Este título veio da inspiração do comentário de um post que coloquei no Instagram alguns dias atrás, de uma amiga (Evanes Panche), que vive a CNV em São José, Florianópolis e que percebo que possa ser algo para ajudar você a se sentir menos angustiado, tenso, durante uma conversa, seja ela em que situação for, boa ou desafiadora.
Inicio meu artigo trazendo o post.
O quanto não damos espaço internamente para ouvir o outro com total atenção e presença porque ao mesmo tempo já estamos pensando o que responder ou como se defender?
Aí você pode até me dizer o quanto é difícil. Sim é difícil porque não exercitamos ouvir com atenção ou a ter uma escuta ativa que é perceber o que está por trás das palavras, porém você tem essa capacidade e em várias ocasiões as utiliza sem tomar consciência ou melhor, está no piloto automático.
Uma das formas de ouvir é ter a intenção de querer se conectar com o outro e isso é uma escolha. Quantas vezes você vai ouvir alguém, seja filhos, amigos, gestores, colaboradores, professores, alunos e ou está vendo TV, digitando no computador, no celular, tablet, escrevendo, fazendo alguma tarefa doméstica e acredita que possa estar ouvindo com atenção. Quando se ouve com a intenção de verdadeiramente se conectar com o outro é importante pararmos o que estamos fazendo. Todos nós temos necessidade/valores universais, como de sobrevivência, segurança, autonomia, harmonia, enriquecer a vida, comunidade.
A CNV nos ajuda como podemos escutar ou falar com a consciência de observações, sentimentos, necessidades e fazer ou receber pedidos. Dessa forma assumimos a responsabilidade pelos nossos sentimentos, necessidades e ações, sem terceirizar, achando que o outro é o culpado ou sem me sentir culpado.
Uma das perguntas que recebi ontem em um workshop empresarial foi: Como utilizar a CNV quando se está em uma reunião e uma pessoa te faz uma pergunta que você é pego de surpresa?
Respire e escute, abra seu coração para ouvir com intenção e de forma genuína. Lembre-se: quando estamos já pensando na resposta deixamos de ouvir verdadeiramente o que o outro está dizendo. Se você não tem a resposta no momento, falar abobrinha ou enrolar pode te prejudicar. Seja sincero e diga que não sabe responder de bate pronto, que irá pesquisar e combine um dia e horário para levar ou enviar a resposta. Analise a pergunta, excluindo todas as suas interpretações ou julgamentos, se atenha aos fatos, no sentido literal, e perceba que necessidade sua será atendida e como sua resposta poderá atender à necessidade da pessoa. Se não se sentir confortável para checar a necessidade dela naquele momento, procure-a logo em seguida para checar se entendeu a pergunta e a necessidade. Podemos agir dessa forma em qualquer conversa que possamos ter.
Você pode experimentar esse exercício com pessoas próximas ou como aprendi na minha última imersão de CNV, vamos nos experimentar na luz para podermos saber o que fazer nos momentos de sombra.
Outra dúvida que veio foi: quando eu falo e o outro só escuta eu acredito que ele possa não estar prestando atenção porque ele não interage. Aí eu te pergunto: como ter clareza e certeza de que você entendeu o que o outro falou se você não escuta até o fim, porque está preocupado em interagir e responder? E não será por isso que cada vez mais temos conflitos em até conversas triviais, porque não damos essa pausa?
O que essa pausa significa? Eu me conectar com o que está vivo em mim, perceber como me sinto, o que eu preciso e depois procurar perceber qual a necessidade do outro e o que ele pode estar sentindo que só posso perceber quando dou esse tempo.
Marshal nos diz que, se conseguíssemos expressar unicamente nossas necessidades dissociando-as da imagem de inimigo, resolveríamos os conflitos de forma pacífica.
Quando damos essa pausa e escutamos genuinamente estando 100% presente, conseguimos ouvir o que está por trás e distinguir entre as palavras, o tom de voz e o que o corpo está dizendo.
Para ter certeza se entendeu o que foi dito ou pedido, você pode resumir, parafrasear, repetir o que o outro falou e isso nada tem a ver com ser pior do que ninguém, tem a ver em atender uma necessidade de clareza e entendimento que todo nós temos.
A CNV é um exercício diário para celebrar a vida como colocou Marshall Rosenberg.
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