Normalmente o seu maior inimigo está bem perto de você, mais especificamente dentro da sua própria cabeça!
Temos a mania de ficar relembrando, remoendo, julgando, antecipando coisas mentalmente. Essas viagens constantes no tempo, sejam para visitar ou projetar memórias positivas ou negativas, costumam não produzir bons resultados por 3 razões:
A primeira é que elas tiram a sua atenção do momento presente. Você deixa de nutrir a sua mente com dados atuais, mas continua funcionando como se estivesse no agora. Na realidade só o seu corpo está, seja no trabalho, com os amigos, familiares, nos estudos, no trânsito, em alguns casos até na vida íntima… Fazendo isso, obriga a sua mente a entrar com informações e comportamentos automáticos para que você não pare – afinal a vida segue, estejamos ou não presentes! Aí depois você se pergunta: Por que eu falei aquela besteira? Por que fiz essa bobagem? O que foi que o fulano falou? Como eu consegui errar essa questão?
Resposta simples e direta? Você estava ausente, reagindo no automático porque estava viajando no tempo, visitando o passado ou projetando o futuro.
Segunda razão a ser considerada antes de entrar na máquina cerebral de saltos temporais: Mesmo que alguém, ou o acaso, tenha feito algo de ruim para você, te machucou, essa ação tem um prazo limitado no tempo. Mas cada vez que você revive mentalmente o acontecimento, reabre e aprofunda o machucado, pinta com cores ainda mais pesadas os momentos de dor.
O que passou gerou consequências? Sim! Toda ação gera uma reação, mas a única resposta realmente útil é o aprendizado transformador.
Se não for para aprender e começar a mudar a partir da informação obtida, para que ficar repetindo na mente uma coisa que te fez mal? Só quem sofre é você – de novo – e às vezes até mais! E isso não te prepara para situações semelhantes, ao contrário, só alimenta o seu medo, rancor, tristeza, a sua ansiedade.
E lembre-se sempre, você não precisa enfrentar tudo só. Procure e aceite ajuda profissional para lidar com conteúdos doloridos, e aí sim, fazer visitas mentais monitoradas que possam ser úteis no seu processo de aprender e mudar para melhor.
Terceira razão para você começar agora a diminuir esses lapsos, essas ausências temporais: Se você teve uma experiência maravilhosa, que te marcou muito, uma conquista, uma superação, uma epifania, recebeu uma visita da sorte, isso também já passou. Aconteceu! Você pode até revisitá-la algumas vezes mentalmente com o intuito de verificar, e levantar aspectos comportamentais que possam ser reproduzidos, modelados, quem sabe até aprimorados. Mas para que novas experiências similares a essa possam acontecer é preciso abrir espaço em sua mente, retirar a expectativa de repetição que a projeção do passado gt; no futuro gt; gera. O peso de que sejam ocorrências iguais ao acontecido – o que é impossível! Elas serão piores, parecidas ou melhores, nunca iguais.
Ficar voltando no tempo para sentir o quanto foi bom acomoda, por que investir energia na produção de novos eventos gratificantes se é mais fácil apenas repetir na mente? E, como acontece com as vivências negativas (só que aqui com cores mais alegres), cada vez que mergulhamos novamente na lembrança positiva, pintamos com novas tonalidades o evento.
De uma maneira geral ficar fora do – agora – dificulta a conquista de uma vida saudável, confortável, próspera, com bons relacionamentos, algumas aventuras e realizações que possam ser contadas com orgulho, que é o que a maioria das pessoas quer. Para se alcançar isso é preciso um certo nível de atenção, foco, organização, planejamento, ação efetiva, e só quando nos conectamos com a nossa realidade no instante em que ela ocorre somos verdadeiramente capazes de fazer isso.
Reconecte-se com o seu limitado tempo presente!
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