre isso” seja algo grande, de impacto social coletivo, porém eu encorajo a cada um de nós para fazermos as mudanças em nossos contextos próximos mesmo, sendo exemplos vivos do respeito que desejamos ver no mundo.
Nossas crianças e adolescentes não aprendem por meio dos nossos discursos, elas aprendem observando nossa forma de agir no mundo. Se educo para o respeito com minha própria vida, valorizando a vida ao meu redor, com atitudes de cuidado e proteção de outros seres humanos, farei parte dessa mudança do mundo.
O que você pode fazer hoje para valorizar as vidas humanas que cruzarem por seu caminho?
Convido você a fazer essa pergunta a si mesmo todos os dias ao sair de casa. E desejo que ela guie suas tomadas de decisão ao se relacionar com as pessoas no seu dia a dia.
Será muito bom para sua própria vida, para as pessoas que conviverem com você e, principalmente, para aquelas pessoas em formação que estão próximas, que aprenderão com o seu exemplo a dignidade da vida humana.
Quer saber mais sobre a importância do respeito como base para o desenvolvimento humano? Então, entre em contato comigo para saber como funciona e tirar suas dúvidas. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: A Mediação como Inovação no Campo da Resolução de Conflitos
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]]>Caros leitores,
Inicio a coluna deste mês entusiasmada com o crescimento da mediação de conflitos no Brasil. Temos visto uma crescente procura desse modo de resolver conflitos que se desenvolve a partir da melhor comunicação entre as partes e se pauta na autonomia de vontade dos envolvidos em escolherem as melhores soluções para si.
Como a Mediação se desenvolve por meio da integração dos interesses das pessoas, a ideia de vencer permanece, porém com uma importante diferença. Eu venço e o outro também vence.
Ao dialogar, com a facilitação de uma terceira pessoa – o mediador – as pessoas vão descobrindo nuances das histórias que não tinham acessado antes. Como quando vemos um filme pela segunda ou terceira vez, sabe? Sempre descobrimos algo que não tinha nos chamado atenção antes, não é mesmo?
Nas histórias de nossas vidas, especialmente naquelas onde existem conflitos, deixamos de ver muitas coisas, tanto pela dificuldade emocional na administração de situações conflituosas, quanto pela disponibilidade de escuta do outro.
A relação fica tão desgastada que, para escutar o ponto de vista para o outro, temos que demandar tanta energia, que essa tarefa fica prejudicada. Ou ainda quando criamos uma espécie de imagem do inimigo sobre o outro e deixamos de ver que se trata de uma pessoa como nós, passamos a vê-la como alguém que quer nos prejudicar, quer o nosso mal.
Ao enxergarmos o outro assim, claro que entramos no modo defensivo e não queremos nem ouvir o que teria a nos dizer ou que pensa.
Sim, cada pessoa envolvida na mesma situação conta histórias diferentes sobre o que aconteceu. Em geral as pessoas tendem a achar que alguém pode estar mentindo, mas não, cada um está contando sua versão de como viveram os acontecimentos.
Muitas coisas influenciam a nossa percepção do que está acontecendo. Nossas crenças, sonhos, desejos, expectativas, cultura, educação familiar, entre outros aspectos sociais e psicológicos. Por isso, cada versão da história é uma e a oportunidade de ouvir o outro contando como foi para ele viver aquela mesma situação pode abrir portas antes travadas para o consenso.
E fico muito feliz ao perceber que finalmente as pessoas estão escolhendo passar por um processo de Mediação ao invés de entregar a decisão sobre suas vidas a alguém que nem sequer as conhece.
São mais de 13 anos atuando na Mediação, em âmbito público e privado, e vejo finalmente essa ser uma opção mais conhecida pela sociedade, que ao conhecer, pode escolher por ela.
Veja não somente no meu escritório, mas também num movimento geral desse “mercado”. Advogados se especializando em atuar acompanhando seus clientes na Mediação, mediadores buscando aperfeiçoar cada vez mais seus recursos, o Poder Judiciário recomendando que as pessoas busquem por si a solução de seus conflitos, isso parecia tão distante há alguns anos e celebro agora ver que está acontecendo.
Ainda temos muito chão para percorrer, afinal, uma cultura institucionalizada como a nossa não muda com tanta velocidade. Mas, ver que as pessoas já passam a saber dessa possibilidade já é um grande passo.
