“Caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar” (Antonio Machado)
Nós fazemos o caminho a partir das ações e acreditamos que chegaremos a algum lugar. Mas se não tivermos o objetivo, a meta, não existe caminho nem caminhante. A ação de realizar uma atividade profissional é um caminho e esta (tarefa) não será motivadora se nela não encontrarmos um desafio.
Desafio de superar, construir, agregar, realizar e fazer valer a pena o esforço.
Motivação é nada menos do que “ter um motivo para a ação” e definitivamente não podemos considerar uma tarefa (por si só), um motivo. É preciso que se tenha um olhar mais além, da necessidade e do valor dessa tarefa e mais, do prazer e da recompensa que dela advém.
Várias teorias de renomados cientistas, psicólogos, administradores, engenheiros, estudaram e ainda estudam a natureza humana e o que nos move ao crescimento e desenvolvimento do ser.
Particularmente, gosto de falar que se tivéssemos comida e bebida sempre que quiséssemos, sem nenhum esforço, provavelmente ainda estaríamos matando ou fugindo de dinossauros.
Exageros à parte, precisamos de desafios para crescer. “Nem a fé, pura e simplesmente sustenta uma jornada sem desafios”. (O Cérebro de Alta Performance”- Luiz Fernando Garcia)
E o que é um desafio? Luiz Fernando Garcia define desafio: “quando alguma coisa consegue causar tensão emocional o suficiente para construir novas sinapses e caminhos dentro de nós”. Quando existe desafio, existe medo e depois disso, o prazer da superação, e continuando em seu livro, o prazer …” vem com uma sensação fisiológica que é percebida por causa de uma substância liberada imediatamente a partir da reação do cérebro por todo corpo, a noradrenalina – e a sensação de satisfação será sentida após a realização da tarefa (com desafio).
Quando escolhemos uma profissão, um trabalho, temos em mente o que desejamos para o futuro: Cargos de lideranças, CEO, técnicos, operacionais, e outros, povoam nossa imaginação com a realização e o retorno que teremos com ele. Quando o trabalho apresenta um desafio, ser bem-sucedido nele faz com que a recompensa ative o circuito do prazer e a resposta do núcleo accumbens – “integrante do sistema límbico, ele registra nossas sensações positivas e orquestra nosso circuito do prazer, fazendo com que o cérebro não meça consequências para reproduzir o que nos gera satisfação…. Afinal somos evolutivamente orientados para reproduzir situações de prazer, ou seja, os prêmios que a vida tem para nos oferecer.” (Luiz Fernando Garcia).
O que dizer de um trabalho que não oferece desafio, que não motiva para uma meta, um objetivo? Qual a qualidade de vida de um profissional que passa horas, dias e anos em tarefas não preenchem o sentido da vida? É o que ocorre muitas vezes quando se busca estabilidade ao fazer um concurso público. Sem dúvida que essa segurança é conquistada através do nosso modelo de serviço público por concurso, mas e depois da estabilidade, qual a motivação para gerar prazer e satisfação através de desafios conquistados e mais superação com novos desafios?
Também no setor privado, empresários e gestores, estão preparados para, antes de buscar resultados e lucros, entender e criar um modelo que, os resultados e lucros sejam consequências dos desafios dos profissionais que lá estão? As novas gerações já estão exigindo mais atenção… Chegando a geração Z, desenvolvida e motivada pelo desafio da criatividade e da tecnologia.
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