Apesar do mercado e da própria forma de consumir terem sofrido várias transformações e adaptações principalmente nos últimos anos, o preço ainda é importante na hora da compra.
Nos últimos anos vivenciamos profundas e irreversíveis transformações no varejo mundial. A cada nova descoberta estávamos mais perto da tecnologia, de soluções e das inovações que chegaram para resolver os mais diversos problemas, com rapidez, eficiência e segurança. Ao longo deste processo de desenvolvimento e adaptação, os varejistas compreenderam que era preciso gerar valor aos seus produtos e serviços, e que assim, estariam contando suas próprias histórias, além de fortalecer sua marca. Embora gerar valor a um produto ou marca seja uma boa estratégia mercadológica, uma recente pesquisa realizada pela PwC em parceria com a Research 2 Insight, a Total Retail 2016, mostrou que o preço ainda é o fator mais importante.
Muitos especialistas e escritores da área afirmam com segurança que vivemos a “Era do Valor”, da Experiência de compra, do Figital (físico + digital), eu inclusive. Embora os números deixem claro que os consumidores até podem entender porque um produto/serviço é mais caro que o outro e valorizem a experiência de compra que também é um fator de decisão, o que realmente faz a grande maioria fechar negócio ainda é o preço. A pesquisa apontou que 59% dos consumidores brasileiros compram em seu varejista favorito devido aos bons preços. E não é só por aqui que o peso no bolso define as escolhas não! No mundo todo, o índice é de 60%.
A escolha de um varejista com base no melhor preço é, de fato, uma importante decisão de compra em todo o mundo, em todas as classes sociais e em todos os países. No entanto, continuo na minha tese de que preço é apenas parte da história mais ampla sobre valor. Tão importante quanto o preço real é o valor percebido da marca, do produto ou do serviço. Nesse contexto, existe oportunidade para que todos os varejistas se posicionem de acordo com suas estratégias e assim se diferenciem dentro de seus mercados.
O próprio processo de compra em si reúne uma série de fatores que juntos acabam sendo decisivos. A confiança na marca, por exemplo, foi apontada na pesquisa como determinante para a escolha do PDV para 45% dos brasileiros e para 32% dos clientes globais.
E quando se trata de comércio eletrônico as intenções e resultados não são diferentes, ou seja, “ser mais barato” é a maior motivação de compra no canal para 54% dos brasileiros e para 43% dos consumidores globais. Se considerarmos o momento atual que vivemos de crise política e econômica no Brasil, mais do que nunca os consumidores vão buscar maior conveniência, preço e acesso facilitado. Bom preço, confiança na marca e entrega rápida/confiável, formam respectivamente nesta sequência os três principais motivos de compra quando se trata de e-commerce.
Uma das estratificações da pesquisa que reflete bem a atual crise no país é a que mostra como cada classe social leva em conta o preço na escolha do varejista favorito. Com um percentual de 62% a classe B é a mais sensível a preço. É importante lembrar aos leitores que o resultado por ter sofrido um pouco de interferência das indefinições sobre a economia do país, já que as entrevistas foram realizadas no terceiro trimestre de 2015, quando os indicadores econômicos se agravaram ainda mais. Nesse grupo de consumidores provavelmente estão aqueles que ascenderam economicamente na última década e que devem temer a perda do poder aquisitivo. Isso motivaria o freio no consumo e a busca por preço baixo em todas as oportunidades.
Este é o sexto ano em que a pesquisa é realizada globalmente e o quinto que o Brasil participa, foram realizadas 22.618 entrevistas em 25 países. Como se trata de um mapeamento aprofundado sobre o varejo mundial, a pesquisa apontou, ainda, algumas tendências para o cenário do varejo, são elas: a constatação do preço como rei, o fato do tráfego da loja não importar tanto quanto a conversão do cliente nos diversos canais, posicionou as redes sociais como grandes influenciadoras e o mais surpreendente, talvez, que o talento no varejo finalmente passou a importar e a fazer diferença.
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