Vejo muitas mudanças na sociedade, no mercado de trabalho, nas empresas, há sempre alguém falando sobre a inovação, tão desejada pelas pessoas para facilitar suas vidas. Vejo a Mediação como uma inovação no campo da resolução de conflitos, desde o método até os efeitos.
Temos já alguns artigos aqui publicados na minha coluna (veja aqui) falando mais sobre esse tema
Quer saber mais sobre Mediação como ferramenta na Resolução de Conflitos? Então, entre em contato comigo para saber como funciona e tirar suas dúvidas. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Mediação ou Terapia: Qual a diferença?
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]]>Essa é uma pergunta que escutei tantas vezes ao longo de minha jornada como mediadora que me impulsionou a fazer a Especialização em Terapia Familiar Sistêmica e vou compartilhar aqui com vocês leitores minhas reflexões sobre o tema.
A Mediação de Conflitos é uma atividade profissional que se pode chamar de transdisciplinar, pois se constitui da interrelação entre diversas áreas do saber. Tanto é que não é uma atividade a ser exercida por uma área específica do saber ao mesmo tempo que exige uma capacitação específica aos interessados em atuar como mediadores/as.
A Mediação nasce da integração de conhecimentos sobre Cibernética, Negociação, Comunicação, Teoria do Conflito e recebe influência da Psicologia, da Antropologia, do Direito, da Sociologia, da Economia e, no campo da Mediação de Conflitos Familiares, recebe influência da Terapia Familiar.
Assim como a Mediação, a Terapia Familiar Sistêmica desenvolveu seus aportes teóricos a partir de outros campos da ciência, como a Cibernética, a Biologia e a Teoria dos Sistemas. Assim, podemos dizer que ambas são fruto do pensamento sistêmico e compartilham suas teorias fundantes.
O pensamento sistêmico é o paradigma científico contemporâneo, que considera os múltiplos fatores que influenciam alguma situação, nos convida a mudança de olhar – da parte para o todo – e possui três pressupostos que interagem entre si: complexidade, instabilidade e intersubjetividade.
A Mediação e a Terapia Familiar Sistêmica também compartilham o lugar de prática dialógica. Ambas são metodologias que se desenvolvem a partir de um espaço de diálogo construído para permitir que as questões de conflito sejam trazidas por aqueles que são os principais interessados na solução, as próprias pessoas envolvidas.
A Mediação visa a construção de uma decisão (pelos interessados) que solucione a situação de conflito e essa solução, pode ser jurídica ou não, envolve a construção de obrigações recíprocas (gosto de chamar de combinados), onde todos os envolvidos se responsabilizam pela mudança da relação.
O/A mediador/a facilita essas conversas, utilizando-se de técnicas comunicacionais, negociais e procedimentais da própria Mediação.
A Terapia, por sua vez, tem um espectro de atuação bem mais amplo que a Mediação. Na abordagem sistêmica os clientes vão construindo junto com o/a terapeuta os caminhos pelos quais querem passar e seguir. Alguns querem compreender as questões que estão vivendo. Outros querem melhorar a forma como tem se relacionado, como interagem. Outros companhia para pensar sobre os temas relacionados aos ciclos de vida e alguns querem resolver situações.
Algumas terapias podem conter mediações de conflitos e ajuda muito ao terapeuta também ter capacitação nestes recursos.
Eu já ouvi colegas advogados fazendo esse comentário. Existem alguns fatores que explicam essa confusão.
O primeiro é a ideia que temos construída socialmente de que a resolução de conflitos é jurídica e por isso as pessoas acabam buscando por “quem está certo perante a lei”. No olhar sistêmico os aspectos jurídicos são apenas um dos múltiplos fatores geradores dos conflitos.
Existem questões sociais, familiares, psicológicas, econômicas e, principalmente, relacionais. E, para falar delas, é preciso diálogo, é preciso escuta atenta e curiosa, para entender que mais há por trás de uma situação de conflito.
Um pai fez um pedido de “exoneração de pensão alimentícia” (parar de pagar a pensão) por causa da maioridade do rapaz. Porém, conversando e escutando esse pai descobrimos que ele queria contato com o filho. Ele queria saber como era sua vida, como vivia, pois há anos não o via.
