Meus amigos, vocês já devem ter percebido que este Espaço do Coach não existe apenas para que eu coloque ideias e traga informações. Há enorme expectativa de que os profissionais de Coaching participem concordando ou discordando, trazendo experiências e incentivando novas polêmicas. Proximamente, aqui teremos fóruns de debates e isso ampliará o potencial de intercâmbio entre os leitores. Mas enquanto essa realidade não chega, eu fico provocando diferentes situações e hoje, como se diz na gíria, é bem possível que eu faça o “bicho pegar”. E minha crítica diz respeito a uma tendência em se ditar regras para isso ou para aquilo.
As revistas gostam de publicar matérias que chamam midiaticamente a atenção: “As 12 regras para contratar”; “As 7 leis do líder”; “As 3 regras para gerenciar talentos”, e assim vai. O leitor, que busca aplicar essas regras ou leis, acaba esperando que tudo fique muito facilitado, pois basta seguir aquelas orientações que um especialista passou para o jornalista e, aparentemente, a coisa dará certo. Mas se pensar assim é perdoável quando se trata do leitor comum, fica imperdoável quando se trata de profissionais que devem ter senso crítico para reconhecer os modelos de pensamento e terem repertório para agir quando o que está na cartilha não funciona.
Vou trazer aqui dois exemplos (por razões éticas não vou citar as fontes que publicaram). Há especialistas que pregam ser o Coaching um processo intimista, voltado sempre ao indivíduo e nunca ao coletivo. Sendo isso uma verdade, como ficará então o Coaching de Equipes? Ora, se uma empresa pretende ampliar a colaboração entre membros de determinada equipe, com maior alinhamento aos seus objetivos estratégicos, muitas vezes não será suficiente a preparação apenas de cada profissional, individualmente. Há inúmeras pesquisas que apontam o Coaching de equipes como um processo que contribui amplamente para o aumento de produtividade, redução de demissões, melhoria do clima organizacional e prazer no trabalho.
O mundo do Coaching tem empresas especializadas e voltadas a ampliar resultados de equipes, e trago um exemplo bem sucedido que é o da Team Coaching International, localizada na Califórnia – EUA. Primeiramente, o trabalho da empresa busca conhecer como a equipe interpreta seu potencial de produtividade em temas como liderança de equipe, gestão de recursos, metas e estratégias, alinhamento estratégico, prestação de contas, tomada de decisão e atitude proativa. Mas o que dará mais força para cada equipe, e onde o processo de Coaching terá foco, estará em ampliar os indicadores positivos de confiança, respeito, companheirismo, comunicação, interação construtiva (sinergia e feedback), valorização da diversidade e o comprometimento.
Portanto, quando você ler ou ouvir alguém afirmando que o Coaching não se aplica a equipes, ligue seu desconfiômetro. Mas há outra afirmação que surge como “regra de ouro” na seleção de um Coach, que é a de desconfiar de quem cobra abaixo ou acima do mercado. Quero perguntar: que mercado? Que preço? Quais os limites de alto e baixo em cada caso, se o cliente e sua motivação são únicos? Com base em que o cliente saberá se o Coach tem ou não a competência de lhe guiar no processo e merece o que está cobrando? Por outro lado, como o cliente pode se precaver para não ser levado a pagar um serviço que, eventualmente, não lhe seja satisfatório?
Até prova em contrário, vivemos em uma sociedade onde a livre negociação das partes deve prevalecer. Portanto, pode-se admitir que o cliente somente concordará em pagar aquilo que, na sua concepção, sinalize uma relação com custo-benefício adequado (o que inclui até pedidos de descontos, se for o caso). O profissional que oferece seus serviços tem sua prática de preços alinhada ao seu potencial de competência, experiência e valores pessoais (o que lhe dá a liberdade de atender os pedidos de descontos ou não).
O fundamento é o de que nunca se faça o acordo monetário como ponto de partida, mas que se faça primeiramente o acordo sobre o que será o objetivo a atingir, registrando essa negociação em um documento. Eventualmente, também como fruto da negociação entre as partes, um determinado percentual da remuneração do Coach pode estar atrelada ao resultado final alcançado pelo cliente, como fazem algumas empresas nacionais e internacionais.
Prezados leitores, agora é a sua vez. Se vocês concordam com os comentários acima, contem essa sua experiência. E se discordam, tragam para debate os seus argumentos. O que mais importa é a troca sadia de opiniões que possam iluminar a reflexão de quem tem sua atividade profissional vinculada ao Coaching.
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