Três Maneiras Simples de Prestar Atenção
Muitas pessoas sabem que falo sobre meditação e seus benefícios com certa frequência. E é muito comum eu ouvir comentários do tipo: Gostaria de usar meditação, ando estressado, minha cabeça parece girar o dia todo; ou, perco o foco com muita facilidade, quando estou fazendo alguma coisa meu cérebro parece navegar por todos os lugares, menos onde deveria estar; ou então, isso resolve a minha ansiedade e estresse do trabalho?
Sim, é a resposta a todas as perguntas. Meditação pode ter um papel potencial no alívio das situações reais apresentadas de fato.
A prática da meditação não precisa estar ligada a nenhum sistema de crenças. A única crença necessária não é dogmática, mas aquela que diz que cada um de nós tem a capacidade de nos compreendermos mais plenamente e de cuidar mais profundamente de nós mesmos e dos outros.
A meditação dá a qualquer pessoa que a persiga a oportunidade de olhar de fato para dentro em busca de uma sensação de abundância, profundidade e conexão com a vida.
Mesmo que a prática da meditação esteja presente em várias correntes religiosas e filosóficas, hoje podemos afirmar que a meditação básica consiste em ferramentas práticas para ajudar a aprofundar a concentração, a plena atenção e a compaixão.
Veja estas três maneiras simples de prestar a atenção:
1. CONCENTRAÇÃO
A concentração estabiliza e focaliza nossa atenção para que possamos nos livrar das distrações internas prejudiciais. Por exemplo: arrependimentos sobre o passado, preocupações com o futuro, vícios. E não sermos seduzidos pelos externos. A distração desperdiça nossa energia; a concentração o restaura.
A concentração é a arte de reunir toda aquela energia, aquela atenção tempestuosa e dispersa, e estabelecer, centralizar. (Sharon Salzberg)
É muito comum observarmos que nossa atenção parece estar em todos os lugares, menos onde deveria estar. Nossos pensamentos estão no passado ou no futuro e, raramente, no momento presente e naquilo que estamos fazendo. Estarmos perdidos em nossos pensamentos, muitas vezes nos traz arrependimentos futuros: “Puxa… eu poderia falar de outra maneira…”, “Eu fui tão tímido e inseguro para falar…”, “Eu deveria ser mais sábio e fechar a minha boca…”. Estas situações são comuns quando estamos em meio a uma situação, entretanto com nossa mente em outro lugar – sem nos concentrar naquilo que é importante naquele momento.
Você já percebeu o quanto sofremos por antecedência, por algo que possivelmente poderá acontecer e, de fato, não nos concentramos na situação de momento?
Sem concentração, nossas mentes se voltam para o futuro não como um planejamento hábil, mas sim como uma ruminação exaustiva.
A concentração é a arte de reunir toda essa energia, aquela atenção tempestuosa e dispersa, e assim se estabelecer, centralizar. Concentrar-se não é um esforço exagerado e inútil. Não é um esforço forçado e tenso. Mas sim deixar que as coisas se acomodem no que está à mão, isto é, naquilo que está ao meu alcance naquele momento.
A concentração também é desenvolvida através da meditação.
2. ATENÇÃO PLENA
A plena atenção refina nossa atenção para que possamos nos conectar mais plena e diretamente com tudo o que a vida traz. Muitas vezes, nossa percepção do que está acontecendo se distorce por preconceitos, hábitos, medos ou desejos. A atenção plena nos ajuda a ver através deles e a ter assim muito mais consciência daquilo que realmente é.
Somos influenciados com bastante facilidade por estímulos externos como comentários de pessoas próximas, noticiários, programas de TV ou falso entendimento da realidade, isto é, não ver as coisas como realmente são.
Desenvolver a atenção plena nos capacita a contornar estas situações e assim viver mais alinhados com a realidade e com o presente, não nos preocupando tanto com o passado ou com o futuro; quanto a isto não podemos nos esquecer que para que o futuro seja prazeroso é importante que as ações tomadas HOJE sejam sólidas para que no futuro não venham causar algum desconforto.
A atenção plena não depende do que está acontecendo, mas sim de como nos relacionamos com o que está acontecendo. É por isso que dizemos que a atenção plena pode ir a qualquer lugar. Podemos estar atentos à alegria e à tristeza, ao prazer e à dor, a uma bela música e a um grito estridente. Todas essas reações autodestrutivas e limitantes não precisam estar presentes.
A experiência real da atenção plena é de um espaço vibrante, vivo e aberto, onde as respostas criativas às situações têm espaço para surgir, precisamente porque não estamos presos aos caminhos já gastos das mesmas velhas reações habituais. Em plena atenção, não perdemos discernimento e inteligência. Essas qualidades, de fato, tornam-se mais agudas à medida que preconceitos obsoletos e respostas automáticas e rígidas deixam de governar o dia.
A atenção plena também é desenvolvida através da meditação.
3. COMPAIXÃO
A compaixão abre nossa atenção e a torna mais inclusiva, transformando assim a maneira como vemos a nós mesmos e o mundo. Em vez de ficarmos tão presos na construção do eu e do outro, de nós e deles, vemos as coisas muito mais em termos de conexão com todos. Essa transformação fundamental começa com mais bondade para conosco. Invista na autocompaixão. Goste de você mesmo.
Nunca se esqueça que compaixão não é ter pena, dó ou algo parecido em ralação aos outros.
Mesmo em técnicas que não enfatizam particularmente a bondade ou a compaixão, essas qualidades estão inevitavelmente sendo desenvolvidas na meditação.
A compaixão inicia pela autocompaixão.
Em muitas linhas religiosas encontramos algo semelhante ao que encontramos no cristianismo:
“Ame o próximo como a si mesmo”.
Raciocine: se você não ama a si mesmo, então não poderá amar ao próximo. Certo? Se não ama o próximo, como poderá estabelecer relacionamentos? Como viver em paz dentro de um grupo social, quer seja família, empresa, ou qualquer tipo de grupo?
A Compaixão também é desenvolvida através da meditação.
No final, praticamos meditação não para nos tornarmos grandes meditadores, mas para ter uma vida diferente. À medida que aprofundamos as habilidades de concentração, atenção plena e compaixão, descobrimos então que temos menos estresse, mais realização, mais percepção e muito mais felicidade.
Transformamos nossas vidas de fato.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre as ferramentas práticas para ajudar a aprofundar a concentração, a plena atenção e a compaixão? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Cleyson Dellcorso
https://www.dellcorso.com.br/
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