E, com a Mediação, acabou por se reaproximar desse filho e fazendo questão de lhe pagar a faculdade. São caminhos estranhos pelos quais as relações humanas passam e pelo qual “o que diz a lei” pouco ou nada responde.
Outro aspecto que gera confusão é a inclusão das emoções nas pautas de conversas da Mediação. Há quem ainda ache que de emoções só se fala em terapia. Ora, tantos estudos de neurociências nas maiores Universidades do mundo (e eu já falei aqui também sobre isso) nos mostram a importância da inclusão das emoções ao considerarmos tomadas de decisão, que é justamente o caso da Mediação.
E, para finalizar, quero ressaltar o aspecto comunicacional da Mediação. Isso até a Lei enfatiza. Isso é o que diz o Código de Processo Civil brasileiro:
“O mediador auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos”
A Mediação é dialógica, empodera pessoas no sentido de responsabilizá-las por suas próprias vidas, pela resolução de suas próprias questões, sem depender de um agente estatal para isso.
Não é terapia, mas acho que para quem se viu resolvendo de forma cooperativa seus próprios problemas é libertador e isso sim é muito terapêutico!
Quer saber mais sobre Mediação e Terapia Familiar Sistêmica? Então, entre em contato comigo e continuaremos essas conversas. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
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Confira também: É possível mediar nossos próprios conflitos?
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]]>Os conflitos fazem parte de nossa vida. Se estamos vivos, então temos conflitos. E, na medida que a sociedade e nossas relações se tornam menos hierárquicas, mais conflitos irão surgir. Isso não é maravilhoso?
Em alguns espaços e momentos históricos parecia não haver tantos conflitos, pois eles estavam encobertos pela obediência. Nas famílias, nas empresas, na sociedade, poucos se atreviam a contestar, desafiar. O conflito não emergia e com isso não se abria espaço para cocriar soluções para os desafios, que permaneciam encobertos pelas relações de poder de uns sobre os outros.
O conflito não é bom nem ruim. Ele é o que é. A forma com manejamos os conflitos é que podem gerar diferentes impactos em nossas vidas.
De fato, muitas pessoas têm medo do conflito e usam das mais diversas estratégias para evitá-lo. Muitas pessoas já viveram situações extremamente danosas em suas vidas em razão de conflitos manejados de forma inapropriada. E quero reconhecer que o caminho de cada pessoa para lidar com os conflitos é único, permeado assim por suas experiências.
Em geral, o desejo de resolver o conflito está relacionado a algo importante de nossa vida, algo que desejamos cuidar. Nas nossas relações mais íntimas, como os familiares por exemplo, os conflitos tendem a ser os mais difíceis de lidar.
As relações mais íntimas tendem a ser as mais desafiadoras e nelas também temos a tendência de nos envolvermos mais diretamente, assumindo assim o papel de mediadores, de forma consciente e intencional ou inconsciente e despreparada.
É possível que você se lembre de alguma situação assim que já tenha vivido. Eu mesma posso dizer que mediei muitos conflitos entre meus pais, desde criança, sem a menor ideia de que estava fazendo isso.
Pode ser que neste lugar, sem que tenha percebido, você também tenha desenvolvido alguns recursos para lidar com essas situações e que hoje isso te ajude muito nas diversas situações desafiadoras de sua vida.
Acredito que essa consciência faça muita diferença. Perceber o que você faz nestas situações, o que contribui e o que não é um bom começo.
Vamos pensar nos recursos que podemos utilizar para fazer possíveis essas conversas difíceis:
Provavelmente você saiba da necessidade de todos esses recursos, mas o desafio de mediar essas conversas, onde estamos envolvidos e somos capturados pela emoção e pelas histórias pregressas, pode nos fazer esquecer daquilo que sabemos.
O importante de tomar consciência de todos esses recursos, assim como dos desafios, é poder escolher se há energia e espaço em você para essas mediações ou se você pode buscar apoio, profissional ou não.
Mantenha a consciência de que esta relação é importante para você e essa é a razão para cuidar dela da melhor maneira possível. Se for possível para você assumir esse cuidado, siga em frente. Se perceber que pode ser exaustivo demais, busque apoio.
Quer saber mais sobre como mediar os seus próprios conflitos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Por que Temos Tanta Dificuldade em Dizer e Ouvir “NÃO”?
