Valores e Princípios: Qual a sua consciência ética para decisões difíceis?
Meus queridos leitores, o título desta postagem já é, em si mesmo, uma enorme provocação. Mais do que isso até, deverá gerar diferentes sentimentos em cada pessoa. Isso porque explora um aspecto do comportamento humano que nem todos querem analisar quando se trata de “olhar no espelho”.
Porém, ao mesmo tempo, está baseado no autoconhecimento de seus valores, princípios e práticas éticas que cada ser humano terá condições (ou não) de ajudar a construir uma sociedade melhor.
Anos atrás, após ter ministrado um curso sobre Negociação Empresarial para turmas de pós-graduação, em algumas cidades do Brasil, constatei que valores e princípios éticos podem interferir no processo decisório de gestores e executivos, ainda mais em diferentes ambientes culturais e diante de decisões difíceis.
Isso me motivou a organizar, há cerca de três anos, um curso fechado para gestores e empresários, explorando essa questão.
Naquela oportunidade, o desafio ao grupo (limitado a 5 pessoas) foi de que cada participante pudesse melhorar a autopercepção e o autoconhecimento. Abrindo assim portas para o desenvolvimento pessoal e profissional.
E como colaborador na sua empresa, cada um poderia ampliar o potencial de liderança e gestão. E conseguir administrar melhor os momentos de conflitos e processos decisórios complicados em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Fundamentalmente, o centro do trabalho estava em que cada participante, além de conhecer algumas técnicas importantes de negociação, fosse provocado a refletir, com base em exemplos e em casos reais, sobre o que é uma decisão certa. Neste caso, a expressão “certa” está alinhada a valores e princípios que não podem ser maculados.
Em uma visão bem típica do que acontece no Brasil, será que os gestores têm a mesma compreensão sobre as atitudes questionáveis de colaboradores amigos e daqueles com quem não priva de tanta intimidade?
Agora, nesta semana, fiquei feliz ao ver que o tema está sendo debatido em ambiente universitário, em uma das instituições de ponta nos Estados Unidos, qual seja a Stanford University. O professor Jack Fuchs instituiu uma disciplina eletiva sob a premissa de que os executivos enfrentam, regularmente, escolhas éticas que são sutis, complexas e muitas vezes inesperadas.
O objetivo do curso é preparar os alunos para pensarem criticamente sobre como seus valores e princípios pessoais apoiam (e apoiarão) as decisões difíceis que terão de tomar em seus negócios.
Uma questão interessante a se comentar é que, ao final de um curso universitário, todos os formandos terão o mesmo diploma. Só que cada um terá construído uma base de experiências, vivências, aprendizados e construção pessoal muito diferente das dos demais colegas. E, nesse contexto, para o resto de suas vidas, os valores e princípios estarão presentes e enraizados. E foi com foco nesse ponto que o professor Jack Fuchs idealizou o programa de seu curso.
Ele inclui exemplos específicos de situações possíveis para ajudar os alunos a aplicarem seus valores e princípios a um cenário do mundo real.
Segundo as próprias palavras de Fuchs:
“Nós nos esforçamos para não impor alguma construção ética aos alunos; em vez disso, queremos fornecer um fórum para os alunos desenvolverem sua própria abordagem aos valores e princípios que podem levar consigo ao deixarem Stanford.”
Como aponta Fuchs, muitos problemas de negócios não podem ser resolvidos com sucesso a partir de uma resposta rápida “sim ou não”. Para encorajar a abordagem completa e ponderada para lidar com questões espinhosas, o curso Principled Entrepreneurial Decisions (em tradução livre, Decisões Empresariais com Princípios – clique aqui para conhecer o programa em inglês) pede aos alunos que reflitam sobre como se desempenhariam em um ambiente de negócios, com referência à autocompreensão de seus próprios valores pessoais.
O semestre leva os alunos a uma jornada cada vez mais aprofundada. À medida que passam da compreensão de estruturas e vocabulário pertinentes ao desenvolvimento de valores e princípios pessoais e empresariais. Finalmente, uma tarefa fundamental destinada aos alunos avalia esses valores e princípios à medida que aplicados em situações realistas. Que bom seria se as instituições acadêmicas brasileiras tivessem a mesma iniciativa!
Concluindo, fica um recado direto aos mentores, coaches, consultores e conselheiros: desenvolvam suas competências para apoiarem seus clientes na tomada de decisões difíceis, sempre mantendo à frente os melhores valores, princípios e práticas éticas. Isso é ainda mais essencial em um mundo crescentemente ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança).
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Quer conversar mais sobre como desenvolver a consciência ética, baseada em princípios e valores, para tomar decisões difíceis? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em orientar.
Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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