“Se o espírito não trabalha junto com as mãos, não existe arte”.
(Leonardo da Vinci)
Querido leitor, nas férias tive a grata oportunidade de ler um livro muito interessante e enriquecedor. Este livro estava na minha biblioteca pessoal há algum tempo, ganhei de presente de uma amiga e confesso que o título não tinha conquistado a minha atenção até o início desse ano. E olha que o livro tem um título instigante: Segunda-Feira Nunca Mais!
Mas, como tudo tem o seu tempo e o seu lugar considero que estar de férias foi a melhor época para iniciar essa leitura. Por isso, irei compartilhar com vocês um dos capítulos que mais gostei. Nesse capítulo em questão o escritor Dan Miller inicia afirmando que todo mundo tem talentos e habilidades singulares. Segundo ele, você pode ser um comunicador de mão cheia ou um amigo ou colega que se preocupa com os outros, um tomador de decisões afiado ou um vendedor talentoso. Porém, por que tantas pessoas se sentem frustradas ao usar esses talentos na prática? Será que não é suficiente ter a capacidade de fazer uma coisa bem feita?
Dan afirma categoricamente que não! Ele diz que se você só estiver contando com o seu talento, é provável que nunca vá sentir a sensação de realização, de significado e de satisfação tão desejada por todos nós. Ele sugere pensar na vocação, que segundo ele, é o que realmente faz a diferença, que dá significado ao que você faz. Aqueles que seguem a própria vocação podem relembrar a sua vida anos mais tarde e ver o impacto que causaram no mundo.
Ele cita o escritor Steven Covey que diz que todos nós queremos “viver, amar, aprender e deixar um legado”. E não há maneira melhor de deixar um legado do que seguindo a própria vocação. Um legado se conecta à nossa necessidade espiritual de ter uma sensação de significância, de propósito, e de contribuir com algo.
O trabalho não é só uma coisa que temos que fazer. Mais do que isso, é a nossa oportunidade de responder diariamente à nossa vocação e no fim de tudo ainda deixar uma herança. As pessoas vão se lembrar do seu patrimônio econômico por muito tempo, mas vão se lembrar das coisas que você fez e que têm um valor duradouro.
A palavra vocação vem do latim vocare, que quer dizer “chamar”. Isso sugere que você está ouvindo uma coisa que o está chamando, algo que é especificamente seu. Uma vocação é algo que você tem que ouvir – uma ligação com algo maior que você.
Vivemos num mundo sacudido pela violência, desastres naturais e incertezas da vida cotidiana, não é de se surpreender que muitos de nós estejamos buscando algum tipo de missão ou vocação no trabalho. Estamos conscientes de que existem mais coisas na vida do que pagar a prestação da casa e do carro. Buscamos uma ligação com alguma coisa que “faça a diferença”, que de alguma maneira torne o mundo melhor o que sirva a uma causa nobre. Para ajudar nessa busca o autor cita as três áreas que você deve se comprometer em qualquer trabalho:
- Talentos e Habilidades: Sim, você tem que ter a capacidade de fazer esse trabalho, mas esteja ciente de que só talento ou habilidade não vão levar necessariamente a uma sensação de propósito ou satisfação;
- Traços de Personalidade: Como você se relaciona com as outras pessoas? Em que tipo de ambiente se sente mais à vontade? Você é do tipo expressivo ou visionário, ou é analítico, lógico e detalhista? Saber quais são os seus traços de personalidade mais fortes é o primeiro passo em direção a um trabalho autêntico, prazeroso e pleno de significado;
- Valores, sonhos e paixões: Qual é a coisa que você mais gosta de fazer? Se não precisasse se preocupar com o dinheiro, o que faria para passar o tempo? Quais temas são recorrentes em sua vida? Que tipo de atividades você gostava de fazer quando criança que as pessoas talvez tenham dito que não eram realistas ou eram pouco práticas na hora de escolher uma carreira?
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