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]]>Se existe um tema recorrente nos trabalhos que desenvolvo, seja mediação, terapia ou treinamentos em comunicação, é a questão de como aprender a “dizer não”.
Primeiramente quero dizer que as pessoas que sentem dificuldades em dizer o “não”, em geral, são as pessoas que também sentem dificuldade ao ouvi-lo. E já estou imaginando você me responder ai do outro lado “imagina Juliana, para mim é tranquilo ouvir o não!”
Eu explico. Aprendemos que o “sim” é uma forma de cuidado e validação das pessoas, então dizer “não” é desagradar e isso nos leva para uma “categoria” de pessoas que não desejamos ser.
Crescemos entendendo o “não” e o “sim” para nós mesmos, enquanto pessoas e não para nossos pedidos especificamente. E o mesmo fazemos em relação ao outro.
Quantas vezes quando pequeno você pediu algo para seus pais e a reposta era “se você se comportar bem eu te dou” ou “não, você não está merecendo, está se comportando muito mal”.
Essa foi a conexão que passamos a vida construindo, de que os “sins” e “nãos” estão ligados à pessoa e ainda mais violentamente, ao merecimento desta pessoa.
Assim, meu convite é que você separe a resposta “sim” ou “não” da pessoa que está fazendo o pedido ou dizendo “não” para seu pedido.
Eu te convido para almoçar comigo hoje. Você diz “não”. Essa resposta está ligada ao convite para o almoço e não a mim. Até poderíamos ir mais profundamente nesta análise, caso seja alguém conhecido seu, que não tem atendido suas necessidades e você até precise dizer um “não”, mas será para a relação, para a forma como ela tem te tratado, não para a pessoa.
Além do significado construído por essas palavras ao longo de nossas vidas, as queixas sobre a dificuldade de dizer os “nãos” está relacionada a outra dificuldade nossa, de impor limites.
Quando analisamos o que há por trás da dificuldade em dizer um “não” numa situação bem específica, percebemos que há questões em jogo, que vão além do significado, mas que incluem valores pessoais que podem estar ameaçados ou são conflitantes por aquela situação específica.
Vamos a mais um exemplo, agora avaliando uma situação concreta. Vou contar uma história ocorrida comigo no início de minha carreira como advogada. Eu sou uma pessoa que tem dificuldade em desagradar e, naquela época, não tinha a menor consciência disso e agia sem reflexão, no automático das repetições de padrão. Um dos meus chefes me pediu para assinar num cheque, simulando um endosso.
Na hora olhei para ele assustada e pensei “que eu faço agora? Se eu disser não ele me demite, estou no início da minha carreira…” e por aí vai…. meu pensamento acelerou, meu coração disparou … mas aquilo era muito grave para mim e respondi um “não” com toda força do meu ser, pois ele estava enraizado nos meus valores.
Eu não fui demitida. Desagradei com certeza, mas tive também ali a clareza de que aquele tipo de escritório não era para mim. Comecei a procurar outro emprego e em alguns meses sai de lá.
Por isso é tão importante dizermos “não” para impor limites aos abusos que permitimos que sejam cometidos sobre nós. Esse é o maior autocuidado que alguém pode se presentear.
Muitas situações não são resolvidas naquela mesma hora, como a minha, mas traz à luz os valores que estão sendo violados e permitem que você se planeje para sair daquela situação abusiva.
Se você está lendo esse artigo e sente na sua pele essa dificuldade em dizer ou ouvir “não” na sua vida ou quer olhar para uma situação específica que gostaria de tomar consciência dos limites que precisa impor, procure ajuda. Eu posso ajudar e muitos outros profissionais qualificados podem te ajudar a analisar e refletir sobre quais valores estão sendo negligenciados, planejar o melhor momento para impor os limites, bem como preparar a melhor forma de falar sobre isso.
Meu contato é 11 953839689.
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Um abraço,
Juliana Polloni
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Confira também: A Mediação e as Tecnologias de Convivência
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]]>A Mediação é um processo conversacional, facilitado por uma terceira pessoa, cujo objetivo é restabelecer a condição de escuta e compreensão dos interesses recíprocos numa situação difícil.
Geralmente, quando se instala uma situação conflituosa, as pessoas tendem a criar obstáculos para escutar e legitimar o outro e isso torna ainda mais difícil a negociação entre elas. As emoções passam a guiar o processo, aumentando o desconforto até da presença dessas pessoas num mesmo ambiente.
