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Violência Psicológica no Trabalho: Você tem Medo ou Vergonha de Denunciar?

Enquanto algumas empresas pensam em novas maneiras de reter talentos, outras ainda não se deram conta de que o assédio moral e a pressão psicológica já não cabem mais neste novo mundo.

Violência Psicológica no Trabalho: Você tem Medo ou Vergonha de Denunciar?

Violência Psicológica no Trabalho: Você tem Medo ou Vergonha de Denunciar?

Enquanto algumas empresas pensam em novas maneiras de reter talentos, outras ainda não se deram conta de que o assédio moral e a pressão psicológica já não cabem mais neste novo mundo.

Problemas de relações abusivas no trabalho sempre existiram; só eram considerados “normais”. Hoje não são mais toleráveis e devem ser denunciados pelo bem pessoal e coletivo – mais que isso, são parte das normas de Compliance que alcançam todos os stakeholders, e podem ser punidos por lei.

Compliance, é bom lembrar, é estar e agir conforme leis e regulamentos internos e externos: vale para todas as áreas da empresa, e é essencial nas relações trabalhistas.

Como Coach ouço todos os dias histórias boas e ruins sobre as empresas. Ultimamente as ruins tem se sobressaído – e algumas, com certeza, chegam a chocar pela violência do comportamento de alguns gerentes.

Tortura psicológica: o abuso de quem tem poder

Imagine-se ameaçado de demissão várias vezes por semana. Coagido a mentir para acobertar posições discutíveis de seu chefe. Ouvir infinitas vezes que seu comportamento reservado é irritante, que sua voz é ruim. Sofrer boicote nas suas tarefas. Ser humilhado e desqualificado diante de outras pessoas mesmo estando correto. Solicitado a fazer trabalhos além de seu escopo. Receber críticas pessoais todos os dias… Acha pouco?

Comportamentos desse tipo por parte de líderes são mais frequentes do que você imagina. E têm causado sérios problemas de saúde, como ansiedade, depressão, pânico, distúrbios do sono, tendinites, dores crônicas, cefaleias, entre outros.

Mas a sensação de inadequação, fracasso ou inutilidade é o que mais choca. Dia desses ouvi de uma cliente que “eu prefiro acreditar que sou ruim mesmo a enfrentar mais humilhação”. Sim, porque, além de tudo, ela assumiu a culpa pelo comportamento disfuncional do chefe.

Depois de um episódio onde, colocada contra a parede, contou o que sabia sobre outros pares do gerente, ela disse que teve episódios de calafrios durante todo o final de semana e chorou tanto que ficou com o rosto inchado. Mas teve que se recompor para voltar na segunda-feira.

E, não, ela não pensa em denunciar o comportamento ao RH, porque tem medo das consequências e vergonha pelo que ainda pode passar. Ela é vítima. E vítimas, não raras vezes, têm sido tratadas como culpadas.

Pressão no trabalho

A competitividade a que empresas e pessoas são submetidas na atualidade manifesta-se através da pressão rotineira na busca por melhores resultados, desenvolvimento profissional e pessoal. Não é saudável, mas não configura necessariamente um assédio, já que é consensual entre as partes.

Nem deve-se configurar como violência psicológica um eventual descontrole causado pela pressão e pelo estresse.

O que diferencia a violência psicológica da pressão no trabalho, são os atos e comportamentos contínuos do agressor que vão se acumulando e passam a interferir no cotidiano: por mais que você faça, nada é suficiente. Quando vê está sobrecarregado, trabalha mais que o normal e vive com a autoconfiança e a autoestima lá embaixo.

Segundo pesquisas o assédio no trabalho é cometido, em 90% das vezes, por chefes hierárquicos, com o objetivo de humilhar e provocar medo. Eles se veem como superiores e carecem de empatia: assediar psicologicamente é uma maneira de demonstrar poder. A submissão da vítima é o seu prêmio. Isso sim, é violência e precisamos combatê-la.

É preciso agir para mudar

Comportamentos disfuncionais são um reflexo da instabilidade da cultura organizacional: se não é forte, pautada sobre valores construtivos que atravessam toda sua estrutura; sobre regras e regulamentos que protejam a todos, independentemente do cargo que ocupem, é impossível para o RH agir sobre focos de assédio que desestabilizam as relações.

Comportamentos disfuncionais são um sinal de que as coisas não caminham bem. E que precisam de mudanças profundas para atender à responsabilidade das organizações em relação às condições de saúde física e mental dos seus colaboradores, além de sua segurança.

No livro Assédio moral: a violência perversa no cotidiano, Marie-France Hirigoyen define como assédio no trabalho condutas manifestadas através de comportamentos, atos, palavras, gestos, além de escritos, que lesam a personalidade, a dignidade e a integridade física ou psíquica da pessoa agredida. Além de médica, Marie-France é psiquiatra, psicanalista, psicoterapeuta familiar, especialista em vitimologia.

Óbvio que as ações devem partir da empresa: identificação, investigação, mediação e aconselhamento, além do apoio necessário. Acima de tudo, a garantia do anonimato e não punição para quem reporta o problema.

No entanto, para deflagrar o processo de assédio moral e violência psicológica no trabalho, é preciso denunciar. Por mais difícil que pareça. Principalmente porque, com certeza, outras pessoas estão enfrentando o mesmo problema. Se você está passando por uma situação similar, saiba que a lei não está limitada à punição da violência física – mas também da violência psicológica.

Tolerância zero.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre violência psicológica no trabalho e como denunciar? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: 13 Comportamentos que Prejudicam no Trabalho

 

Isabel C Franchon, Coach desde 2008, atua com o Desenvolvimento Profissional e Pessoal voltados para a Carreira, Competências, Liderança, Comunicação Interpessoal, Compliance & Ética e Coaching de Times. Facilita Workshops, Treinamentos e Oficinas em empresas de médio/grande porte através de empresa própria e em parceria com Consultorias de DH. Graduada em Jornalismo, tem MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, pela FGV; Pós-graduação em Transdisciplinaridade em Saúde, Educação e Liderança, pela Universidade Holística Internacional; Especialização em Marketing pela MM School; Formação em Compliance Anticorrupção, pela LEC; Especialização em Metodologia QEMP para empreendedores, pela Clinton Education. Fez formação em Master, Executive, Leader & Business Coach, pelo Behavioral Institute. Certificada em Positive Coaching Com Robert Dilts e Richard Moss. É membro do International Coaching Council (ICC) desde 2008.
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