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Vitamina D e Depressão: Saiba mais sobre essa Relação

Você sabia que a deficiência de vitamina D pode aumentar o risco para depressão? A falta dessa vitamina por alterar a disponibilidade de alguns neurotransmissores, alterações essas que cursam com o quadro de depressão.

Vitamina D e Depressão: Saiba mais sobre essa Relação

Vitamina D e Depressão: Saiba mais sobre essa Relação

A vitamina D é um micronutriente, comumente identificado como um hormônio por seu metabólito ativo, o calcitriol exercer funções tais como regulação dos minerais cálcio e fósforo, no sistema cardiovascular, imunológico e neurológico. E a deficiência dessa vitamina já relatada em diversas pesquisas cientificas como um fator de risco para a depressão e tentativas de suicídio.

A depressão é um transtorno mental que causa tristeza persistente e perda de interesse. Identificada como um transtorno mental presente em cerca de 65% dos casos de suicídio.

A explicação para a deficiência de vitamina D aumentar o risco para depressão está no fato de que a falta dessa vitamina por alterar a disponibilidade de alguns neurotransmissores (colinérgicos, dopaminérgicos e noradrenérgicos), alterações essas que cursam com o quadro de depressão.

Assim, alguns estudos já demonstraram que a suplementação com a vitamina D pode melhorar o estado depressivo clínico. Além disso, a vitamina D modula a produção de citocinas inflamatórias. Por exemplo IL-6 e TNF-α que estão presentes na inflamação sistêmica associada à depressão e ao suicídio.

É relevante comentarmos sobre o assunto, uma vez que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 700.000 suicídios ocorrem anualmente. Em 2019, representou a quarta principal causa de morte no mundo em indivíduos entre 15 e 29 anos. Sendo que 77% desses aconteceu em países de baixa e média renda. Esse cenário se agravou com a pandemia de COVID-19, exacerbando fatores de risco por impactar diretamente na saúde mental, pelo distanciamento social, quarentenas e crises financeiras devido à perda de emprego. Sendo reconhecido pela OMS como uma questão prioritária de saúde pública.

Conhecendo a síntese e os níveis de referência da vitamina D

Quando falamos vitamina D estamos nos referindo de forma genérica ao Ergocalciferol (vitamina D2) e Colecalciferol (vitamina D3), encontrados respectivamente em fontes vegetais e animais. No entanto, estima-se que a maior parte da vitamina D3 em humanos possa se sintetizar na epiderme a partir do 7-desidrocolesterol (7-DHC), um precursor do colesterol.

Os raios ultravioleta-B (UVB) do sol penetram na epiderme, onde o 7- DHC absorve energia e se transforma em pré-vitamina D3. Posteriormente, por meio de um processo termossensível, a pré-vitamina D3 se transforma em vitamina D3.

Apesar da relevância dos raios UVB como fonte de vitamina D, é interessante comentar sobre alguns fatores que podem reduzir sua síntese na epiderme. Por exemplo: o uso de protetor solar, pigmentação da pele, envelhecimento, latitude geográfica, estação do ano e hora do dia.

Para determinação do estado clínico da vitamina D, devido a sua meia vida de até 3 semanas na circulação, deve-se avaliar em laboratório o Calcidiol (25 [OH]D), o biomarcador de referência. Segundo a Endocrine Society (EUA) e a European Society of Endocrinology especificam:

  • Suficiência de vitamina D, quando há concentração de Calcidiol >30ng/mL (75nmol/L);
  • Insuficiência de 20 a 30 ng/mL (50 a 75nmol/L);
  • Deficiência <20ng/mL (50nmol/L).

A sugestão é manter uma concentração de calcidiol entre 40 a 60ng/mL (100 a 150nmol/L) para se obter o melhor benefício para a saúde da vitamina D.

A vitamina D no cérebro

O receptor para a vitamina D já havia sido identificado no intestino, osso, rins, células do sistema imunológico e glândula paratireoide. Agora sabe-se que esse receptor também está presente em células cerebrais, no astrócito, na micróglia e em neurônios.

Assim, a vitamina D pode desempenhar várias funções imunorreguladoras cerebrais. Quando em níveis adequados essa vitamina estabiliza a estrutura da mielina e aumenta a reciclagem de vesículas sinápticas e fatores de transcrição que facilitam os processos cognitivos.

Além disso, estudos têm indicado que a deficiência de vitamina D no início da vida afeta a diferenciação neuronal, a conectividade axonal, a formação da dopamina e a estrutura e função cerebral. Esses mecanismos bioativos oferecem uma possibilidade intrigante de associações epidemiológicas entre deficiências de vitamina D e distúrbios psiquiátricos como a depressão.

Níveis de vitamina D e depressão

O transtorno afetivo sazonal (TAS) caracterizado por desesperança, fadiga e depressão. A recorrência desta condição é quase anual, pois os sintomas aparecem durante as mudanças sazonais, principalmente outono e inverno. Curiosamente, os sintomas desaparecem assim que o período sazonal termina. A partir dessa observação, levantou-se a hipótese de que esse quadro pode estar associado à falta de luz solar devido sua incidência em certas estações do ano.

Acredita-se ainda que a deficiência de luz solar pode alterar a síntese de neutrotransmissores relacionados à regulação do ritmo circadiano e humor, tais como melatonina e serotonina.

Nesses casos além da terapia cognitivo-comportamental, associa-se o uso de medicamentos antidepressivos e fototerapia. A suplementação de vitamina D tem sido proposta como um tratamento adjuvante devido à relevância na síntese e concentração de serotonina, importante na fisiopatologia deste distúrbio cognitivo.

Além dessa exposição à luz solar, outros fatores podem contribuir para a inflamação crônica e o transtorno depressivo. Por exemplo: estresse, trauma, poucas horas de sono e hábitos sedentários. O mecanismo subjacente entre inflamação, depressão e suicídio ainda é desconhecido, apesar disso, a vitamina D tem sido proposta como um elemento comum nessas condições.

Já observou-se que pacientes com sintomas depressivos apresentaram menor concentração de calcidiol em comparação com aqueles sem depressão. Ainda, baixos níveis de calcidiol também foram associados a fatores predisponentes específicos para o suicídio, como exacerbação da depressão e outros transtornos psiquiátricos.

Outros achados nos trazem que hipovitaminose D está mais relacionada à residência urbana e à poluição do ar, independentemente de um alto índice de exposição ao sol. Em determinado estudo que mediu a urbanização, identificou-se que ela estava associada à depressão em indivíduos idosos.

Em estudos que buscou-se avaliar a suplementação de vitamina D em curtos períodos, verificou-se que a suplementação por oito semanas com 50.000 UI a cada duas semanas, elevou a concentração de Calcidiol em indivíduos com depressão leve a moderada e melhorou significativamente a gravidade da depressão.

A suplementação com vitamina D deve ser prescrita sempre por um profissional de saúde habilitado (médico ou nutricionista), para que se determine de forma correta a dosagem, o período de uso, a melhor forma de suplementar e o acompanhamento deve ser feito por meio de exames laboratoriais.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a relação entre a Vitamina D e a Depressão? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em explicar.

Nutricionista Paola Nunes
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Paola Nunes Author
Paola Nunes é graduada em Nutrição desde 2009 pelo Centro Universitário São Camilo. Atua em consultório há 12 anos e tem especializações em Nutrição Clínica Pediátrica, Nutrição em Marketing em âmbito internacional, Nutrição Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional e Psicossomática.
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