No meu trabalho com equipes é comum que as pessoas estejam se evitando e, mesmo ocupando o mesmo espaço de convivência, usem inúmeras estratégias para não compartilhar espaços e decisões. Isso é um sintoma importante a se observar no cotidiano. A convivência saudável é perceptível pelo bem-estar das pessoas nas interações cotidianas.
Há grupos que evitam se encontrar no café, outros que fazem de tudo para sair para almoço sem convidar determinadas pessoas. No home office há quem veja que alguém não está bem e ignore completamente aquela pessoa, como se ela nem estivesse compartilhando o mesmo espaço, outros casos em que se criam grupos de troca de mensagens e excluam determinadas pessoas.
Aprendi com uma grande amiga que intimidade não se improvisa, então é claro que podem existir pessoas que se afinem de modo a tornarem-se mais próximas e isso tenha origem no ambiente de trabalho e transborde para outras áreas da vida.
Porém, quando a exclusão é deliberada, quando alguém é inviabilizado no grupo, quando as pessoas se evitam, temos uma importante informação de que esse grupo não está bem enquanto grupo.
Sem que haja segurança emocional num grupo não é possível haver engajamento e colaboração. Estes são atributos de um processo de pertencimento, construção de corresponsabilidade, de considerar-se visto e importante para aquele grupo.
Uma equipe que não está bem como equipe não irá alcançar um bom desempenho. Ouso ainda dizer que talvez nem mesmo as pessoas em suas atribuições específicas alcancem suas melhores versões num ambiente que não lhes propicia isso.
Há tantos anos escutando pessoas, sou convicta do valor de desenvolver espaços saudáveis de convivência dentro das empresas e organizações e venho construindo espaços colaborativo-dialógicos e capacitando as pessoas para as tecnologias de convivência.
A Mediação, os Círculos Restaurativos, as Práticas Colaborativo-Dialógicas, a Sociocracia, a Democracia Profunda, são algumas metodologias possíveis para esses trabalhos. A escolha do método está relacionada à necessidade do grupo contratante e aos objetivos traçados a partir da escuta da demanda local.
Como cantava Renato Russo na música Índios do Legião Urbana “mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente”. Estamos muito adoecidos como sociedade e precisamos chegar neste ponto de dor para entender que está na hora de criar espaços saudáveis de pertencimento. Que o mundo do trabalho não pode mais seguir sugando a vida das pessoas, mas ao contrário, precisa ser fonte de cuidado como estratégia de sustentabilidade do próprio negócio.
Aprender a conviver num mundo onde se prega tanto individualismo é libertador e pode fazer muito pela qualidade de vida e do trabalho das pessoas. As mudanças estão visíveis aos nossos olhos em tantos aspectos e este é um momento bastante oportuno de propiciar mudança também no campo dos relacionamentos interpessoais e coletivos dentro do ambiente de trabalho.
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Um abraço,
Juliana Polloni
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Confira também: Mediação? Será que isso é para mim?
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]]>Eis que uma das minhas tarefas neste mundo é apresentar a Mediação para as pessoas e para que serve. Algo que não é novo, mas que, devido à cultura predominante, fica num lugar constante de novidade.
A forma mais conhecida de resolver problemas pela humanidade é pela força, atributo do exercício de poder. Foi assim que os territórios se expandiram, as nações surgiram, povos dominados e escravizados, enfim, nossa história como humanidade se baseia nas relações de poder sobre o outro.
A Mediação propõe uma mudança nesta lógica ao convidar seus participantes a se unirem para resolver seus problemas. Ao invés de pensar no mundo “um contra o outro” vamos para o modo “juntos contra o problema”.
Claro que não é fácil estar junto de alguém visto como causador do problema vivido. Por isso, entra uma terceira pessoa, capacitada, para manejar esse encontro. O mediador, a mediadora, entra na relação, emprestando sua escuta imparcial (em relação à situação, ressalto) para que a conversa seja possível.
Uma figura, muito difundida em tempos de internet, nos ajuda a exemplificar o que se passa numa Mediação:
A Mediadora ajuda seus clientes a identificarem que estão em pontos de vista diferentes. Depois disso, vai conduzindo a conversa para que eles se movam do ponto de vista original para outros, também possíveis. Assim, vai ficando mais fácil compreender que também existem outras formas de solução, além daquela primeiramente imaginada, e pela qual ele estava apegado como a única.
