A atuação nos processos de Coaching nos mostra que muitas pessoas chegam para a primeira sessão com questões muito parecidas. Uma pesquisa realizada em 2014 pela Isma Brasil (International Stress Management Association) mostrou que 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho. Esse é um número muito alto! Considerando que passamos boa parte das nossas vidas no trabalho, esse é um percentual alarmante.
Por que será que estamos tão insatisfeitos?
Quando li a obra Trabalhando com Alma da Tanis Helliwell alguns insights vieram em relação a essa questão. Muitos de nós esquecemos que somos dotados de alma e personalidade. E certamente a satisfação com o trabalho surge quando essas duas esferas trabalham de forma integrada. O equilíbrio resulta da satisfação de necessidades, tanto da personalidade, quanto da alma.
Para Tanis, a alma conhece o objetivo da nossa vida e a personalidade é o receptáculo que nos foi dado para atingirmos esse objetivo. A alma não pode alcançar suas metas sem a cooperação da personalidade, e esta quando atua sem direção da alma, tende buscar prazeres efêmeros. Se satisfizermos as necessidades da nossa personalidade – por exemplo, por meio da conquista de segurança financeira e profissional – ampliaremos a nossa capacidade de satisfazer as necessidades da alma. Quando atuam em conjunto, a alma e personalidade formam a personalidade dotada de alma. Essa parceria interdependente é essencial para o pleno desenvolvimento do nosso potencial.
A nossa personalidade é uma construção que usamos para experimentar o mundo, mas não constitui a nossa parte essencial. Carl Jung, ao descrever as forças diferentes da persona e da alma, afirmou que ambas possibilitam o relacionamento – a personalidade, com o mundo exterior e a alma, com o interior.
A personalidade é o receptáculo que abriga a alma. Podemos satisfazer a personalidade quando realizamos o sonho da alma, mas jamais satisfaremos os sonhos da alma por meio da satisfação da personalidade. Assim, o ponto é que em termos de carreira, muitas vezes, somos condicionados a avaliar o sucesso ou fracasso por meio de atributos da personalidade: valor do salário, cargo atingido, MBAs, certificados e por ai vai. Contudo, em determinado momento, uma “luz” acende no painel de controle mostrando que algo está errado. É a alma buscando o propósito.
Assim, quando nos sentimentos insatisfeitos, provavelmente, estamos alimentando apenas um lado: a personalidade ou a alma. O mais comum é nutrirmos apenas a personalidade. Todavia, vale lembrar, que encontramos clientes no processo de Coaching que vivem o outro lado da história. Ou seja, muitas vezes, dedicaram a ouvir a sua alma e encontraram seu propósito. Mas, deixaram a personalidade de lado e não encontram recursos para seguir a sua alma. Ficam paralisados e insatisfeitos, pois sabem o “porquê”, mas não conseguem executar o como.
Então, lembre-se, a alma conhece o propósito da nossa vida e a personalidade tem o dom de realizá-lo. A satisfação surge dessa integração.
E aí? Já parou para pensar se você nutre alma OU personalidade? É sempre tempo de mudarmos o cenário e trocarmos o OU por E. O processo de Coaching deve levar o cliente a satisfazer sua alma E personalidade.
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