Um dos grandes desafios de quem escreve periodicamente uma coluna em blog ou jornal está na escolha do tema e no tratamento que dará ao texto, buscando manter uma relação entre o interesse do leitor e, se possível, empatia com os pensamentos alinhados na matéria. Isso não é fácil e, muitas vezes, gera no articulista dúvidas de até onde levar uma provocação pessoal ao leitor.
Quem frequenta o Espaço do Coach sabe que eu não sou muito vinculado ao politicamente correto e, em grande parte das vezes, deixo aqui pontos polêmicos à reflexão do leitor. Hoje eu vou ainda um pouco mais longe, pois passo a me inspirar em artigo de Carl Shoemaker, publicado no blog Action Coach: você se acha um bom profissional do jeito que é e fazendo as coisas como faz?
Carl comenta que, em geral, as pessoas que o contratam para ajudar no desenvolvimento de equipes são plenas de reclamações quanto aos candidatos. É a falta de perfil, o pouco engajamento, o interesse apenas pelo emprego, a pouca motivação, o baixo preparo e, com frequência, um tipo de comportamento bem diferente do que o contratante gostaria. Isso parece diferente daquilo que temos no dia a dia das empresas brasileiras?
O autor ainda sugere um método em apoio ao cliente, nesses casos: (a) faça o Job Description; (b) faça a chamada de potenciais candidatos; (c) escolha os melhores 6 ou 8 para continuar; (d) use alguma ferramenta de avaliação do perfil profissional; (e) entreviste os 3 melhores (só e em grupo); (f) faça com que o selecionado assine um Termo de Conduta e, junto a isso; (g) deixe bem claro o seu critério de avaliação para o período de experiência inicial (no Brasil, o normal são três meses).
Pense que, ao invés de ser você a ajudar o cliente em uma contratação, na realidade “você é o alvo dessa contratação“. Depois de tempo e esforço para escolher os seus serviços e, indo além, com o cliente também a ajudá-lo para se integrar ao ambiente em que executará o trabalho, a expectativa normal é de que todo o processo seja produtivo e alcance resultados. Mas o que a experiência tem mostrado é que nem tudo funciona de maneira tão simples assim (e nem como muitos instrutores de Coaching gostam de difundir em suas sessões de treinamento).
E aqui onde surge proposição curiosa de Carl Shoemaker. Que tal você (Coach) pegar a sua própria avaliação de perfil profissional e comparar com a do cliente (se for o caso, às da equipe do cliente)? Isso pode ser a chave para entender melhor como se juntarão as suas ideias e princípios com os das outras pessoas com quem vai interagir. O objetivo não é que todos pensem de forma igual, nem que o Coach possa antever cenários. O que se busca é garantir que, ao instigar pontos de reflexão, o Coach fuja de paradigmas e crie equilíbrio nas relações, com variedade de ideias. Pensou nisso?
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