Comprovadamente, quanto mais possibilidades temos de resolver algo, mais fácil fica encontrar uma solução que atenda a todos os envolvidos.
Vou trazer aqui alguns exemplos de casos que já atendi para ajudar você a identificar como isso tudo pode funcionar.
Em casos de família, um casal pode procurar a Mediação para decidir se vai se separar ou se vai fazer alguns combinados para manterem o casamento. Aliás, para essa questão do divórcio, em todas as fases é possível buscar a Mediação, desde a tomada de decisão até depois de anos de divorciado para se falar de ajustes no dia-a-dia dos filhos em comum.
Também muitas famílias têm buscado a Mediação para negociar cuidados com os pais. Os irmãos se reúnem para organizar suas vidas e as vidas de seus pais idosos ou adoentados, de modo que não fique sobrecarregado para ninguém.
As famílias empresárias também se beneficiam muito das possibilidades da Mediação. Sentar-se para conversar sobre patrimônio e a gestão dele, sobre as relações entre seus membros, sobre a convivência tanto no negócio da família quanto em seus casas, sobre o futuro e a sucessão nos negócios.
Empresários sócios de uma empresa contratam uma mediadora para conversarem sobre os rumos desse negócio, preparar uma possível venda, manejar alguma situação que desalinhou os entendimentos iniciais.
Cliente e fornecedores, contratantes e contratados, locadores e locatários, vizinhos, colaboradores entre si ou com a empresa, enfim, onde existe uma relação e algo aconteceu ou está prestes a acontecer que muda os combinados originais (conflitos) pode ser motivo para buscar uma Mediação.
Ela é baseada na necessidade de conversa entre pessoas que estão vivendo um momento de tomada de decisão. Por isso, desejo também descontruir a ideia de que a Mediação é algo judicial.
A Mediação também é oferecida no contexto do Judiciário, mas ela não nasceu para ser judicial. Desde sua origem, a ideia de buscar a Mediação é justamente a de buscar uma outra lógica, uma outra forma de resolver as coisas, por isso a Mediação Extrajudicial (aquela que é feita fora do Poder Judiciário, por uma mediadora autônoma) faz mais sentido e acontece antes que o conflito se agrave, gerando chances maiores de solução.
A lógica de buscar o Judiciário quando há uma questão a se resolver é muito forte na nossa cultura. E é essa lógica que a Mediação vem modificar.
Quando você tiver um problema, busque uma medidora (ou um mediador), convide a outra pessoa com a qual tem esse problema compartilhado – a mediadora pode fazer esse convite também. As conversas sobre a solução desse problema levarão a algum resultado, geralmente muito satisfatório.
Ser escutado(a) é algo que faz bem para todas as pessoas. Ser escutado(a) tendo ajuda para resolver problemas é maravilhoso. Receber companhia, apoio, compreensão, presença. O processo em si das conversas já faz muito bem. Encontrar um resultado satisfatório, de forma pacífica, sem aumentar seu nível de estresse é um verdadeiro luxo nos dias de hoje. É isso é totalmente acessível por meio da Mediação.
Se quiser saber mais sobre Mediação, para quem serve e em que situações ela é aplicável, então entre em contato comigo! Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
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Confira também: Mediação de Conflitos: Consciência e Protagonismo
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]]>O post Março se celebra o “Dia Mundial dos Direitos do Consumidor” apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>O convite para nossa reflexão neste mês é uma análise do tratamento dado ao consumidor. O consumidor, como se sente em relação aos seus direitos? E você, caro leitor, cara leitora, o que pensa sobre isso?
Eu adoro saber a história das coisas. Essa data, que hoje é uma das datas mais importantes para o varejo brasileiro (ficando atrás somente da Black Friday para lojas de e-commerce), surgiu depois de um discurso do presidente dos EUA, John Kennedy, salientando os direitos que todo consumidor tem, como o direito à segurança, à informação, à escolha e de ser ouvido e tornou-se oficial a partir de 1983.
Esse movimento mundial influenciou o Brasil também, que passou a difundir o respeito aos direitos do consumidor e promulgou a Lei de Defesa dos Direitos do Consumidor em 1990.
