
A maioria das pessoas já ouviu ou utilizou a expressão “caminho das pedras” e talvez aqueles que gostam de futebol já tenham ouvido algum comentarista utilizar a expressão “ele conhece os atalhos do campo” quando se refere a um jogador com alguns anos de carreira.
Ambas expressões dizem respeito ao meio pelo qual se pode chegar, com rapidez e vantagem, a um lugar ou objetivo desejado, geralmente conhecido por pessoas que já trilharam aquele caminho.
Interessante notar que estas expressões não separam as pessoas entre melhores ou piores em suas atividades, mas as que em determinado assunto têm a solução do problema por já ter vivenciado situação semelhante. Este é o conceito básico da mentoria.
Muitas vezes peço um socorro aflito ao meu neto, quando o assunto são as mídias sociais. Ele é meu mentor neste assunto, afinal com certa frequência olho para meu smartphone e percebo que inexiste intimidade entre nós. Tento me aproximar, busco uma melhor abordagem, compro adornos para ele, mas sem sucesso! Para mim, na maioria das vezes ele se comporta como uma virgem vestal. Mas… meu neto conhece os atalhos…
Quando jovem eu observava alguém fazendo um bolo e sempre imaginava quantas vezes alguém teve que jogar o seu trabalho fora, por não estar de acordo com seu objetivo, ou em outras palavras, o resultado era muito distante do esperado. Em determinado momento, porém, esta pessoa chegou a um resultado que lhe pareceu bom e elaborou uma receita, com quantidades e a sequência certa dos ingredientes, facilitando assim o trabalho daqueles que pretendessem seguir o mesmo caminho. Em outras palavras: alguém teve que errar muito, para que pudesse passar para outra pessoa o modo correto de realizar aquela tarefa, o que, mesmo através de uma receita impressa, não deixa de ser uma mentoria.
Todos nós, ao longo dos anos, tanto em nossas atividades profissionais, quanto pessoais, nos socorremos de mentores, afinal, são eles que conhecem o caminho das pedras em algum assunto.
Em coaching não é diferente.
Nós Coaches, às vezes nos defrontamos com situações que necessitam muita reflexão para que consigamos deduzir a melhor maneira de fazer uma abordagem ou qual caminho seguir. Não buscar alguém que já tenha passado pelo problema seria como deduzir a Fórmula de Bhaskara a cada vez que precisássemos resolver uma equação quadrática, ou mesmo, deduzir a fórmula de cálculo do volume de um paralelepípedo para saber quantos litros de água são necessários para encher um aquário.
Se alguém já passou pela mesma dificuldade e teve sucesso, me parece bastante lógico trocar informações com ela. Na maioria das vezes, ambos crescem em conhecimento.
Minha opinião é que não só Coaches, mas que todos, devemos ter nossos mentores, para que possam nos auxiliar nas áreas de suas expertises. São pessoas que por não estarem vivenciando o problema e por terem experiência podem nos conduzir por caminhos que, para nós, têm muitos obstáculos, afinal o mentor por ter passado por situação semelhante, já conhece o caminho das pedras.
A Internet facilita muito neste aspecto, afinal os “nossos mentores” podem estar ao alcance de uma mensagem, de texto ou de voz. Podemos compartilhar conhecimentos, socializar experiências, buscar sugestões e principalmente promover o crescimento profissional de todos, pois se o objetivo maior do Coach é o de auxiliar pessoas, nada mais justo que ofereçamos o melhor de nós em benefício de todos.
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