Se pararmos para prestar atenção, utilizamos grande parte do tempo de nossa comunicação interpessoal para provar aos outros o quanto estamos certos, o quão bons e inteligentes somos. Não importa em que, mas estamos sempre preocupados em vencer.
Temos a ideia equivocada de que para ganharmos, o outro precisa perder. Somos tão competitivos que quando outra pessoa nos conta que está com um problema, ao invés de ouvir e acolher, procuramos provar que nossos próprios problemas ou desafios são ainda maiores.
Muitas vezes sem perceber, acabamos fazendo comentários depreciativos. Um exemplo bastante comum, o filho chega com o boletim em casa e dizemos: “está muito bem, mas você poderia melhorar…”. Ao colocar o “mas”, passamos uma mensagem de que ele não foi bom o suficiente. Exigimos dos outros, mas não costumamos ter as mesmas medidas para nós mesmos.
Estamos mais habituados a focar nas falhas das pessoas que convivem conosco do que nos pontos positivos. Isso também ocorre em relação aos nossos filhos. Podemos nos tornar excessivamente exigentes, cobrando o que precisa ser consertado e corrigido. Somos mais eficientes quando nos focamos na solução e não no problema.
Corremos o risco de enfatizar as faltas e as imperfeições e não notar o que existe de positivo. Em lugar de focar nos pontos negativos e na crítica, devemos nos ater às qualidades que nossos filhos possuem, o quanto estão progredindo e evoluindo.
Experimente falar o que cada membro da família tem feito de positivo no lugar de criticar o que não fazem. Relacionamentos precisam ser nutridos de amor e necessitam de investimento de tempo. É essencial demonstrar afeto e encorajamento, isso pode ser feito em nosso dia a dia.
- Você tem dito palavras de estimulo aos seus familiares?
- Tem demonstrado seu amor e aceitação aos seus filhos?
- Existe algum comportamento que você deseja melhorar e que irá ajudar as pessoas que convivem com você a se sentirem melhor?
Normalmente tentamos corrigir e melhorar o outro e não nos perguntamos como nós mesmos podemos melhorar. Esperamos que o outro mude, tentamos mudá-lo ao invés de procurar nossa própria mudança e desenvolvimento.
Crie o hábito de se fazer uma pergunta: “como eu posso ser uma pessoa melhor?”. Experimente fazer essa pergunta ao seu filho, ao seu parceiro. “Como posso ser um pai, uma mãe melhor?”, “Como posso ser um parceiro melhor para o nosso relacionamento?”.
Ao fazer a pergunta, esteja preparado para ouvir a resposta, sem querer se justificar e provar que está certo. Realmente ouça, procure acolher e agradeça a oportunidade de aprender. Ao cometer erros, peça desculpas, assuma a responsabilidade. Agindo assim, você ajuda seus filhos a fazerem o mesmo.
Não conseguimos mudar tudo, mas é possível fazer algumas mudanças que irão nos ajudar a ter uma vida melhor e isso já é o suficiente. Não podemos nos esquecer de que o mais importante na relação é o amor.
Aprenda com as experiências. Ao contrário de focar no que você não tem, procure agradecer pelo que você tem. Viva o presente e vá em busca de seus sonhos. Os resultados do futuro que desejamos alcançar, dependem de nossas ações no presente.
Para que a mudança aconteça, precisamos ter a coragem para reconhecer o que precisa ser mudado, a humildade para aceitar e a disciplina para fazer acontecer. Dois pontos são fundamentais, identificar o que eu quero mudar e o que é necessário fazer para que a mudança ocorra.
Proporcionamos para a nossa família um ambiente seguro e de confiança, quando estamos dispostos a ouvir o outro de verdade, sem julgamento. Criamos uma atmosfera de respeito ao desenvolvermos uma escuta ativa, interessada e apreciativa.
Para cuidar, precisamos prestar atenção no outro, em suas necessidades e dedicar tempo para o relacionamento. Agindo assim, colaboramos para a construção de um ambiente em que todos ganham, por se sentirem aceitos, amados e valorizados.
Danielle Gomes
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