Esses direitos do consumidor são pauta constante das conciliações e processos no Poder Judiciário brasileiro. Sem dúvida um grande ganho para a sociedade brasileira ter uma lei que garanta ao consumidor a possibilidade de reivindicar seus direitos.
Porém, apesar de termos direitos e dos Códigos expostos nas lojas para nos lembrar que neste lugar de consumidores somos hipossuficientes, ou seja, estamos numa relação de desigualdade, pois há grandes empresas de um lado e uma pessoa do outro, às vezes nem tão consciente assim de seus direitos.
Mas, percebe-se uma cultura no Brasil de que o sujeito de direitos, no caso aqui o consumidor, faz uso indevido de seus direitos. Isso leva à uma postura de embate quando um consumidor quer ver seus direitos preservados.
Vou contar aqui algo que aconteceu comigo, numa loja de uma grande franquia nacional de chocolates. Eu havia comprado dezesseis itens de presentes aos professores dos meus filhos. Ao organizar os presentes para o dia seguinte, constatei que faltavam alguns itens. Ligue na loja, fui atendida pelo próprio franqueado, que disse que “me faria esse favor”.
Na ida à loja para buscar os itens, mostrei a nota e ele me tratou com desprezo e arrogância. Deu a entender que eu estaria me aproveitando da situação. E afirmou até que eu “acharia os itens” em algum momento, pois “tinha certeza” de que eu os havia retirado da loja. Claro que os itens não tinham vindo comigo (até aí, tudo bem, pois todos estamos sujeito a errar). Me ameaçou, foi bastante violento na sua comunicação comigo. Segui firme, exigi os itens e sai dizendo que era cliente antiga, que não merecia aquele tipo de experiência que eu estava vivendo ali. Sai profundamente triste daquela situação e, logicamente, não voltarei a comprar lá (coisa que fazia sempre, em datas festivas, aniversários, por quase 10 anos).
Isso me lembrou que, há alguns anos, numa pesquisa que fiz para um artigo de minha autoria, já publicado em livro, constatei exatamente isso. A grande dor do consumidor brasileiro é o fato de ser considerado “aproveitador” toda vez que busca meios de fazer valer seus direitos.
Ou seja, ganhamos muito com a promulgação de uma lei que defenda nossos direitos enquanto consumidores, mas ainda trabalhamos com base na cultura de que as pessoas abusam de seus direitos como regra.
De que adianta uma loja conceito linda, colorida, cheia de alegria, sabores e aromas se, na loja franqueada do bairro, o proprietário ou sua equipe tratam indignamente o cliente?
Para mim, a experiência do cliente na resolução de conflitos, que existem e fazem parte de todo tipo de relação, deve receber a mesma dedicação das empresas quanto o marketing ou o desenvolvimento de produtos.
Venho trabalhando isso com meus clientes, na prevenção de conflitos (ressalto que não se previne a existência de conflitos e sim o nível de desgaste gerado por ele). E principalmente na importância de preparo das equipes de atendimento, especialmente aquelas dedicadas à solução de problemas, como SAC ou Ouvidoria por exemplo.
É urgente que trabalhemos essa cultura preconceituosa em relação aos direitos do consumidor. Existem abusos sim, mas eles são mais raros e identificáveis do que se pode imaginar.
Já receber um cliente achando que ele quer se aproveitar de uma situação já constrói um contexto de desconfiança e competição que não serão favoráveis à resolutividade da situação.
Bons treinamentos, orientações à equipe de atendimento e desenho de fluxo de resolução de problemas podem ser um dos investimentos fundamentais que uma empresa que se pretende sustentável pode fazer. Identificar as causas mais comuns de problemas também pode ser muito importante quando a empresa tem situações de reclamações frequentes. Às vezes um ajuste no fluxo pode mudar todo o cenário, poupar dinheiro de indenizações. E, principalmente, poupar o desgaste da imagem da empresa em sites de reclamação.
Para conclusão dessa conversa, fica aqui a orientação de procurar um profissional especializado em resolução pacífica de conflitos para uma análise das situações que acontecem na empresa, do atendimento e encaminhamentos de costume. E, dessa forma, aperfeiçoar a cada dia essa parte tão importante das empresas, as pessoas que sustentam o outro lado, a própria existência do negócio.
