Uma Nova Liderança está para Nascer (ou a dramática história de Flávio)
Cenário 1 – A passagem de ano
Um chefe difícil de agradar, uma empresa triste, nervos à flor da pele e as esperanças de renovação indo a zero. Você já viu ou viveu alguma situação como essa?
Estamos em meio a mais uma virada significativa em nossa vida, em nossa história, em nossa família, em nosso país, no mundo todo: o Ano Novo chegou, lentamente para alguns, aos saltos para outros, mas abruptamente, sem pedir licença.
Um ano novo sempre forma uma egrégora forte de renovação e recomeços e esse é um ótimo momento para repensar e redirecionar os objetivos e expectativas tanto pessoais quanto profissionais.
Cenário 2 – A passagem de ano e uma nova liderança em construção – ou a história dramática de Flávio
Flávio sentara-se num banco à beira mar e apreciava a beleza do despontar de um novo dia. “Que interessante, pensava ele, é o nascer de um novo dia num dia em que o velho ano está chegando ao seu fim.”
Em anos anteriores ele costumava sonhar e planejar o que faria no ano novo que estava para nascer. Mas agora, envolvido pela beleza do sol refletindo mil cores nas nuvens e na água do mar, sentiu-se parte da luz, da água, vento, som e estava em vibração simultânea de tudo que o cercava. Foi um momento mágico.
Foi então que se lembrou: por que estou aqui? Recebera alta de seu médico no dia anterior e resolvera viajar para o litoral, com a família, em busca de recuperação. Lembrou-se da dor no peito que sentira e que fizera sua secretária chamar o pronto-socorro. “É estresse, meu caro, como já vinha lhe prevenindo. Você não pode continuar neste ritmo.”
Realmente, pensou, o que é que fiz de minha vida? Já não tinha tempo para nada, vivendo um ritmo louco. Minha empresa foi, aos poucos, sem eu perceber, tomando conta de tudo em minha vida. Tinha que trabalhar… e já não tinha mais filhos, nem esposa, nem convívio familiar. Não tinha tempo para viagens de lazer nem em família, a não ser de negócios, por interesses da empresa.
Flávio tomou agora consciência de que tinha se tornado escravo da empresa que ele pensava que comandava. E começou a pensar em seu pessoal. Como será que se sentiam os seus assim chamados colaboradores? Lembrava-se dos rostos sérios, dos olhares fugídios, da pressa e da impaciência, da busca ansiosa de aprovação e do medo da reprovação do chefe. E tomou consciência de que não tinha nenhum próximo, tinha seres distantes, frios, subservientes à sua volta.
“Afinal, para que criei esta empresa?” Pensava ele, observando as ondas que se quebravam na praia.
“Eu queria me realizar. Queria mostrar de que sou capaz. Queria dar à minha esposa condições melhores de aproveitar a vida. E queria garantir um futuro para meus filhos. E agora? Quem me vê deve pensar que estou realizado. Tenho um apartamento de primeira num condomínio fechado, com piscina, quadras de esportes… Aliás, há quanto tempo não desfruto de nada disso? Meus filhos estudam nas melhores escolas e me contam que vão bem nos estudos. A mais velha até já fez intercâmbio no Canadá. Mas por que não falam comigo? Ou sou eu que não falo com eles?
E como vão os empregados na empresa? O RH tem reclamado que está difícil de contratar gente competente. E quando contrata, em dois tempos já querem aumento e começam a procurar outro emprego. Gastamos uma nota em treinamentos e, quando começam a deslanchar e a render, começam a fazer corpo mole e, mais um pouco, já pedem a conta e saem falando mal da empresa.
E agora estou eu aqui, me recuperando de um infarto. E “caindo na real”, como dizem meus filhos.
Sim, acho que vou, mais uma vez, fazer uma promessa para o novo ano. Vou contratar um coach ou, melhor, um mentor. Não qualquer mentor. Quero alguém que me ajude a encontrar a mim mesmo. Mas alguém que saiba também levar em conta minhas responsabilidades de empresário. Não estou a fim de mandar tudo pelos ares (saiba que a tentação andou rondando por minha cabeça).
Preciso de alguém que me ajude a reciclar minhas relações familiares. Quero ser uma pessoa mais feliz rodeada de pessoas mais felizes. E quero que a mentoria pessoal se expanda como mentoria de meus principais colaboradores. Quero mudar o clima em minha empresa. E quero me ver cercado de gente mais sorridente, mais positiva, dispostos a recriar a empresa.
Vou pedir à minha secretária para contatar o Instituto Holos. Aliás, vou eu mesmo fazer este contato assim que eu sentar junto à minha mesa de trabalho. Em seguida quero convocar uma reunião de meus colaboradores mais próximos para ver o que eles estão esperando da empresa e de minha liderança para o novo ano.
Quero que o ano novo se torne realmente um novo tempo para todos nós, e vou me empenhar ao máximo para que nossa (olha aí, já estou falando em “nossa” e não mais em “minha”) empresa se renove, reencontre um caminho de mais alegria e compartilhamento.
Ao mesmo tempo, quero reunir toda a família. Vou pedir que cada um fale de como se sente e do que gostaria em relação à nossa convivência.
Obrigado, mar e sol e vento e cores e vibração de vida. Vida nova já está fluindo em minhas veias. Obrigado por me dar a oportunidade de voltar a amar, antes de mais nada.
Marcos Wunderlich
https://holos.org.br
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