Gostou do artigo? Quer conversar mais sobre os direitos como consumidor ou como aperfeiçoar a cada dia a resolução pacífica de conflitos na sua empresa? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Mediação de Conflitos: Consciência e Protagonismo
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]]>Há cerca de um ano venho trazendo ideias, conceitos e reflexões sobre a Mediação de Conflitos nesta coluna do Portal Cloud Coaching. Um tema que não é novidade no Brasil, mas que continua desconhecido do grande público.
Difundir a existência e a potência da Mediação para que a sociedade brasileira pense nesta possibilidade ao se deparar com uma situação de conflito tornou-se um propósito em minha vida.
Como sociedade, fomos moldados por um sistema muito litigante. Para se ter uma ideia, são cerca de 1,3 milhão de advogados no país, segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil. Isso significa que há um advogado para 164 brasileiros residentes no país. E essa construção histórica tem seus efeitos na beligerância de sua população.
Chegou até a ser uma forma de ameaçar as pessoas. Quem nunca ouviu ou disse a frase “vou te processar!” numa discussão enfurecida em virtude de um descontentamento.
Na época em que advogava, um amigo chegou a me ligar e “fingir” estar me consultando como forma de se impor numa situação de consumo. E o mais grave dessa história é que funcionou! Somente depois que ele fez a cena de consultar uma advogada teve seus direitos atendidos.
Percebem quantos absurdos se sucedem a partir da forma como concebemos o processo judicial como única via de solução? E tem o outro lado, das pessoas que não cumprem suas obrigações legais e esperam que os destinatários desses direitos “briguem” por eles. E assim não caminha a humanidade.
Antes da Mediação chegar no Brasil como possibilidade realmente só tínhamos o processo judicial mesmo. Ou aquela velha e boa negociação (um ligando para o outro, trocando propostas, até chegar num bom termo).
Porém, há mais de 10 anos temos legislação no Brasil sobre Mediação. Tem também a Conciliação, mas que nasceu atrelada ao Judiciário e que, por isso, não muda o paradigma da forma que a Mediação o faz.
Para que ela aconteça é necessário atitude. Antes de qualquer coisa, decidir resolver o conflito por si mesmo, sem buscar a autoridade judicial para isso. Costumo comparar a busca pela autoridade para resolver nossos problemas com aquele movimento de, quando éramos crianças e buscávamos nossas mães para resolver alguma situação de conflito. Crescemos e a “mãe” tornou-se o Poder Judiciário, depositário de nossa incompetência de resolver as coisas.
Pode ser que você esteja buscando o contra-argumento sobre o que estou dizendo e pensando “mas tem situações que precisam mesmo da autoridade”. Sim, e posso afirmar que estas situações são a minoria das ações que hoje inundam os Tribunais. A grande maioria dos processos poderia ser resolvido pelas próprias pessoas envolvidas.
A real motivação dos litígios normalmente está ligada à dores emocionais, necessidades não atendidas, cujos pedidos processuais não acessam. Talvez por isso seja tão comum que pessoas ganhem os processos e mesmo assim não ficam satisfeitas, porque a sentença não alcançou a real motivação.
A Mediação de Conflitos é uma oportunidade de olhar para o conflito de forma mais profunda, compreendendo a motivação e buscando a forma mais saudável e sustentável de resolvê-lo. Envolve escolha consciente pelo método, assunção de responsabilidade e energia para as conversas difíceis que virão. Conversas essas que serão manejadas pelo/a mediador/a, o que as torna possíveis.
Eu admiro muito meus clientes por esse movimento. São pessoas que escolheram ser protagonistas de suas histórias. E por isso mesmo, quando os encontros de mediação terminam, as pessoas sentem-se satisfeitas por terem contribuído com suas próprias vidas.
É comum escutar dos clientes “nossa, foi duro no começo, mas agora estou mais leve, muito agradecida/o”. Isso me faz pensar na metáfora de uma ponte pênsil, aquelas moles, com cordas. Dá uma insegurança no começo, mas a cada passo você vai sentindo mais confiança. E ao chegar lá do outro lado você vibra de satisfação por ter conseguido. O/a mediador/a é a pessoa responsável por cuidar e acompanhar os clientes nesta travessia.
Que tal sairmos por ai espalhando a ideia de que a mediação pode ser uma ótima forma de resolver situações conflituosas?
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre mediação e como você pode usufruir dela para a solução de seus conflitos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Mediação Empresarial e Mudança Cultural da Empresa
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